A IGREJA CATÓLICA É A IGREJA FUNDADA POR CRISTO?

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Constantemente vemos os católicos arrogantemente se auto-declararem como pertencendo a “única Igreja de Cristo”, baseando-se especialmente sobre a famosa passagem de Mateus 16:18 – “...sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do Hades não prevalecerão contra ela”. Para eles, essa “Igreja” é uma instituição religiosa, que tem o nome de “Igreja Católica Apostólica Romana”. Desta forma, todas as outras instituições ou denominações estão automaticamente excluídas, para a felicidade dos católicos.

 

Ortodoxos, protestantes, carismáticos e pessoas que não compartilham da mesma instituição romana já eram, porque não fazem parte desta instituição religiosa. Mas será mesmo que a Igreja de Cristo é uma instituição particular? Ou será que a verdadeira Igreja de Cristo é o Corpo de Cristo, a totalidade dos cristãos dispersos por todo o mundo? Neste presente estudo iremos responder a essa questão principal e também a muitas outras, incluindo:

 

-É a Igreja de Cristo uma instituição ou denominação específica?

-É a Igreja Católica realmente “una”?

-Só existe salvação na Igreja Católica?

-O bispo de Roma (papa) é infalível?

-As comunidades locais (incluindo Roma) estão sujeitas à apostasia?

-A Igreja de Roma apostatou?

-Roma realmente segue o evangelho puro e sincero?

-Devemos “sair do meio deles” ou continuar dentro daquele sistema?

 

Iremos começar o presente estudo tendo como base uma pergunta católica repetida como mantra dentro do catolicismo:

 

Pergunta - Quem fundou a sua Igreja? Foi o Senhor que a fundou ou foi um mero homem?

 

RespostaO autor da pergunta acima falha gravemente, primeiramente em inferir que a “Igreja de Cristo” seja uma instituição denominacional em particular, seja ela a católica romana, ou a ortodoxa, ou as testemunhas de Jeová, ou alguma denominação protestante em particular. Ou seja, ele parte de um pressuposto falso, de uma premissa errônea, para tentar colocar na cabeça dos evangélicos que nós estamos na “igreja errada” porque a nossa denominação foi fundada por homens.

 

É preciso deixar bem claro isso, e é preciso que todos saibam de uma vez por todas que a Igreja de Cristo NÃO é uma denominação específica, nem uma instituição religiosa em particular, nem tampouco uma construção arquitetônica qualquer. Com isso, o que estamos querendo dizer é que em certo ponto o católico tem razão: realmente o templo (denominação) foi fundado por algum homem; contudo, a Igreja foi fundada por Cristo. Isso iremos explanar ao longo de todo este presente estudo. É preciso primeiramente irmos ao significado de “Igreja” na Bíblia, que vem da palavra grega “ekklesia”, que, de acordo com o léxico da Concordância de Strong, significa:

 

1577 εκκλησια ekklesia

de um composto de 1537e um derivado de 2564; TDNT - 3:501,394; n f

1) reunião de cidadãos chamados para fora de seus lares para algum lugar público,

assembléia

1a) assembléia do povo reunida em lugar público com o fim de deliberar

1b) assembléia dos israelitas

1c) qualquer ajuntamento ou multidão de homens reunidos por acaso, tumultuosamente

1d) num sentido cristão

1d1) assembléia de Cristãos reunidos para adorar em um encontro religioso

1d2) grupo de cristãos, ou daqueles que, na esperança da salvação eterna em Jesus Cristo,

observam seus próprios ritos religiosos, mantêm seus próprios encontros espirituais, e

administram seus próprios assuntos, de acordo com os regulamentos prescritos para o

corpo por amor à ordem

1d3) aqueles que em qualquer lugar, numa cidade, vila, etc, constituem um grupo e estão

unidos em um só corpo

1d4) totalidade dos cristãos dispersos por todo o mundo

 

Ou seja, NUNCA o significado de “ekklesia” (Igreja) significa alguma instituição religiosa em particular, nem alguma denominação religiosa em específico. Ela significa, antes, a reunião de todos os crentes que adoram a Deus em espírito e em verdade, dos verdadeiros seguidores e adoradores de Jesus. A Igreja de Cristo é e sempre foi uma só, e corresponde a um povo único na terra, lavado e remido pelo sangue de Jesus Cristo, e essa Igreja reúne-se em vários salões denominacionais, com vários nomes, que os que ainda estão na ignorância pensam que cada um deles é uma Igreja a parte. Vamos analisar também, à luz da Sagrada Escritura, o significado de “Igreja”, partindo das seguintes premissas:

 

1. A Igreja é o Corpo de Cristo.

2. O Corpo de Cristo é a reunião de todos os cristãos verdadeiros.

3. Portanto, a Igreja é a reunião de todos os cristãos verdadeiros.

 

Vamos analisar cada premissa mais de perto:

 

 

1. A Igreja é o Corpo de Cristo

 

Essa premissa é fortemente apoiada pelo Novo Testamento de forma muito clara e explícita. Vemos o apóstolo Paulo dizendo que a Igreja é o Corpo de Cristo:

 

“E sujeitou todas as coisas a seus pés, e sobre todas as coisas o constituiu como cabeça da igreja, que é o seu corpo, a plenitude daquele que cumpre tudo em todos” (Efésios 1:22,23)

 

“Pois o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja, que é o seu corpo, do qual ele é o Salvador” (Efésios 5:23)

 

Colossenses 1:24 é ainda mais claro:

 

“Pois o que eu sofro no meu corpo pela Igreja, que é o Corpo de Cristo, está ajudando a completar os sofrimentos de Cristo em favor dela” (Colossenses 1:24)

 

Não há dúvidas: A Igreja é o Corpo de Cristo!

 

 

2. O Corpo de Cristo é a reunião de todos os cristãos verdadeiros

 

O nosso próximo passo agora é verificar o que seria o “Corpo de Cristo”. Evidentemente o “Corpo de Cristo” não é “os seguidores de uma denominação” e nem os “membros de uma instituição particular”, seja ela romana, ortodoxa, assembleiana, etc. O Corpo de Cristo não é uma instituição religiosa. O Corpo de Cristo é constituído por todos aqueles que seguem a Cristo em espírito e em verdade, guardando os mandamentos de Deus e o testemunho de Jesus Cristo:

 

“E o dragão irou-se contra a mulher, e foi fazer guerra ao remanescente da sua semente, os que guardam os mandamentos de Deus, e têm o testemunho de Jesus Cristo” (Apocalipse 12:17)

 

“Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade” (João 4:24)

 

“Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem” (João 4:23)

 

Nós somos o Corpo de Cristo:

 

1 Coríntios 12

12 Porque, assim como o corpo é um, e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só corpo, assim é Cristo também.

13 Pois todos nós fomos batizados em um Espírito, formando um corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres, e todos temos bebido de um Espírito.

14 Porque também o corpo não é um só membro, mas muitos.

15 Se o pé disser: Porque não sou mão, não sou do corpo; não será por isso do corpo?

16 E se a orelha disser: Porque não sou olho não sou do corpo; não será por isso do corpo?

17 Se todo o corpo fosse olho, onde estaria o ouvido? Se todo fosse ouvido, onde estaria o olfato?

18 Mas agora Deus colocou os membros no corpo, cada um deles como quis.

19 E, se todos fossem um só membro, onde estaria o corpo?

20 Assim, pois, há muitos membros, mas um corpo.

21 E o olho não pode dizer à mão: Não tenho necessidade de ti; nem ainda a cabeça aos pés: Não tenho necessidade de vós.

22 Antes, os membros do corpo que parecem ser os mais fracos são necessários;

23 E os que reputamos serem menos honrosos no corpo, a esses honramos muito mais; e aos que em nós são menos decorosos damos muito mais honra.

24 Porque os que em nós são mais nobres não têm necessidade disso, mas Deus assim formou o corpo, dando muito mais honra ao que tinha falta dela;

25 Para que não haja divisão no corpo, mas antes tenham os membros igual cuidado uns dos outros.

26 De maneira que, se um membro padece, todos os membros padecem com ele; e, se um membro é honrado, todos os membros se regozijam com ele.

27 Ora, vós sois o corpo de Cristo, e seus membros em particular.

 

Aqui Paulo explica que nós “formamos um corpo” (v.13), sendo cada um de nós uma parte importante e fundamental desse Corpo de Cristo, pois nós somos o corpo de Cristo” (v.27). Aqui fica muito mais do que claro que nós somos o Corpo de Cristo, fazendo parte da sua formação, junto aos milhões de cristãos genuínos em todas as partes do mundo e reunidos em várias denominações distintas, formando assim a “Igreja-ekklesia”, que é a reunião de todos os cristãos dispersos por todo o mundo. Nenhum léxico do grego mostra para “ekklesia” o significado de “denominação religiosa” ou “instituição particular”, porque este sentido não é o verdadeiro com relação à Igreja.

 

Paulo é muito claro em afirmar que Deus não habita em templos construídos por mãos humanas:

 

O Altíssimo, porém, não habita em casas construídas por mãos humanas. Como diz o profeta: O céu é o meu trono, e a terra o escabelo dos meus pés. Que casa me edificareis vós?, diz o Senhor. Qual é o lugar do meu repouso? Acaso não foi minha mão que fez tudo isto?” (Atos 7:48-50)

 

Assim, vemos que a Igreja não é uma instituição religiosa particular (como a Igreja Católica Romana ou qualquer outra instituição particular), nem tampouco o mero templo, pois essas são coisas construídas ou fundadas por meros homens, como o autor católico dessa pergunta bem explanou. Não é o templo e nem a instituição a Igreja de Cristo, mas sim nós mesmos, que somos o verdadeiro templo do Espírito Santo:

 

“Acaso não sabem que o corpo de vocês é santuário do Espírito Santo que habita em vocês, que lhes foi dado por Deus, e que vocês não são de si mesmos?” (1Co.6:19)

 

“Certamente vocês sabem que são o templo de Deus e que o Espírito Santo de Deus vive em vocês” (1Co.3:16)

“Nele vocês também estão sendo juntamente edificados, para se tornarem morada de Deus por seu Espírito” (Ef.2:22)

“E eu pedirei ao Pai, e ele lhes dará outro Conselheiro para estar com vocês para sempre, o Espírito da verdade. O mundo não pode recebê-lo, porque não o vê nem o conhece. Mas vocês o conhecem, pois ele vive com vocês e estará em vocês” (Jo.14:16,17)

 

Nós somos o verdadeiro templo do Espírito Santo... nós (cristãos verdadeiros) somos a verdadeira Igreja (ekklesia) de Cristo! A Igreja toma o lugar do templo de Jerusalém, pois o Espírito de Deus vive nela. Paulo acrescenta que a Igreja como um todo tem o compromisso de continuar sendo o que é, ou seja, o templo de Deus. E quem é esse “templo de Deus”? É uma instituição religiosa? É uma denominação particular? Absolutamente não!

 

Esse templo de Deus somos nós mesmos (1Co.3:16; 6:19)! Assim sendo, a expressão “certamente vocês sabem que são o templo de Deus” equivale a dizer: “certamente vocês sabem que são a Igreja de Deus”. Não é a Igreja Católica Romana e nem nenhuma outra instituição ou denominação religiosa que toma o lugar do templo de Jerusalém, mas nós mesmos, que somos a verdadeira Igreja, o verdadeiro templo do Espírito Santo, o Corpo de Cristo, que faz morada em nós pelo Seu Espírito.

 

O erro do autor da pergunta foi pensar que a Igreja é uma instituição ou denominação religiosa e, desta forma, as denominações protestantes estão excluídas porque foram fundadas por homens. Se ele usasse um mínimo de bom senso para ir consultar um léxico do grego para ver o significado de “ekklesia”, ou consultasse uma Bíblia para ver o que é a “Igreja” (algo que os católicos infelizmente não têm o costume de fazer), não iria fazer tal inferência ridícula e iria poupá-lo de ser tão refutado.

 

Se a questão for o templo ou a instituição apenas, nós não temos a “vergonha” de dizer que foi algum homem quem a fundou. E daí? Afinal, não são os próprios católicos que se “vangloriam” de dizer que foram Pedro e Paulo quem fundaram a Igreja de Roma? Por acaso Pedro não é humano? Por acaso Paulo não é humano? Ora, não é nem preciso entrar no mérito da questão sobre terem sido realmente Pedro e Paulo quem fundaram a Igreja de Roma, ou se foi algum outro (de fato, Paulo diz que iria apenas visitar Roma, e não fundar aquela igreja, o que torna o mito ainda mais improvável – At.19:21; Rm.1:10; Rm.1:13).

 

Mas o fato é que, sendo Paulo, Pedro ou qualquer outro homem que tenha fundado aquela comunidade em particular, é um HOMEM – e não um “Deus” – quem a fundou. O mais engraçado de tudo isso é ver os católicos fazerem uso constante do seguinte texto (de quase duzentos anos depois de Cristo) sobre a fundação da comunidade de Roma (dizendo que Paulo e Pedro que fundaram aquela igreja), mas depois dizerem que foram homens quem fundaram as comunidades protestantes. Será que eles esqueceram que Pedro e Paulo eram homens?!?

 

"Nós aqui em Roma temos algo melhor do que o túmulo de Filipe. Possuímos os troféus dos apóstolos fundadores desta Igreja local. Ide à Via Ostiense e lá encontrareis o troféu de Paulo; ide ao Vaticano e lá vereis o troféu de Pedro" (Gaio, Presbítero romano, 199 AD)

 

Será que os católicos também se esqueceram de que as várias comunidades ao redor do mundo foram fundadas por homens, ao longo de toda a Judéia, Samaria, Ásia, e “em todo o mundo” (Mc.14:9), cumprindo a palavra de Jesus, que disse para ir por “todo o mundo e pregar o evangelho a toda criatura” (Mc.16:15)? Algum católico ainda poderia dizer: “Mas Jesus fundou a nossa igreja em Mateus 16.18”! Essa afirmação é simplesmente falsa, em primeiro lugar porque outras igrejas tão antigas quanto à romana (como é o caso da igreja católica do Oriente) fazem uso deste mesmo “argumento” para dizer que Jesus fundou a igreja deles.

 

Ora, se a Igreja que está ali em questão é uma instituição religiosa em específico, então como os católicos de Roma podem provar aos católicos Ortodoxos que foi a Igreja deles que foi fundada ali? Se essa Igreja (ekklesia) em Mateus 16.18 é uma instituição religiosa particular, então como crer que é uma referência à Igreja de Roma, ao invés da Igreja Ortodoxa? Por que os ortodoxos não poderiam fazer uso deste mesmíssimo argumento para “validar” as doutrinas deles, ao invés das doutrinas de Roma, que são em muito substancialmente distintas em inúmeros aspectos? Para quem ainda não sabe, basta ver as diferenças entre a Igreja de Roma e a Igreja Ortodoxa:

 

CLIQUE AQUI PARA VER ALGUMAS DAS DIFERENÇAS ENTRE OS ROMANOS E OS ORTODOXOS

 

Pronto, agora já sabem! Sobre isso, é também interessante explorar sobre o que aconteceu com o Oriente e o Ocidente em 1054. Quem estava em cisma na época? Se você for perguntar para o Oriente irá obter a resposta que foi o Ocidente. Se você for perguntar a Roma, você tem outra resposta: que foi o Oriente! Ora, se nem sequer sobre o próprio cisma eles conseguem se entender (sendo que este aconteceu com fatos documentais em 1054), quanto menos sobre a fundação da “Igreja” referida em Mateus 16.18 (se essa é mesmo uma referência a uma instituição religiosa particular), cujo tempo é ainda mais remoto, as fontes ainda mais escassas e as divergências são ainda mais volumosas!

 

Mas o problema não para por aqui. Essa é apenas a “pontinha” do iceberg. Se os católicos parassem para pensar sobre as inúmeras denominações dentro do próprio catolicismo, essa “dor de cabeça” iria simplesmente explodir de uma só vez. Afinal, se em Mateus 16.18 a “Igreja-ekklesia” é uma instituição religiosa particular, que não pode ter sido fundada por homens e que não pode haver outras, então qual dessas abaixo, que aparecem no Censo de 2010, foi a Igreja fundada por Jesus???

-Católica Apostólica Brasileira
-Católica Apostólica Carismática
-Católica Apostólica Cristã
-Católica Apostólica Ortodoxa
-Católica Armênia
-Católica Bizantino
-Católica Brasileira
-Católica Carismática do Brasil
-Católica do Brasil
-Católica Maronita
-Católica Melquita
-Católica Não Apostólica
-Católica Novo Mandamento
-Católica Ortodóxica Armênica
-Católica Ortodóxica Grega
-Católica Ortodóxica Russa
-Católica Pentecostal
-Católica Renovação Carismática
-Católica Renovada
-Católica Síria
-Católica Tradicionalista
-Católica Ucraniana
-Catolicismo Apostólico Romano
-Católico Congregação Mariano
-Católico Congregado Mariano
-Católico Conservador

-Católica Latina
-Católica da Tradição Litúrgica Alexandrina

-Igreja Católica Copta (1741)
-Igreja Católica Etíope (1846)
-Tradição Litúrgica de Antioquia
-Igreja Maronita (união oficial reafirmado em 1182)
-Rito litúrgico siríaco
-Igreja Católica Siro-Malancar (1930)
-Igreja Católica Siríaca (1781)
-Igreja Católica Arménia (1742)
-Igreja Católica Caldeia (1692)
-Igreja Católica Siro-Malabar (1599)
-Igreja Greco-Católica Melquita (1726)
-Igreja Católica Bizantina Grega (1829)
-Igreja Greco-Católica Ucraniana (1595)

-Igreja Católica Bizantina Rutena (1646)
-Igreja Católica Bizantina Eslovaca (1646)
-Igreja Católica Búlgara (1861)
-Igreja Greco-Católica Croata (1611)
-Igreja Greco-Católica Macedónica (1918)
-Igreja Católica Bizantina Húngara (1646)
-Igreja Greco-Católica Romena unida com Roma (1697)
-Igreja Católica Ítalo-Albanesa
-Igreja Católica Bizantina Russa (1905)
-Igreja Católica Bizantina Albanesa (1628)
-Igreja Católica Bizantina Bielorrussa (1596)
-Igreja Católica Apostólica Carismática
-Igreja Católica Apostólica Cristã
-Igreja Católica Apostólica de Jerusalém
-Igreja Católica Apostólica Ecumênica Contemporânea
-Igreja Católica Apostólica Livre do Brasil
-Igreja Católica Apostólica Missionária de Evangelização
-Igreja Católica Apostólica Nacional
-Igreja Católica Apostólica Nordestina
-Igreja Católica Apostólica Tributária
-Igreja Católica da Primeira Ordem
-Igreja Católica Ecumênica Renovada
-Igreja Católica Ecumênica
-Igreja Católica Liberal (ICL)
-Igreja dos Velhos Católicos
-Igreja Episcopal Latina do Brasil
-Santa Igreja Velha Católica
-Igreja Católica Ecumênica do Brasil
-Igreja Católica Apostólica Ortodoxa - Patriarcado do Brasil
-Igreja Católica Apostólica Ortodoxa Americana
-Igreja Católica Apostólica Ortodoxa Ocidental
-Igreja Católica Apostólica Ortodoxa Unida - Eparquia Mundial
-Igreja Ortodoxa Católica Apostólica Militante
-Igreja Católica Apostólica Ortodoxa Militante
-Igreja Católica Apostólica Ortodoxa do Brasil
-Igreja Católica Ortodoxa Grega do Antigo Calendário
-Igreja Católica Ortodoxa Siriana do Brasil
-Igreja Católica Independente
-Rede Nacional de Missões Católica

 

Vixi.... agora que a situação complicou mesmo!!!

 

Qual dessas será a igreja que Jesus fundou???

 

É claro que os católicos respondendo uma dessas milhares aí em cima (dentre muitas outras) estariam excluindo todas as outras (e consequentemente dizendo que não são a “igreja fundada por Jesus”), privando outros milhões e milhões de católicos da “salvação” (pois eles pregam que fora da Igreja Católica não há salvação, mas sabe-se lá de qual “Igreja Católica” é que eles estão falando...), assim como seria se apontássemos que a Igreja Evangélica do Evangelho Quadrangular é a única instituição certa, o que estaria excluindo a Igreja Batista, por exemplo.

 

Os católicos, desta forma, não estão em uma posição mais confortável do que nós evangélicos; muito pelo contrário, estão metidos dentro de um abismo ainda maior, porque nós não pregamos que a Igreja de Cristo (sim, aquela lá de Mateus 16.18) seja uma Igreja física (uma instituição religiosa em particular), mas sim que é o Corpo de Cristo que é formado pela reunião dos cristãos verdadeiros reunidos em todas as partes do mundo, incluindo evidentemente cristãos de muitas denominações diferentes, cultuando um único e mesmo Deus através de Seu Filho Jesus Cristo, guardando os mandamentos de Deus e o testemunho de Jesus Cristo.

 

Desta forma, exclui-se a necessidade de apontar uma “instituição ou denominação certa”, pois nenhum evangélico diz que Jesus fundou uma Igreja como instituição particular, mas sim que a Igreja é o próprio Corpo místico de Cristo, do qual cristãos de diferentes denominações podem fazer parte. Por mais que essas denominações ou comunidades sejam fundadas por homens, a Igreja (Corpo de Cristo) na qual fazemos parte (não por termos a “carteirinha de membro”, mas sim por guardarmos a lei de Deus escrita em nossos corações por meio de Espírito Santo) já foi fundada muito antes, por Cristo.

 

Desta forma, sendo a Igreja não uma instituição particular e física, mas um Corpo de Cristo espiritual e a reunião dos crentes de toda a terra, nós fazemos parte da Igreja de Cristo, por guardarmos o testemunho de Jesus Cristo, o Nosso Senhor e Salvador. Nós não fazemos parte da Igreja de Cristo por causa da placa da igreja e nem tampouco por causa da “carteirinha de membro”.

 

Nós não fazemos parte da Igreja de Cristo por nos dizermos “católicos”, “evangélicos” ou “ortodoxos”; nós não fazemos parte da Igreja de Cristo por estarmos ligados a alguma instituição particular, mas fazemos parte da Igreja de Cristo se somos filhos de Deus, sacerdócio real, nação santa, povo escolhido, para anunciar as virtudes Daquele que nos chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz, por meio do sangue de Jesus Cristo que hoje nos purifica de todo o pecado, e nos faz verdadeiros herdeiros da herança da graça e das promessas divinas.

 

Por meio do arrependimento sincero e através do novo nascimento verdadeiro, que nós fazemos parte da Igreja de Cristo, como verdadeiros cristãos, salvos pela graça de Deus e justificados pela fé em Cristo. Não é pela placa da Igreja. Não é pela carteirinha de membro. Não é pelo nome da denominação ou instituição! Aleluia!!! Mas infelizmente os católicos não podem desfrutar dessa enorme boa-nova que o evangelho puro e sincero nos traz, pois, para salvarem a crença cega deles de que a igreja deles é a única igreja “fundada por Cristo”, eles são obrigados a se apegar não apenas sob o aspecto espiritual, mas sim sobre o aspecto físico, visível, institucional, denominacional.

 

Assim sendo, para desqualificar os evangélicos e suas denominações, eles precisam desesperadamente provar, de alguma forma, que em Mateus 16.18 a “Igreja-ekklesia” é uma entidade institucional, física e visível, pois isso sim excluiria as denominações protestantes que viriam depois. E é exatamente neste ponto que os católicos mais fracassam por sua própria lógica, pois através dessa mesma “lógica” seria completamente impossível de demonstrar que foi a igreja deles e não a ortodoxa que foi a “igreja fundada por Cristo”.

 

Os ortodoxos dirão que foi a igreja deles, enquanto os romanos dizem que foi a deles. Ambos só têm os seus achismos e imposições forçadas, algo do tipo: “É... por que é... por que é e pronto”! Se for as duas que estão certas, então ambas as doutrinas (de ambas as igrejas físicas) deveriam ser consideradas, mas muitas são contraditórias umas às outras. De fato, a igreja ortodoxa (que já se separou há séculos da romana) alega possuir igualmente todas as tradições corretas, conquanto que as suas tradições sejam grandemente divirgentes das de Roma, como é o exemplo do caso do purgatório, do limbo, do batismo infantil, da primazia do bispo de Roma, dentre muitas outras e diversas “tradições”.

 

Como saber qual retém a “tradição” correta? Ora, ambos alegam para si mesmos possuírem sucessões que remotam desde os tempos dos apóstolos e que, por isso, guardaram incorruptivelmente uma ‘tradição oral’ até os dias de hoje. Mas temos que ser muito ignorantes para acharmos que a tradição da igreja romana é a mesma da igreja ortodoxa:

 

· A Igreja Ortodoxa só admite sete Concílios, enquanto a Romana adota vinte.
· A consagração do pão e do vinho, durante a missa, no Corpo e no Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, efetua-se pelo Prefácio, Palavra do Senhor e Epíclese, e não pelas expressões proferidas por Cristo na Última Ceia, como ensina a Igreja Romana.
· Em nenhuma circunstância, a Igreja Ortodoxa admite a infalibilidade do Bispo de Roma. Considera a infalibilidade uma prerrogativa de toda a Igreja e não de uma só pessoa.
· A Igreja Ortodoxa entende que as decisões de um Concílio Ecumênico são superiores às decisões do Papa de Roma ou de quaisquer hierarcas eclesiásticos.
· A Igreja Ortodoxa não concorda com a supremacia universal do direito do Bispo de Roma sobre toda a Igreja Cristã, pois considera todos os bispos iguais. Somente reconhece uma primazia de honra ou uma supremacia de fato (primus inter pares).
· A Virgem Maria, igual às demais criaturas, foi concebida em estado de pecado original. A Igreja Romana, por definição do papa Pio IX, no ano de 1854, proclamou como "dogma" de fé a Imaculada Concepção.
· A Igreja Ortodoxa repele a agregação do "Filioque", aprovado pela Igreja de Roma, no Símbolo Niceno-Constantinopolitano.
· A Igreja Ortodoxa nega a existência do limbo e do purgatório.
· A Igreja Ortodoxa não admite a existência de um Juízo Particular para apreciar o destino das almas, imediatamente, logo após a morte, senão um só Juízo Universal.
· O Sacramento da Santa Unção pode ser ministrado várias vezes aos fiéis em caso de enfermidade corporal ou espiritual, e não somente nos momentos de agonia ou perigo de morte, como é praticado na Igreja Romana.
· Na Igreja Ortodoxa, o ministro comum do Sacramento do Crisma é o Padre; na Igreja Romana, o Bispo, extraordinariamente, o Padre.
· A Igreja Ortodoxa não admite a existência de indulgências.
· No Sacramento do Matrimônio, o Ministro é o Padre e não os contraentes.
· Em casos excepcionais, ou por graves razões, a Igreja Ortodoxa acolhe a solução do divórcio.
· São distintas as concepções teológicas sobre religião, Igreja, Encarnação, Graça, imagens, escatologia, Sacramentos, culto dos Santos, infalibilidade, Estado religioso, etc.

· Na Igreja Ortodoxa, só se permitem ícones [imagens] nos templos.
· Os sacerdotes ortodoxos podem optar livremente entre o celibato e o matrimônio.
· O batismo é por imersão.
· A comunhão dos fiéis é efetuada com as espécies, pão e vinho; na Romana, somente com pão.

Essa é uma pequena lista daquilo que eu poderia abordar muito mais ampliadamente. Como nós podemos confiar cegamente e de todo o nosso coração que a tradição oral da igreja romana é incorruptível e perfeita como diz o catecismo deles, se a igreja ortodoxa que é tão antiga quanto ela e que também diz remontar aos apóstolos e ‘guardar as tradições’ nos mostra doutrinas completamente distintas? Em qual tradição que devemos confiar? No choro dos católicos que dizem: “É na minha... por que sim”!?  

 

Se temos que considerar apenas uma das duas como a certa, como a “fundada por Jesus”, que as portas do inferno jamais prevaleceriam, então NUNCA poderíamos saber qual das duas que seria a verdadeira, uma vez que existem versões altamente contraditórias entre romanos e ortodoxos e que tal decisão só se respalda no achismo e na mais pura especulação vazia.

 

Por outro lado, se ambas estiverem corretas e foram essa “igreja fundada por Jesus”, infalível e incorruptível, então uma anularia a outra, seria um exemplo auto-contraditório que exclui a si mesmo, uma vez sendo que as doutrinas não se encaixam. Uma única diferença mais fundamental e toda a infalibilidade ou primazia do bispo romano cái em ruínas. Portanto, alegar que a Igreja descrita por Jesus em Mateus 16.18 é uma instituição religiosa é um tiro no pé deles mesmos.

 

Em segundo lugar, mesmo que fôssemos jogar uma moeda para cima no “cara-ou-coroa” e a moeda caísse no lado dos “romanos” como sendo a certa (os ortodoxos já eram), isso ainda não resolveria o problema, pois existem centenas de centenas de centenas de denominações católicas dentro do próprio catolicismo, como foi descrito acima. Muitas dessas denominações ou igrejas contêm milhões de membros e que, se fossem excluídos da Igreja Católica, esta simplesmente perderia completamente a sua força.

 

Muitas dessas igrejas foram oficialmente fundadas muito tempo depois do século I, especialmente em plena Idade Média. Além disso, muitas dessas “igrejas católicas” pregam doutrinas absolutamente divirgentes entre si em inúmeros aspectos, como é o caso da famosíssima briga entre católicos “Tradicionais x Carismáticos”. Uns creem na atualidade dos dons, outros não creem desta forma. Uns creem no dom de línguas como “línguas estranhas” e incompreensíveis, outros creem no dom de línguas meramente como línguas idiomáticas.

 

Uns creem na atualidade e vigor deste dom na atualidade (basta entrar em uma igreja da RCC para perceber isso), já outros tradicionais creem que este dom cessou nos primeiros séculos do Cristianismo. Uns apoiam retiros de cura interior e libertação que os católicos “renovadores” copiaram descaradamente dos neo-pentecostais, já outros não creem e muito menos apoiam nada disso. Os católicos da RCC tem um conceito de “batismo no Espírito Santo” completamente diferente do conceito dos tradicionais. Também devemos levar em consideração o “cai cai” ou “repouso no Espírito”, em que os fieis da RCC “caem pelo espírito” no chão (sabe-se lá qual “espírito” é esse), coisa essa totalmente rejeitada pelos tradicionais.

 

Uns não consideram católicos da renovação carismática como “católicos” mesmo e os chamam de “hereges”, de “pentecostais disfarçados”, etc... já outros se juntam a eles em uma suposta “harmonia”. Uns creem que é possível alguém se salvar mesmo não sendo da Igreja Católica (são os mais “ecunêmicos”), já outros não podem nem ouvir falar o nome de um “protestante” que já está mandando para o fogo do inferno. Uns creem na validade do Concílio Vaticano II (ecunêmico), já outros rejeitam este Concílio e não suportam nem ouvir falar dele (poderíamos citar a velha briga de cão e gato, entre “Montfort x Veritatis”, veja aqui e aqui).

 

Mas as contradições não param por aqui. Alguns católicos gostam de se reunir com o pessoal legal da macumba (veja aqui), já outros não gostam muito dessa galera. Alguns católicos largam a macumbaria e vão para o espiritismo e as teses kardecistas (veja aqui), outros negam que haja essa ligação. Outros ainda, católicos da TL (Teologia da Libertação) apoiam a união gay (veja isso aqui), enquanto outros não gostam nem dos gays nem da TL.

 

Alguns católicos creem na doutrina antibíblica do preterismo (pregam que a tribulação apocalíptica já aconteceu e a gente ‘perdeu o bonde’), enquanto outros são adeptos do futurismo. Desse outro grupo, alguns católicos são pré-tribulacionistas, enquanto outros são pós-tribulacionistas. Se isso não bastasse, alguns grupos católicos também chegam ao ponto de marcar até data para a volta de Jesus (veja aqui)!

 

Ademais, uns creem que os católicos jamais devem se curvar diante das imagens de escultura, como é o caso dos padres que foram massacrados em um debate de rádio que ficou popular, e para fugir de apanhar ainda mais, preferiram mentir descaradamente dizendo que os católicos não se curvam diante das imagens e quem faz isso não é católico (veja aqui)! Agora, para quem quiser, veja o “pseudo-católico” papa João Paulo II prostrado diante de uma imagem (confira comigo aqui e aqui).

 

Uns creem que Maria é co-redentora, outros creem que ela é salvadora, outros creem que só Jesus salva (por enquanto). Alguns outros chegam a afirmar que Maria é muito mais do que Jesus e isso é uma triste verdade que nós temos que encarar (veja isso aqui). Uns creem vigorosamente na existência do limbo e chamam de hereges aqueles que pregam contra isso (veja aqui e aqui), outros católicos dizem que o limbo não existe e nunca existiu (veja aqui), e outros dizem que o papa atual exterminou com o limbo (veja aqui). Pelo visto, nem o Vaticano sabe direito sobre isso, pois nem sequer aparece no catecismo da Igreja Católica!

 

Se fôssemos continuar, passaríamos horas e mais horas conversando sobre alguns padres como o famoso padre Quevedo que não crê na existência do diabo (coitado dos membros da igreja dele...), enquanto a RCC ama exorcizar os “espíritos malignos” do pessoal (tomara que o padre Quevedo não apareça por lá).

 

O padre Jonas ensina o povão católico a aprender a falar em línguas online (veja aqui que lindo isso, e não é só ele, veja isso daqui também!), e outros padres famosos da Renovação Carismática não creem na materialização dos elementos da eucaristia (veja o exemplo do padre Fashion de Melo e do padre Joãozinho, com o massacre da Montfort pra cima deles aqui), dentre inúmeros outros exemplos que poderíamos passar horas e mais horas apenas descrevendo exaustivamente neste espaço.

 

Mas algum católico poderia certamente dizer: “Mas vocês, crentes, também estão cheios de contradições e divergências”! Sim, infelizmente isso é verdade – pelo menos parcialmente. Em temas mais relevantes todos creem no mesmo (nas “cinco solas”, por exemplo), e que Jesus é o nosso único salvador, que a salvação é somente pela graça através da fé, além de outros pontos fundamentais tais como o fato de que a Bíblia é a única regra de fé e prática, na divindade de Jesus e na doutrina da Trindade. Nos pontos principais e mais importantes, fundamentais para a salvação do ser humano, os protestantes são unânimes, embora discordemos em algumas questões menores.

 

Por exemplo, alguns têm um conceito diferente quanto à eucaristia com relação ao outro, mas todos creem que a transubstanciação não existe. Alguns têm uma forma diferente de batizar (por aspersão ou por imersão), mas todos são unânimes em dizer que o batismo não salva ninguém e o único que salva é Jesus. Dito em termos simples, os protestantes podem divergir entre si em algumas questões menores, mas eles são unânimes nos pontos mais fundamentais com relação aos principais pontos de fé necessários para a salvação.

 

Alguém ainda poderia interferir e dizer: “Mas é mentira que todos vocês creem na divindade de Cristo. Veja as testemunhas de Jeová... elas não creem que Jesus é Deus”! Essa é uma famosa tática católica para “dividir” o protestantismo, que consiste em atribuir aos evangélicos religiões que não são “evangélicas” e que pregam muitas doutrinas estranhas, para que a partir dessas seitas dizer que os evangélicos são todos contraditórios.

 

O maior exemplo clássico que os católicos arrumam para dividir os evangélicos é usar as doutrinas da Torre de Vigia mostrar as “contradições”. Infelizmente eles não sabem que nem sequer as próprias testemunhas de Jeová se consideram “evangélicos”, mas pregam exatamente o contrário disso: Que nós protestantes fazemos parte da “Babilônia”, que todas as religiões são do diabo e que só eles mesmos serão salvos!

 

Como alguém assim pode ser evangélico, sendo que eles não consideram os evangélicos como crentes em Jesus Cristo? A lógica diz que, se nós evangélicos não classificamos as testemunhas de Jeová como evangélicas, e as próprias testemunhas não se consideram “evangélicos”, então eles realmente não são evangélicos! Ponto final – fim de papo! Portanto, os únicos que querem infiltrar as TJS como “evangélicos” para inferir divergências maiores e relevantes para a salvação são os próprios católicos, pois as próprias TJS pregam explicitamente que “todas as religiões são do diabo” (“A Sentinela”, pág.62).

 

Em resumo, tanto evangélicos verdadeiros quanto católicos verdadeiros concordam entre si nos pontos mais fundamentais de fé e necessários para a salvação, mas ambos discordam bastante nos pontos secundários. A diferença fundamental, entretanto, é que nós evangélicos não dizemos que a Igreja é uma instituição religiosa, mas que é a reunião do Corpo de Cristo, enquanto os romanistas apregoam que essa “Igreja-ekklesia” é, na verdade, uma instituição religiosa particular (no caso, a deles).

 

Sendo assim, eles precisam se desfazer de todas as contradições existentes no meio deles, bem como de todas as “denominações católicas” em suas várias ramificações, pois doutra forma seria IMPOSSÍVEL apontar a “Igreja” certa, já que elas institucionalissimamente e doutrinariamente divirgentes. Enquanto eles não resolverem o problema das divirgências doutrinárias e práticas no meio deles, bem como excluir aquelas centenas de denominações católicas que nós acabamos de passar aqui, eles não podem de forma nenhuma se “auto-proclamarem” como sendo a “Igreja de Cristo”, se eles tomam essa Igreja-ekklesia como algo institucional, que não admite outras instituições ou denominações.

 

Mas os protestantes estão livres dessa dor de cabeça, porque nenhum evangélico prega que a Igreja-ekklesia seja uma denominação protestante ou uma instituição religiosa particular. Os batistas podem talvez terem alguma diferença secundária em relação aos da Quadrangular, mas todos se consideram membros da Igreja de Cristo, pois fazem parte de um mesmo Corpo – o Corpo de Cristo -, que não é algo institucional e que não limita a salvação a uma única denominação, seja ela qual for.

 

Dessa forma, o “argumento” tanto repetido e repetido diversas vezes pelos católicos, da “divisão protestante” como uma “prova” que supostamente “favorece” o catolicismo, volta ainda com mais força contra eles mesmos. É um tiro no próprio pé, um passo em falso, uma arapuca armada contra eles mesmos. Quando analisamos o que ambos chamam de “Igreja” e as divirgências doutrinárias e práticas existentes no catolicismo e no protestantismo, a conclusão que nós chegamos é que o argumento retorna aos seus preponentes como um bumerangue, impelindo-os de volta e deixando-os sem poder escapar das garras do seu dilema.

 

Além disso, os católicos de todas as denominações se fundamentam sobre este mesmo argumento – o de Mateus 16.18 – que por necessariedade tem que ser (para eles) uma Igreja física e institucional. Como ambos se fundamentam em cima deste mesmo argumento, ambos excluem a si mesmos, tanto quanto seria com duas denominações protestantes distintas que estivessem dizendo que a Igreja de Cristo é uma denominação religiosa em específico.

 

Ou seja, naquilo que os evangélicos falham, os católicos falham mais ainda; e falham pior, pois eles pregam que essa Igreja é uma denominação religiosa, quando eles mesmos são sub-divididos em milhares de denominações, cada uma se apoiando neste mesmo “argumento” de Mateus 16.18 para dizer que são eles os “certos”, excluindo uns aos outros com este mesmo argumento. Dito em termos simples, deixe de lado aquela ideia de jogar a moeda para cima no “cara-ou-coroa” para os romanos “ganharem” dos ortodoxos.

 

Ao invés disso, derrube um caminhão inteiro carregado de milhares dessas moedas e pense naquela mesma probabilidade de cair exatamente na sua igreja como sendo a “igreja certa”! Ao invés de ter que “ganhar na sorte” uma única vez, teríamos que “ganhar na sorte” milhares de vezes, e aquele que vencer exclui automaticamente todas as outras igrejas, comunidades e denominações católicas existentes ao redor de todo o mundo com milhões e milhões de fieis e seguidores! Gostou dessa? Pois é, é exatamente isso o que ocorre quando os católicos fazem uso do pseudo-argumento, repleto de contradições, de Mateus 16.18, rogando que essa “Igreja” seja uma instituição religiosa.

 

Se eles simplesmente se humilhassem diante do sentido simples e puro que a Sagrada Escritura e os léxicos do grego original nos trazem a respeito disso, veriam que essa Igreja não tem nada de instituição religiosa, mas é, muito antes, uma assembléia, reunião de pessoas com um fim em comum, e mais abrangentemente como a reunião total de todos os crentes em todas as partes do mundo. Nunca fala de “instituição” ou “denominação”, porque isso não é a Igreja. A Igreja de Cristo não é uma casa feita por mãos humanas:

 

O Altíssimo, porém, não habita em casas construídas por mãos humanas. Como diz o profeta: O céu é o meu trono, e a terra o escabelo dos meus pés. Que casa me edificareis vós?, diz o Senhor. Qual é o lugar do meu repouso? Acaso não foi minha mão que fez tudo isto?” (Atos 7:48-50)

 

A Igreja de Cristo não é um templo feito por mãos humanas:

 

“O Deus que fez o mundo e tudo que nele há, sendo Senhor do céu e da terra, não habita em templos feitos por mãos de homens (Atos 17:24)

 

A Igreja de Cristo não é aquilo que os católicos querem que ela o seja. É muito fácil dar um sentido equivocado quanto àquilo que seja a Igreja, e a partir dessa premissa falsa baseada em algo mais falso ainda, fazer afirmações injuriosas contra o verdadeiro povo de Deus que cultua somente a Deus, adora somente a Deus e glorifica somente a Deus. E é aqui o último ponto que os católicos erram no significado de “Igreja”: eles simplesmente não abrem a Bíblia para demonstrarem biblicamente o que seria a Igreja, tampouco sabem no grego o que significa “ekklesia”.

 

Eles simplesmente dão um sentido falso e errôneo daquilo que eles querem que seja a Igreja, sem qualquer base ou fundamento para isso. Mas eles são obrigados a tomarem tal atitude, ou senão todo o misticismo em cima de Mateus 16.18 e deles serem a “única Igreja de Cristo” é despedaçado como um furacão. A verdade bíblica dispensa as falácias mentirosas dos religiosos romanistas fanáticos que sempre desejam trazer para si a razão, mas nunca usam a Bíblia para isso.

 

Mas quem sabe um católico honesto aprenda o que é fazer parte da verdadeira Igreja de Cristo, e que Jesus, diferentemente da barca de Pedro que é exclusiva para os católicos, és a arca de nossa salvação, a rocha eleita, a pedra de esquina, a fonte de salvação, para este povo cristão que compõe a Igreja de Cristo, que é encontrado nas muitas denominações evangélicas existentes nos quatro cantos deste mundo.

 

Infelizmente os católicos estão cegos pelo “deus deste século” (2Co.4:4), que “cegou o entendimento dos incrédulos” (2Co.4:4), para que não abram os seus olhos e vejam que a Igreja não é um sistema religioso particular, mas sim um corpo único formado pelo mesmo princípio do evangelho bíblico, mesmo em lugares e costumes diferentes.

 

Muitos nunca vão perceber que a Igreja são todos os convertidos ao nome de Jesus, e que não precisa de todos na mesma denominação da placa registrada no cartório. Nunca vão perceber que estão caminhando para a perdição enquanto ficarem idolatrando a instituição religiosa deles, ao invés de receberem Jesus no coração e viverem de acordo com a Sua Palavra, para, desta forma, serem realmente parte da verdadeira Igreja de Cristo!

 

Mas infelizmente eles não podem abrir os olhos para essa verdade, pois, se fizerem isso, terão que necessariamente abrir mão da falácia interpretativa em cima de Mateus 16.18 e a “Igreja-ekklesia”, e confessarem que todo aquele que busca a Deus com um coração sincero e com arrependimento genuíno, em qualquer parte do mundo, pode ser um cristão que faz parte da Igreja de Cristo.

 

Ainda que a sua denominação específica tenha alguns séculos, ou alguns anos, ou meses, ou dias, mas ele faz parte do Corpo de Cristo, que é adenominacional, invisível, sem placas, sem nomes, sem dogmas humanos e com um único Sumo Pastor: Jesus Cristo. E ele voltará para leva-la ao Seu Reino de glória. Infelizmente alguém precisa urgentemente avisar os católicos que não é a placa da igreja e nem os pedaços arquitetônicos que vão subir voando no arrebatamento da Igreja, mas sim os fieis em Cristo Jesus, e não em uma instituição religiosa qualquer.

 

Sim, sobre essa Igreja (Corpo de Cristo, e não instituição), não há salvação fora dela. E qualquer pessoa, que confessa com a boca o Senhor Jesus, e em seu coração crê que Deus o ressuscitou dentre os mortos, será salvo, pois faz parte dessa verdadeira Igreja. Desta forma, não precisamos nos apoiar sobre a fragilíssima possibilidade ultra-remota de que a nossa instituição ou denominação religiosa seja a “fundada por Jesus”, pois Jesus não fundou instituição. Não precisamos contar com a sorte de que os ortodoxos estejam errados, bem como todas aquelas outras centenas de denominações dentro do próprio catolicismo. Não precisamos nos apegar em cima de denominação ou instituição, contando com a sorte no “cara-ou-coroa”.

 

Sabe do que nós realmente precisamos? Nós precisamos é de Jesus Cristo nas nossas vidas para sermos salvos. Nós precisamos da Sua graça e da Sua misericórdia atuando junto com a nossa fé, para que, seguindo o evangelho bíblico, puro e sincero, possamos ser salvos. Essa é a mensagem bíblica passada a nós ao longo de toda a Escritura, de que a salvação não se encontra apenas dentro de uma única placa, denominação ou instituição (e os outros já eram, estão perdidos), mas sim que a salvação está disponível a todo aquele que crê em Jesus Cristo de todo o coração, alma, força e entendimento:

 

“Mas a justiça que é pela fé diz assim: Não digas em teu coração: Quem subirá ao céu? (isto é, a trazer do alto a Cristo.). Ou: Quem descerá ao abismo? (isto é, a tornar a trazer dentre os mortos a Cristo.). Mas que diz? A palavra está junto de ti, na tua boca e no teu coração; esta é a palavra da fé, que pregamos, a saber: Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Visto que com o coração se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação. Porque a Escritura diz: Todo aquele que nele crer não será confundido” (Romanos 10:6-11)

 

“Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome” (João 1:12)

 

“Para que todo o que nele crer tenha a vida eterna” (João 3:15)

 

“Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3:16)

 

“Porquanto a vontade daquele que me enviou é esta: Que todo aquele que vê o Filho, e crê nele, tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia” (João 6:40)

 

“Justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo para todos os que creem. Não há distinção, pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente por sua graça, por meio da redenção que há em Cristo Jesus” (Romanos 3:22-24)

 

“Visto que existe um só Deus, que pela fé justificará os circuncisos e os incircuncisos (Romanos 3:30)

 

“Portanto, a promessa vem pela fé, para que seja de acordo com a graça e seja assim garantida a toda a descendência de Abraão; não apenas aos que estão sob o regime da lei, mas também aos que têm a fé que Abraão teve. Ele é o pai de todos nós” (Romanos 16:4)

 

“Eis por que sua fé lhe foi creditada como justiça. Ora, não é só para ele que está escrito que a fé lhe foi imputada em conta de justiça. É também para nós, pois a nossa fé deve ser-nos imputada igualmente, porque cremos naquele que dos mortos ressuscitou Jesus, nosso Senhor, o qual foi entregue por nossos pecados e ressuscitado para a nossa justificação” (Romanos 4:22-25)

 

Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado” (Mateus 16:16)

 

A salvação não é “institucional”, não depende da vontade ou querer de um “papa”, mas depende de Deus, e vem através da fé em Jesus Cristo. A salvação é para “todo aquele” que crê em Jesus Cristo (Rm.10:11; Jo.3:15; Jo.3:16; Jo.1:12), e não há distinção, pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus (Rm.3:22-24). Essa salvação não está presa a essa ou aquela denominação religiosa, mas é aos “circuncisos e incircuncisos” (Rm.3:30), não apenas aos que estão sob o regime da lei, mas também aos que tem a fé que Abraão teve (Rm.16:4).

 

Essa salvação é também para nós, porque nós cremos naquele que ressuscitou dos mortos Jesus, o nosso Senhor (Rm.4:22-25). Todo aquele que crer e for batizado será salvo. Não existe limitação denominacional (“quem crer e for da Igreja Católica Romana será salvo...”; “...mas quem for da Igreja Católica Ortodoxa aí já está condenado...”), mas existe apenas a condição de crer para não ser condenado (“quem não crer será condenado”; e não: “quem não fizer parte da instituição religiosa ‘x’ já era, está no inferno, acabou-se, está tudo arruinado...”). A salvação é para todo aquele que é tomado de arrependimento sincero e genuíno e segue os ensinamentos de Cristo.

 

É óbvio que tais pessoas não existem apenas em uma ou outra denominação evangélica. Os batistas são tão adoradores quanto os assembleianos, e os presbiterianos creem em Jesus tanto quanto os da Quadrangular. A salvação não é denominacional. A salvação independe de denominação, porque ela vem unicamente por meio de Jesus Cristo, nosso Senhor e Deus. Infelizmente os católicos nunca poderão admitir isso, pois estariam abrindo mão da falácia histórica em cima de Mateus 16.18 e a “Igreja institucional”, e porque são obrigados a crer nessas aberrações:

 

“Perecerão infalivelmente os que não tiverem a fé católica e não a guardarem íntegra e sem mancha” (Papa Gregório XVI [1831–1846] Ep. 166).

 

"Firmemente crê, professa e predica que ninguém que não esteja dentro da Igreja Católica, não somente os pagãos, mas também, judeus, os hereges e os cismáticos, não poderão participar da vida eterna e irão para o fogo eterno que está preparado para o diabo e seus anjos, a não ser que antes de sua morte se unirem a Ela” (Concílio de Florença, 1438-1445)

 

“Fora da fé católica, romana e apostólica ninguém se salva” (Papa ““Inocêncio”” III)

 

“Esta verdadeira fé católica, fora da qual ninguém pode se salvar” (Papa Pio IV, Profissão de fé da Bula "Iniunctum nobis" de 1564)

 

“Há apenas uma Igreja universal dos fiéis, fora da qual absolutamente ninguém é salvo” (Cânon I do “infalível” Concílio de Latrão, 1215)

 

Dá para acreditar numa coisa dessas??? Alguém aí conseguiu ver alguma “DIFERENÇA” entre as citações bíblicas mencionadas acima (do todo aquele que crer será salvo) com tais aberrações de que fora de uma instituição religiosa (como a ICAR) todos perecerão infalivelmente... irão para o fogo eterno preparado para o diabo... absolutamente ninguém será salvo??? Mas não se espantem e nem se escandalizem, meus irmãos. Isso não passa de mero reflexo e consequência natural da drástica interpretação apelativa e falaciosa em cima de Mateus 16.18.

 

Além de terem que torcer (e torcer muito, muito mesmo) para que as outras centenas de centenas de denominações “católicas” estejam todas erradas (incluindo a ortodoxa) e que eles e apenas eles sejam a “igreja [instituição] fundada por Jesus”, eles ainda tem que, forçosamente, através disso excluir da salvação os que não fizerem parte de determinada instituição religiosa em particular, contrariando totalmente os evangelhos, o próprio Senhor Jesus e os apóstolos, e colocando a fé na incerteza de uma “instituição religiosa”, ao invés de colocarem a fé na certeza absoluta de Jesus Cristo.

 

Isso mesmo, porque a Igreja de Cristo é uma instituição religiosa e que fora dela ninguém se salva, então eles tem que desesperadamente torcerem – e torcerem muito – para que eles estejam dentro da “instituição certa”, sendo que todos os outros milhões de católicos de outras “denominações” e todos os ortodoxos estão todos na instituição errada. Ou seja, eles precisam colocar muita fé na instituição deles, pois se a instituição deles não é EXATAMENTE aquela “instituição lá de Mateus 16.18”, então não adianta eles terem fé em Cristo ou praticarem boas obras, nem tampouco adianta o novo nascimento, pois já estariam todos condenados de qualquer jeito!

 

Por outro lado, enquanto os católicos colocam uma terrível fé cega na instituição religiosa deles, nós, os evangélicos, não colocamos a nossa fé baseada na nossa denominação específica, pois sabemos que aquilo é apenas um templo fundado por mãos humanas, que nada mais é senão um local de reunião onde a verdadeira Igreja, o Corpo de Cristo, está reunido em adoração ao Senhor. Desta forma, o pré-requisito para estar na Igreja de Cristo não é estar em uma instituição mais velha do que a outra, mas somente a fé em Jesus Cristo. Não precisamos jogar o “cara-ou-coroa” quinhentas vezes para ver se nós estamos na “instituição certa”.

 

Precisamos apenas olhar para a nossa própria vida e o nosso relacionamento com Ele, sobre o quanto estamos buscando-O, sobre o quanto que estamos longe do pecado, sobre o quanto que estamos crescendo em maturidade espiritual, e sobre como está a nossa fé em Cristo. Se estes fatores estiverem presentes em nossa vida, não precisamos ficar “batendo a cabeça” com confusões históricas e nem com instituições, não precisamos corromper as Escrituras e nem os léxicos do grego para colocar na palavra “Igreja-ekklesia” um significado totalmente controvertido, pois nós estamos em Cristo:

 

“Por isso mesmo, empenhem-se para acrescentar à sua fé a virtude; à virtude o conhecimento; ao conhecimento o domínio próprio; ao domínio próprio a perseverança; à perseverança a piedade; à piedade a fraternidade; e à fraternidade o amor. Porque, se essas qualidades existirem e estiverem crescendo em suas vidas, elas impedirão que vocês, no pleno conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo, sejam inoperantes e improdutivos” (2 Pedro 1:5-8)

 

É através da nossa fé, da virtude, do conhecimento, do domínio próprio, da perseverança, da piedade, da fraternidade e do amor que podemos, olhando para as nossas próprias vidas, vermos se estamos ou não estamos em Cristo; se estamos ou não estamos sendo operantes e produtivos para o Reino de Deus na terra. É uma pena, mas Pedro não citou a “instituição religiosa” nesses pré-requisitos!

 

Por isso, embora o católico precise bater a cabeça e passar uma vida inteira buscando saber se a “instituição fundada por Cristo” é a deles ou a ortodoxa (e, se for a deles, qual deles que é!), os evangélicos não precisam disso. A única coisa que nós precismos, não é de uma fé na instituição ou denominação, mas sim na fé em Jesus Cristo. E, se temos a fé genuína em Cristo, então nós estamos em Cristo. Essa é a mensagem do evangelho bíblico, da pureza e simplicidade do Cristianismo verdadeiro: querendo ou não, gostando ou não.

 

Instituições podem falhar; Jesus, não. Uma igreja ou comunidade local pode cair da fé, por isso não é inteligente colocarmos a nossa fé nelas. Os católicos colocam a fé deles na instituição religiosa deles, e isso lhes impede e verem além do véu espiritual e constatarem todos os milhares de erros e desvios morais e doutrinários ao longo de séculos em que o diabo toma conta de Roma com grande facilidade.

 

Como aconteceu por muitas vezes no Antigo Testamento, a Igreja-ekklesia caiu, cometendo erros e apostatando repetidas vezes. A história da Igreja-ekklesia sob a antiga aliança é uma história quase ininterrupta de idolatria e apostasia, a partir da construção do bezerro de ouro (Êx.32) para a idolatria, que resultou na queda de Israel para a Assíria e na queda de Judá para os babilônios. Quando o Messias veio, as coisas continuaram no mesmo caminho: a Igreja da velha aliança o rejeitou. Apenas um pequeno remanescente acreditava. Em certo período apenas uma porção quase insignificante de pessoas continuavam retamente nos caminhos do Senhor:

 

“Mas que lhe diz a resposta divina? Reservei para mim sete mil homens, que não dobraram os joelhos a Baal. Assim, pois, também agora neste tempo ficou um remanescente, segundo a eleição da graça” (Romanos 11:4,5)

 

Essa mensagem é realmente muito forte. Apesar de Israel ser a nação escolhida pelo Senhor, isso não os impediu de se desviarem do caminho correto, de tal forma que chegou a um ponto em que restaram apenas sete mil joelhos que não se dobraram ante a Baal! Em outras palavras, era apenas um pequeno e quase insignificante remanescente de sete mil pessoas que estavam com a verdade, enquanto a nação israelita inteira estava toda perdida em erro, especialmente no pecado da idolatria.

 

Mas e quanto à Igreja sob a nova aliança? O Novo Testamento afirma que ela também pode apostatar (Mt.7:17; At.20:28-30; 1Tm.4:1). Caso contrário, o apóstolo Paulo não teria quase perdido a respiração dizendo repetidamente que os exemplos do Velho Testamento de apostasia “aconteceu como exemplos para nós, para que possamos não desejar o mal, como eles fizeram” (1Co.10:6). Noutras palavras, ele compara explicitamente o que aconteceu sob a antiga aliança com o que poderia acontecer com a Igreja sob a nova aliança, mostrando logo em seguida o exemplo da idolatria:

 

“Essas coisas ocorreram como exemplos para nós, para que não cobicemos coisas más, como eles fizeram. Não sejam idólatras, como alguns deles foram, conforme está escrito: ‘O povo se assentou para comer e beber, e levantou-se para se entregar à farra’” (1 Coríntios 10:6,7)

 

Em seguida, Paulo volta a confirmar que aquelas coisas foi um antítipo daquilo que nós, no fim dos tempos, em vigor da nova aliança, estamos sujeitos:

 

“Essas coisas aconteceram a eles como exemplos e foram escritas como advertência para nós, sobre quem tem chegado o fim dos tempos. Assim, aquele que julga estar firme, cuide-se para que não caia!” (1 Coríntios 10:11,12)

 

A conclusão de Paulo não poderia ser outra: Aquele que julga estar de pé, cuide para que não caia. Isso obviamente só seria possível caso Paulo tivesse seriamente em mente a possibilidade factual da Igreja-ekklesia falhar sob a nova aliança, assim como a Igreja-ekklesia falhou em inúmeros momentos sob a antiga aliança. Os vários desvios de Israel e sua apostasia não eram um contraste com a Igreja (cristãos) sob a nova aliança; antes, se aplica como uma tipologia. O mesmo fez o apóstolo Pedro:

 

“No passado surgiram falsos profetas no meio do povo, como também surgirão entre vocês falsos mestres. Estes introduzirão secretamente heresias destruidoras, chegando a negar o Soberano que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição. Muitos seguirão os caminhos vergonhosos desses homens e, por causa deles, será difamado o caminho da verdade. Em sua cobiça, tais mestres os explorarão com histórias que inventaram. Há muito tempo a sua condenação paira sobre eles, e a sua destruição não tarda” (2 Pedro 2:1-3)

 

Pedro traça uma analogia entre aquilo que aconteceu na Igreja sob a antiga aliança (“no passado”) com aquilo que iria acontecer com a Igreja sob a nova aliança, com o surgimento de falsos mestres que apareceriam na Igreja, não para enganar uma minoria, mas para enganar “muitos” (v.2), que seguiriam os caminhos vergonhosos dos ensinos daqueles falsos mestres. Isso nos faz lembrar que a porta da salvação é “estreita” (Mt.7:14), onde apenas “poucos entram” (Mt.7:14), expressamente declarado como sendo um “pequeno rebanho” (Lc.12:32).

 

Toda a figura de linguagem bíblica acerca de “porta estreita (Mt.7:13), “caminho estreito (Mt.7:14), poucos se salvarão” (Lc.13:24; 1Pe.4:18), muitos se desviarão do caminho da verdade” (2Pe.2:1-3), de um pequeno rebanho” (Lc.12:32) que sobrevive e de que o mesmo que aconteceu com a Igreja sob a antiga aliança aconteceria também com a Igreja sob a nova aliança (2Pe.2:1-3; 1Co.10:6), nos deixa muito claro que a Igreja não seria infalível, muito pelo contrário, iria ser conduzida por falsos mestres onde apenas um remanescente (como em Israel) continuaria guardando a pureza do evangelho. A Igreja não cairia como um todo, pois “as portas do Hades não prevalecerão contra ela” (Mt.16:18).

 

Mas, sendo a Igreja-ekklesia nada a mais que a reunião dos cristãos verdadeiros em todos as partes do mundo, enquanto existisse um único cristão verdadeiro, ou um grupo de cristãos (ainda que fossem minoria, como o próprio evangelho atesta e confirma) ali Cristo estaria no meio deles, ainda que fossem “dois ou três” (Mt.18:20). Ou seja, enquanto um pequeno grupo de cristãos verdadeiros permanecesse de pé, as portas do inferno não prevaleceriam contra eles (a Igreja), ainda que a apostasia geral fosse alarmante, assim como foi com Israel no passado, e com um pequeno remanescente que continuou servindo ao Senhor ao invés dos ídolos (1Rs.19:18).

 

Isso a História atesta e confirma, que, embora a grande maioria dos cristãos tenha caído na apostasia, sempre existiu um pequeno remanescente, como foi o caso dos anabatistas e de outros grupos que se reuniam separadamente da Igreja Romana, quando já esteve absoluta no poder:

 

"Não fosse o fato de terem os batistas sido penosamente atormentados e apunhalados durante os mil e duzentos anos, eles seriam mais numerosos mesmo do que todos os que vieram da Reforma!" (Hosius, Letters, Apud Opera, paginas 112,113)

"Os batistas são o único corpo de cristãos que nunca tiveram similitudes com Roma" (Isaque Newton)

"Antes de se levantarem Lutero e Calvino, estava ocultas em quase todos os países da Europa pessoas que seguiam tenazmente os princípios dos modernos Batistas Holandeses" (Johann Lorenz von Mosheim)

"Nossos leitores percebem agora que os Batistas são a mesma seita dos Cristãos que antes foram escritos como Anabatistas. Realmente parece ter sido o seu principio dominante desde o tempo de Tertuliano até o presente" (Enciclopédia de Edimburgo)

 

"Os verdadeiros cristãos, foram na realidade, marginalizados por não concordarem com tal situação, formando grupos à parte que sempre marcharam paralelos com a igreja favorecida e entremeada de pessoas que buscavam interesses políticos e sociais. Esses cristãos, por não aceitarem tal situação, no decurso da história, eram agora perseguidos pelos outros 'cristãos' e muitos dos seus líderes eram queimados na fogueira em praça pública..." (CABRAL, J. Religiões, Seitas e Heresias, Rio de Janeiro/RJ: 3ª edição, Universal Produções - Indústria e Comércio, página 75)

"Depois que o Cristianismo se impôs e dominou em todo o império, o mundanismo penetrou na igreja e fez prevalecer seus costumes. Muitos dos que anelavam uma vida espiritual mais elevada estavam descontentes com os costumes que os cercavam e afastavam-se para longe das multidões. Em grupos ou isoladamente, retiravam-se para cultivar a vida espiritual..." (HURLBUT, Jesse Lyman. História da Igreja Cristã, São Paulo: Editora Vida, 8ª edição, 1995, página 83)

 

Em outras palavras, o mesmo que aconteceu com a Igreja-ekklesia sob a antiga aliança, ocorreu com a Igreja-ekklesia sob a nova aliança: uma apostasia, onde apenas uma pequena minoria, literalmente um remanescente, sobreviveu para servir a Deus em pureza, santidade e retidão aos Seus caminhos, e sobre esses cristãos legítimos, que formavam a Igreja verdadeira, as portas do inferno não prevaleceram.

 

É significativo que, segundo as Escrituras, há “falsos apóstolos” (2Co.11:13; Ap.2:2), “falsos mestres” (2Pe.2:1), e até mesmos “falsos cristos” (Mt.24:24). Estamos a receber um alerta específico sobre a possibilidade de que as igrejas particulares apostatem nas cartas às sete igrejas em Apocalipse 2-3. Muitas delas já haviam caído na apostasia, como é o caso da igreja de Laodicéia (Ap.3). De todos as sete igrejas locais, apenas a de Filadélfia guardava perfeitamente o evangelho como lhe havia sido confiado (Ap.3:7-11). Isso que estamos falando ainda em século I!

 

Também temos que lidar com a triste verdade de que um dos doze apóstolos de Cristo apostatou. Se um apóstolo de Cristo poderia apostatar, não é inconcebível que uma ou mais igrejas locais possam apostatar – especialmente quando consideramos o fato de que a Escritura repetidamente alerta as igrejas locais para o perigo de apostatarem.  Os problemas tratados nas epístolas paulinas, epístolas gerais, e as sete cartas do Apocalipse (2-3) alertam que isso já estava a acontecer em pleno século primeiro. Basta ler a epístola aos gálatas para vermos o quanto tão rapidamente eles já haviam deixado o caminho da verdade:

 

“Maravilho-me de que tão depressa passásseis daquele que vos chamou à graça de Cristo para outro evangelho; o qual não é outro, mas há alguns que vos inquietam e querem transtornar o evangelho de Cristo. Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema. Assim, como já vo-lo dissemos, agora de novo também vo-lo digo. Se alguém vos anunciar outro evangelho além do que já recebestes, seja anátema” (Gálatas 1:6-9)

 

“Vocês corriam bem. Quem os impediu de continuar obedecendo à verdade?” (Gálatas 5:7)

 

Se a igreja local da Galácia apostatou tão cedo, porque a igreja local de Roma não poderia ter apostatado, até mesmo em um tempo mais distante? Igrejas ou comunidades locais podem apostatar, mas os católicos estão apostando a eternidade que o bispo de Roma nunca poderia ter sido um desses “falsos mestres”, quando há absolutamente prova zero de que a liderança da igreja local de Roma tenha sido a única protegida, e as evidências bíblicas e históricas nos mostram provas abundantes de que ela não tenha sido. Ao contrário do que pensam os católicos, o que foi dito a igreja de Roma foi exatamente o contrário, que eles poderiam ser cortados assim como todas as demais igrejas locais:

 

“Se alguns dos ramos foram cortados, e se tu, oliveira selvagem, foste enxertada em seu lugar e agora recebes seiva da raiz da oliveira, não te envaideças nem menosprezes os ramos. Pois, se te gloriares, sabe que não és tu que sustentas a raiz, mas a raiz a ti. Dirás, talvez: Os ramos foram cortados para que eu fosse enxertada. Está certo. Eles, porém, foram cortados devido à incredulidade, e você permanece pela fé. Não se orgulhe, mas tema. Pois se Deus não poupou os ramos naturais, também não poupará você. Considera, pois, a bondade e a severidade de Deus: severidade para com aqueles que caíram, bondade para contigo, desde que permaneça na bondade dele. De outra forma, você também será cortado (Romanos 11:17-22)

 

Aqui vemos que Paulo, escrevendo à comunidade de Roma, deixava suficientemente claro que não eram eles quem sustentava a raiz, mas a raiz a eles. Por isso mesmo, eles deveriam temer, pois o Deus que não poupou os “ramos naturais” (israelitas) também não iria poupá-los! Dito em termos simples, a relação de Deus para com Israel, que constantemente envolvia desvios morais e doutrinários da igreja da antiga aliança, não é diferente da relação de Deus com a igreja sob a nova aliança. Se eles não permanecessem na verdade de Deus, simplesmente seriam cortados, assim como foi com os israelitas que apostataram.

 

Paulo em momento NENHUM indica que os romanos iriam permanecer firmes para sempre, que nunca iriam se desviar, que eram INFALÍVEIS ou que a doutrina deles seria INCORRUPTÍVEL. Muito pelo contrário! O que Paulo claramente aponta aos romanos não é a “infalibilidade” e nem a “incorruptibilidade” alegada pelos católicos, mas sim uma clara advertência a eles temerem serem cortados, assim como ocorreu com a igreja (Israel) sob a antiga aliança! Os católicos vivem como se fossem eles mesmos quem sustentam a raiz, como se a Igreja deles fosse infalível e inerrante, e que todos aqueles que deixam a Igreja deles está apostatando, pois não está seguindo mais a verdade.

 

Em outras palavras, eles não admitem a possibilidade de eles mesmos apostatarem; por isso, preferem dizer que todos aqueles que largaram a igreja deles é que apostataram! O próprio caráter de suposta “infalibilidade” doutrinária ao bispo romano em formulação de dogmas e doutrinas da fé é uma arrogância e prepotência que tem por única finalidade inferir que a igreja deles simplesmente nunca pode se desviar do caminho ou errar o alvo; afinal, o magistério da igreja deles é “infalível”, não é mesmo? Ora, infalível significa “incapaz de erro”.

 

Os católicos, puramente por orgulho próprio e arrogância, consideram a sua Igreja “incapaz de erro”, incapaz de ser “cortada” ou de apostatar. Não consideram aquilo que Paulo diz: “Aquele que está de pé, cuide para que não caia”! – 1Co.10,12. O que o apóstolo alerta já no primeiro século é precisamente o oposto dessa teoria mirabolante dos católicos da “infalibilidade”: Eles deveriam é TEMER serem cortados, pois o Deus que não poupou os ramos naturais também não lhes pouparia!!!

 

Afinal, diferentemente de como os católicos pregam, não são eles quem sustenta a raiz. Não são eles os “donos da verdade”, eles não estão isentos de apostasia, e por isso mesmo o recado de Paulo para eles temerem. Do início ao fim, vemos que a severa mensagem de Paulo à igreja de Roma no século I se resume, não a uma declaração enfática de infalibilidade àquela comunidade, ao magistério daquela igreja ou ao bispo de lá, mas sim uma advertência severa de que eles também não seriam poupados, e que deveriam temer. Quanta diferença disso para a infalibilidade proposta pelos romanos para eles mesmos!

 

Felizmente, não estamos obrigados a tais enigmas de entorpecimento mental, porque não há nenhuma evidência na Escritura para a infalibilidade papal ou de algum bispo ou igreja local em específico. Muito pelo contrário, o que vemos é o próprio Pedro cometendo desvios morais e doutrinários, e isso depois da famosa frase de Mateus 16.18. Ele teve a audácia de repreender Jesus (Mt.16:22), e foi repreendido como Satanás (Mt.16:23), porque “não pensa nas coisas de Deus, mas nas dos homens” (Mt.16:23).

 

Como pode o próprio papa não pensar nas coisas de Deus, mas nas dos homens, e mesmo assim ser infalível?! Depois da prisão de Jesus, Pedro negou repetidamente o Senhor Jesus, indo tão longe ao ponto de se amaldiçoar e jurar (Mt.16:69-75). Anos mais tarde, Pedro continuou a demonstrar a sua falibilidade, quando atuou como hipócrita e foi repreendido na face por Paulo:

 

“Quando, porém, Pedro veio a Antioquia, enfrentei-o face a face, por sua atitude condenável. Pois, antes de chegarem alguns da parte de Tiago, ele comia com os gentios. Quando, porém, eles chegaram, afastou-se e separou-se dos gentios, temendo os que eram da circuncisão. Os demais judeus também se uniram a ele nessa hipocrisia, de modo que até Barnabé se deixou levar. Quando vi que não estavam andando de acordo com a verdade do evangelho, declarei a Pedro, diante de todos: ‘Você é judeu, mas vive como gentio e não como judeu. Portanto, como pode obrigar gentios a viverem como judeus?’” (Gálatas 2:11-14)

 

Ademais, o próprio Pedro também tinha falhas doutrinárias (=falível doutrinariamente). Por mais que o Senhor Jesus já tivesse declarado “puro todos os alimentos” (Mc.7:19), Pedro continuava considerando certos alimentos como “impuros e imundos” (At.10:14), precisando ser corrigido em seguida pelo próprio Senhor Jesus através da visão que estava tendo (At.10:15). Ou seja, Pedro tinha falhas morais e tinha falhas doutrinárias. Ele era um ser totalmente falível, isto é, sujeito a falhas em todos os aspectos, assim como qualquer outro homem mortal. Essa de que um homem tão falho como Pedro era “infalível’ em “ex cathedra” é conversinha pra boi dormir e invenção mirabolante tirada não sei da onde, mas com certeza não foi da Bíblia.

 

Não há absolutamente nada que indique qualquer tipo de dom da infalibilidade para ele. Deve ser por isso mesmo que a Igreja Católica achou que “arrumou” a situação, ao dizer que o papa só é infalível quando está fazendo uma declaração “ex cathedra”, definição essa feita para ser deliberadamente vaga, a fim de que os próprios teologos romanos possam encontrar formas de explicar errôneos pronunciamentos papais no passado. Se o papa Honório disse oficialmente algo herético e foi condenado como herético (como de fato foi), deve ser porque ele não estava falando em “ex cathedra”! Se outros papas falaram de forma contrária à Escritura, eles não estavam falando “ex cathedra”. Em outras palavras, o papa é infalível, exceto quando ele não é!

 

O dom da infalibilidade papal é, desta forma, apenas uma invencionice romana típica de quem quer se auto-exaltar e negar a possibilidade de queda, que Paulo tanto alertou que aconteceria (Rm.11:17-22). Ao invés de temerem a mensagem severa de Paulo e lutarem para continuarem no caminho certo, sabendo que poderiam errar e apostatar, eles preferiram fechar os seus ouvidos para Paulo, e criar uma heresia confortável aos seus próprios ouvidos, algo rejeitado até mesmo pelas igrejas mais históricas quanto à própria igreja romana (como é o caso da igreja ortodoxa, que nega a infalibilidade do bispo romano e que não tem a falsidade e dissimulação de se auto-exaltar alegando para si mesmo este dom de infalibilidade alegado somente pelos romanos e somente para eles mesmos!), pois era disso que os romanos precisavam para inventarem quantas doutrinas (heresias) quisessem, sem temer caírem na heresia; afinal, eles são “infalíveis”, não é mesmo?!

 

Assim, ao invés de “temerem” (Rm.11:20), preferiram, com essa invenção, ficarem livres de todo peso de consciência para inventarem tantas barbaridades e aberrações teológicas quanto viessem à cabeça deles. Disso pode-se entender perfeitamente tanto desvio moral e doutrinário ocorrido dentro dessa igreja apóstata, tal como os disparates cometidos por um famoso doutor e “santo” da igreja romana, que teve a ousadia de dizer em seu livro, “Glórias de Maria”:

 

“Feliz aquele que se abraça amorosa e confiadamente a essas duas âncoras de salvação: Jesus e Maria! Não perecerá eternamente” (pagina 31)

“Por conseguinte estão sujeitos ao domínio de Maria os anjos, os homens e todas as coisas do céu e da terra (pagina 35)

Maria, para salvar as nossas almas, sacrificou com amor a vida de seu Filho (pagina 47)

Maria imolou a sua alma para a salvação de muitas almas (pagina 47)

“Do Eterno Pai diz o Evangelho que amou os homens a ponto de por eles entregar à morte seu Filho Unigênito (João 3.16). O mesmo também se pode dizer de Maria: Tanto amou os homens, que por eles entregou seu Filho Unigênito (Pagina 53)

“Então com suma dor e com intenso amor para conosco, Maria estava sacrificando por nós a vida de seu Filho (pagina 56)

Os pecadores só por intercessão de Maria recebem o perdão(pagina 76)

Seguindo a Maria, não errarás o caminho da salvação(pagina 85)

Se Maria é por nós, quem será contra nós? (pagina 90)

Sois onipotente, ó Maria, visto que vosso Filho quer vos honrar, fazendo sem demora tudo quanto vós quereis (pagina 100)

 

 

“Muitas coisas se pedem a Deus, e não se alcançam. Pedem-se a Maria, e conseguem-se (pagina 118)

Ide a Maria! O Senhor decretou não conceder favor algum sem a mediação de Maria. Por isso nas mãos dela está nossa salvação (página 144)

 

“Quando nos vem tentar o demônio, não deixemos de fazer como os pintinhos, que, mal enxergam o gavião, correm logo a refugiar-se sob as asas da mãe. Logo que nos assaltam tentações, sem discorrer com elas, refugiemo-nos depressa sob o manto de Maria. E vós, Senhora, deveis defender-nos... Depois de Deus outro refúgio não temos senão vós, que sois a nossa única esperança protetora, em quem confiamos (pagina 85)

 

“Ah! Como fogem os demônios à presença de Nossa Senhora! Se na hora da morte tivemos Maria a nosso favor, que poderemos recear de todo o inferno?” (pagina 90)

 

“Salve esperança de minha alma... salve , ó segura salvação dos cristãos , auxílio dos pecadores, defesa dos fiéis, salvação do mundo (pagina 98)

 

“Em vós, Senhora, tendo colocado toda a minha esperança e de vós espero minha salvação (pagina 147)

 

“Acolhei-nos sob a vossa proteção se salvos nos quereis ver; pois só por vosso intermédio esperamos a salvação (pagina 147)

 

“É tributada ao Filho e ao Rei toda a honra que se presta à Mãe e à Rainha (pagina 131)

 

“Maria é advogada poderosa para a todos salvar” - “Maria é toda poderosa junto a Deus (pagina 151)

 

E sabe o que foi que a Igreja Romana fez com esse autor, Afonso de Ligório, que escreveu todas essas aberrações heréticas, blasfemando sem pena contra Cristo e contra Deus, adorando descaradamente uma criatura em lugar do Criador, e chamando-a de “toda poderosa”, “salvadora”, “onipotente”, etc, etc, etc... e que ainda teve a cara de pau de dizer que se pedem coisas a Deus e não se conseguem, mas pedem a Maria e se conseguem(!), lendo passagens bíblicas e trocando a palavra “Deus” por “Maria”? Bom, vamos dar algumas opções para os católicos pensarem um pouquinho:

 

( ) Excomungou o herege, é claro! E ainda baniu esse livro espúrio e blasfemo.

 

( ) Não o excomungou, mas proibiu a leitura de seus livros, assim como fez com inúmeros outros que por sua vez atacavam a fé católica.

 

( ) Não baniu os seus livros, e nem o excomungou da Igreja.

 

( ) Não baniu os seus livros, não o excomungou da igreja, e ainda o classificou como “doutor” da Igreja!

 

(X) Não baniu os seus livros, não o excomungou da Igreja, não tomou porcaria de atitude nenhuma com relação a esse herege, e ainda o tornou “doutor” da Igreja, e por fim, o beatificou! Isso mesmo, esse herege ainda foi canonizado por essa Igreja apóstata!!!

 

Sabem o que isso significa, pessoal? Isso significa nada a mais nada a menos senão que ser condizente com as heresias e tolerá-las. Pior ainda do que isso, é concordar com elas, ao não fazer absolutamente nada contra um herege desses, e ainda elevá-lo ao padrão de “santo” e “doutor” da Igreja! Um herege como esse não mereceria nem fazer parte de uma Igreja decente, mas a ICAR não apenas o tolerou, como também apoiou fortemente as suas ideias e a sua pessoa, e até hoje tem muitos católicos que apoiam os seus escritos e os propagam.

 

A Igreja Católica tinha o “Index Librorum Prohibitorum” (índice dos Livros Proibidos), em que ela proibía os fieis católicos de lerem certos livros que ela considerava “nocivos” à fé católica. E será que essas pilhérias de Afonso de Ligório, dizendo que Maria é a salvadora onipotente e toda-poderosa, que atende orações que nem Deus atende, está nessa lista de “livros proibidos”? Mas é claro que não! Nem perto!!!

 

A Igreja Católica não está nem aí pra Jesus! Se aquele livro contém um monte de blasfêmias e heresias, mas não ataca a poderosíssima instituição religiosa deles que eles tanto adoram, então pode tudo! Isso significa que eles não consideravam nenhuma dessas aberrações como algo nocivo à fé católica, o que explica o porquê que ela tanto apoiou os seus escritos, e o elevou ao patamar de santo e doutor da Igreja. Que vergonha!!! Mas – é claro –, estamos falando de Igreja Católica!

 

Só para ter uma noção, ele passou dez anos colhendo citações nos livros de numerosos autores (outros católicos, é claro), tirando deles os trechos mais “belos e tocantes” sobre Maria. O resultado de tantos “anos de pesquisa” de outros inúmeros autores CATÓLICOS não poderia ser outro senão uma enxurrada de doutrinas diabólicas que a Igreja Romana engoliu facinho. E pior ainda do que isso, como sinal de sua incentivação às heresias, ainda canonizou e elevou o nível de hereges como esses que fazem intrinsecamente parte de sua instituição histórica. A Bíblia, no entanto, adverte com severidade aqueles que toleram as doutrinas malignas:

 

“No entanto, contra você tenho isto: você tolera Jezabel, aquela mulher que se diz profetisa. Com os seus ensinos, ela induz os meus servos à imoralidade sexual e a comerem alimentos sacrificados aos ídolos. Dei-lhe tempo para que se arrependesse da sua imoralidade sexual, mas ela não quer se arrepender. Por isso, vou fazê-la adoecer e trarei grande sofrimento aos que cometem adultério com ela, a não ser que se arrependam das obras que ela pratica. Matarei os filhos dessa mulher. Então, todas as igrejas saberão que eu sou aquele que sonda mentes e corações, e retribuirei a cada um de vocês de acordo com as suas obras” (Apocalipse 2:20-23)

 

Se Deus adverte com tanta severidade aqueles que TOLERAM os ensinos estranhos, fazendo adoecer e trazer grande sofrimento sobre aqueles que por meio disso se contaminam e matando os filhos dessa mulher, quanto mais com uma Igreja que não apenas tolera, mas também incentiva, divulga, propaga e depois enaltece os hereges que pregam aquilo que mais tem de blasfemo e herético! E como é que a Igreja Católica Romana tolera, aceita e enaltece com tanta facilidade as doutrinas malignas? A resposta é muito simples: Em função de sua suposta alegada “infalibilidade”.

 

Eles perderam completamente o temor que Paulo com tanta severidade havia escrito dizendo que seriam cortados (assim como foram os israelitas que não conservaram a pureza da mensagem divina), porque introduziram elementos místicos como a infalibilidade, com a finalidade de cegar ainda mais a mentalidade dos pobres seguidores dessa seita tão enganosa, fazendo-os aceitar cegamente tudo o que essa instituição ensina, porque supostamente seria “infalível”. Ela mesma tolera e enaltece os padrões heréticos e antibíblicos, pois não vê nenhum tipo de chance ou possibilidade de queda.

 

Dessa forma, pode pecar o quanto qusier, propagar as doutrinas heréticas que forem, e tolerar toda e quaquer heresia, pois não estaria sob o juízo de Deus – seriam “infalíveis”! Se os seus olhos fossem abertos e o véu espiritual desfeito, veriam que este tempo todo a condição deles era exatamente a mesma condição da igreja na antiga aliança, sujeita ao pecado e a queda, e que Deus não os pouparia. Dessa forma, tudo o que a Igreja Romana fez foi acumular – cada vez mais – os seus pecados, até a medida de sua iniquidade ficar cheia.

 

Pegue também como exemplo os profundos desvios morais cometidos pelos líderes “infalíveis” dessa instituição. O papa Anacletus (1130-1138) cometeu incesto com a irmã e muitas outras mulheres da família, e estuprava freiras. O papa Urbano II foi além e, em 1905, instituiu o “callagium”, uma taxa anual de liberação sexual, tributo pago ao Papado, que permitia aos membros do clero terem amantes! O papa Inocêncio III (1198-1216) também não ficou por menos e instituiu o método de interrogação para os suspeitos de sodomia, fazendo os confessados sentarem-se encaixados (nus) em uma estaca de ferro em brasa, para fazê-los confessar.

 

Mas não para por aqui. O papa Pio II (1458-1464) foi um conhecido autor de literatura erótica e teve 12 filhos ilegítimos. Mas isso, é claro, não se compara ao papa Paulo III (1534-1549), que mantinha um relacionamento incestuoso com a irmã e matou por envenenamento vários parentes, incluindo a mãe e uma sobrinha, para obter o controle da fortuna da família. Ele também matou dois cardeais e um bispo polonês, e tinha uma lista de 45 mil prostitutas que pagavam tributo mensal ao papado. Mas não se assuste ainda, o pior ainda está por vir.

 

O papa Clemente VI (1342-1352) foi descrito por Petrarca como “um Dionísio eclesiástico com suas artimanhas infames e obscenas”, pois dormia com prostitutas e teve dúzias de amantes. Quando morreu, cinquente sacerdotes rezaram a missa pelo repouso de sua alma, numa última tentativa desesperada de livrar esse papa do inferno. O papa Inocêncio VIII (1484-1492), por sua vez, gerou sete filhos ilegítimos e outras tantas filhas que ele reconhecia abertamente. Seu pontificado ficou conhecido como “The golden Age of Bastards” (Era de Ouro dos Bastardos).  

 

O papa Julio II (1503-1513) era pedófilo, e ocupava muito de seu tempo na companhia de meninos jovens (prostitutos). Também temos o grande e infalível papa Paulo II, que era homossexual e sádico, gostava de ver homens nus sendo torturados, e morreu de ataque no coração enquanto estava sendo sodomizado por um de seus “rapazes favoritos”. Enfim, não vale a pena ficar descrevendo exaustivamente sobre a história suja dos papas. Isso qualquer um pode ver isso em várias obras, inclusive na obra: “Santos e Pecadores: A História dos Papas”, do historiador católico Eamon Duffy, da qual foram tiradas várias dessas informações.

 

Como vemos, até mesmo os historiadores católicos mais sérios admitem essa história de corrupção moral (além de doutrinária) que a Igreja de Roma sofreu ao longo dos séculos, por seus próprios “líderes infalíveis”. Com isso, não estou apenas querendo dizer que existe dentro do catolicismo pessoas imorais. Qualquer um sabe que não apenas no catolicismo, mas também no protestantismo, no espiritismo, no budismo, hinduísmo ou em qualquer outra religião da face da terra existem pessoas imorais, o que não é novidade para ninguém. Muitos católicos passam horas escrevendo sobre os erros de Martin Lutero (embora não chegasse nem perto dos desvios morais dos papas, é claro).

 

A competição aqui não é de chegar a saber “qual é o maior pecador” ou “quem falhou mais no passado”, pois isso seria simplesmente perda de tempo. O que temos que deixar bem claro aqui para fundamentar essa outra parte desse nosso estudo é que nenhum protestante, budista, hinduísta ou espírita alega a infalibilidade para os seus líderes. Nem mesmo os próprios luteranos afirmam infalibilidade para Lutero. Desta forma, quando vemos alguns protestantes cometendo desvios morais (como pastores, por exemplo), isso não é mais e nem menos significativo do que quando vemos repetidamente noticiários na televisão sobre os padres pedófilos.

 

O máximo que isso provaria é que esses seres que pecaram eram falíveis. Mas é exatamente isso mesmo o que afirmam os seguidores de Lutero, pois não pregamos que Lutero (ou qualquer outro Reformador) fosse infalível. Precisamente neste ponto que exploramos mais um pouco sobre o porquê de mostramos [alguns dos vários] erros de papas ao longo da história – pois eles alegam para si mesmos a infalibilidade. Ora, se infalibilidade significa “incapaz de erro”, então segue-se logicamente que os papas registrados nessa matéria (assim como muitos outros) deveriam servir de exemplo e não caírem em tantos erros de conduta moral; ou, doutra forma, estariam demonstrando com isso que não eram infalíveis.

 

Como pode um papa pedófilo e homossexual ser “infalível”? Como pode um papa que sodomizava garotos ter as “chaves do céu”? Como é que pode um papa adúltero, imoral e homicida, ser incapaz de erro doutrinário (mesmo dentro do “ex cathedra” como querem os católicos)? Dito em outras palavras, como pode alguém totalmente perverso e imoral, que não tem o Espírito de Deus, mas sim uma legião de demônios em si mesmo, pregar seja lá que coisa for ou aonde quer que seja, qualquer tipo de ensinamento “infalível” ou “incapaz de erro”???

 

Ora, para uma pessoa ser incapaz de erro sob determinadas condições, ela deve no mínimo ser cheia do Espírito Santo para ter o discernimento espiritual necessário para tomar as decisões corretas, sob a unção que provém de Cristo; mas um papa pedófilo e assassino, cheio de demônios, NUNCA conseguiria estar nessas condições para tomar as decisões corretas! Ser cheio do Espírito Santo é um princípio básico necessário para ser incapaz de erro (mesmo sob determinadas condições), e isso um papa totalmente impuro e imoral (como já ocorreu com VÁRIOS no passado) jamais poderia ter, em vista de sua corrupção moral e devassidão.

 

Portanto, muitos papas simplesmente não podem ter sido infalíveis. Eles não poderiam ser guiados pelo Espírito Santo em algum momento (em “ex cathedra”, por exemplo) sem cometer erro algum, se estão cheios de espíritos malignos em seu interior. O Espírito Santo não pode em momento algum habitar junto com um espírito maligno, pois Cristo não pode habitar junto com Belial:

 

“Que harmonia entre Cristo e Belial? Que há de comum entre o crente e o descrente?” (2 Coríntios 6:15)

 

Se Cristo e Belial não podem habitar juntos, então um papa imoral e demoníaco (como os citados acima) não poderia ficar nem mesmo temporariamente “cheio do Espírito Santo” para tomar as decisões corretas em “ex cathedra”. Ele simplesmente continuaria cheio dos mesmos demônios que já estavam nele mesmo antes, e tampouco “sairiam” repentinamente quando este papa fosse fazer uma declaração doutrinária importante. E é óbvio que o demônio não vai guiar alguém infalivelmente.

 

Essa lógica simples e coerente simplesmente destrona com as pretenções romanistas, e nos mostra que é totalmente impossível que um papa possa ser totalmente perverso moralmente e ao mesmo tempo infalível doutrinariamente, ou que seja infalível em um aspecto e não no outro, tampouco que mesmo temporariamente o diabo saia dele ao fazer um discurso “ex cathedra”, ou que o próprio demônio inspire infalivelmente algum imoral ou pervertido em determinadas circunstâncias. Ora, apenas quem tem o Espírito de Deus pode ser guiado por Deus:

 

“Pois, quem dentre os homens conhece as coisas do homem, a não ser o espírito do homem que nele está? Da mesma forma, ninguém conhece as coisas de Deus, a não ser o Espírito de Deus” (2 Coríntios 2:11)

 

Não é possível afastar a moralidade da doutrina, pois para tomar atitudes doutrinárias corretas é preciso ser guiado pelo Esdpírito Santo, e ninguém pode ser guiado pelo Espírito Santo se os seus frutos são malignos, pervertidos, imorais e imundos. Portanto, tais imorais não seriam infalíveis em momento nenhum e em nenhum aspecto, mas apenas aquilo que eles realmente são – os mais falíveis e monstruosos seres da face da terra! Nessa os católicos não tem como se safar – a não ser que aleguem também que os papas podem pecar a vontade a não ser em “ex cathedra”! Bom, desses romanos eu já espero tudo mesmo!

 

Outras evidências de que a Igreja de Roma se corrompeu (moralmente e doutrinariamente) e que, portanto, não é infalível e muito menos a “Igreja de Cristo”, é o fato de que eles deixaram de lado o evangelho puro e sicero de devoção somente a Cristo, que Paulo tanto pregava e tanto temia que fosse largado para dar lugar à devoção a outros além de Cristo:

 

“O mesmo zelo que Deus tem por vocês eu também tenho. Porque vocês são como uma virgem pura que eu prometi dar em casamento somente a um homem, que é Cristo. Pois, assim como Eva foi enganada pelas mentiras da cobra, eu tenho medo de que a mente de vocês seja corrompida e vocês abandonem a devoção sincera e pura a Cristo (2 Coríntios 11:2,3)

 

Este é o quadro perfeito daquilo que aconteceu com a Igreja Romana. Ela simplesmente abandonou aquela devoção tão simples e pura “somente a um homem, que é Cristo” (v.2), para dar lugar à devoção a milhares e milhares de “santos” e “santas” canonizados, e a milhões de imagens as quais eles se dobram diante delas, rezam a elas e se tornam servos delas.

 

O catolicismo deixou de ser uma “virgem pura” há muito, muito tempo, desde quando passou a servir inúmeros “senhores” e “senhoras”, abandonando a devoção pura e sincera a Cristo, para serem devotos também de vários “santos” e “padroeiros” de cada cidade; afinal, eles têm um santo para cada situação específica, para cada problema tem lá algum “santinho” para lhes ajudá-los, os quais eles são devotos e seguidores confessos. Ou seja, confessam abertamente que não são devotos unicamente de Cristo e, portanto, abandonaram esse evangelho simples e puro. Veja se esse receio de Paulo em transformarem o evangelho puro e sincero de devoção somente a Cristo não se consumou nisso daqui:

 

"E esta maternidade de Maria perdura sem cessar na economia da graça... Pois uma vez assunta aos céus, não deixou o seu ofício salvador, mas continua a alcançar-nos por sua múltipla intercessão os dons da salvação eterna. Por seu amor materno cuida dos irmãos de seu Filho que peregrinam e se debatem entre perigos e angústias e lutam contra o pecado até que sejam conduzidos à pátria feliz. Por isso, a bem-aventurada Virgem na Igreja é invocada com os títulos de Advogada, Auxiliadora, Socorro, Mediadora..." (Concilio Vaticano II, Lumen Gentium, 62; veja-se o Catecismo da Igreja Católica, # 969, 975)

 

"Esta união de Maria com seu Filho na obra da salvação manifesta-se desde a hora da concepção virginal de Cristo até sua morte” (Catecismo Católico, §964)

 

Como Maria é retratada no Catolicismo

 

Além de blasfemarem contra o nosso único salvador, Jesus Cristo, sendo que “em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos” (At.4:12) e que “Eu, eu sou o Senhor, e fora de mim não há Salvador” (Is.43:11), colocando Maria na “economia da graça” exercendo o seu “OFÍCIO SALVADOR” (isso é catecismo católico, gente!!), eles também invocam ela com os títulos de advogada, auxiliadora, socorro, medianeira, etc, etc, etc... enfim... nem vale a pena perder meu tempo falando o ÓBVIO de que eles não são devotos SOMENTE DE CRISTO, que a devoção deles não é de uma virgem pura dedicada somente a um único homem, que é Cristo, e que eles abandonaram completamente a pureza do evangelho bíblico para a devoção aos seus “santos”.

 

Para os católicos, a salvação não é somente obra de Jesus Cristo como disse Pedro em Atos 4:12. Não. Curiosamente, até mesmo quando o quesito é a salvação eles conseguem o feito extraordinário de colocar mais “alguém” ali no meio!!!

 

"Esta união de Maria com seu Filho na obra da salvação manifesta-se desde a hora da concepção virginal de Cristo até sua morte” (Catecismo Católico, §964)

 

Mas vamos ser sensatos, pessoal. Pelo menos eles se esforçaram e de fato conseguiram se superar mais uma vez! Meus parabéns!!! Realmente o Catecismo Católico se superou de novo, pois não bastava eles colocarem Maria e os santos em tudo onde biblicamente só está Jesus, precisou também colocar Maria junto de Cristo até mesmo na obra e ofício de salvação! Uau!!! O que mais será que eles precisam fazer para mostrarem que se apartaram definitivamente daquele evangelho “puro e sincero de devoção somente a Cristo” (2Co.11:2,3)??? Eu não consigo imaginar mais nada!! Eles já fizeram TUDO!!!

 

Isso também leva a mediação/intercessão dos “santos” que já faleceram (embora esse não seja o tema desse estudo, vale a pena explicar para o povo como que é isso que os católicos ensinam). Ora, é muito fácil saber: O fiel católico reza ao santo. O santo pega a oração e vai até Jesus, que até então não sabia de nada sobre a necessidade do pedinte. Então, o santo vai até Jesus, mas tem que esperar, pois a fila é grande, são mais de 10 mil intercessores no Céu. Jesus recebe a oração, despaca e o santo joga lá de cima na cabeça do católico a resposta! Vamos demonstrar mais pessoalmente como é que isso acontece:

 

JESUS - Lucas acabou de me pedir uma benção. Será que dá pra senhora me pedir?


MARIA - Meu filho Lucas quer uma benção.


JESUS - Mas que benção ele quer?


MARIA - Esqueci de perguntar... espera aí! Meu filho qual é a benção?


JESUS - Ele quer pagar as dividas.


MARIA - Meu filho, ele quer pagar as dívidas.


JESUS - Mas então quem tem que me pedir é o Expedito. Agora a senhora vai ter que me pedir para dizer para o Lucas preencher 3 formulários em duas vias e entregar pra mim que é para eu entregar ao santo Expedito, que é pra ele entregar pra senhora que é pra senhora me entregar de novo, que é pra eu dizer pra senhora dizer pro Expedito dizer pro Lucas que ainda não está na hora de ele ter um emprego.

 

Dá para acreditar em tanta “diplomacia”??? Será que isso se parece um pouco que seja com o evangelho bíblico? Será que era assim que os apóstolos oravam ou falavam para os outros orarem? Será que os católicos têm mesmo “um só Senhor, Jesus Cristo”???

 

“Porque, ainda que haja também alguns que se chamem deuses, quer no céu quer na terra (como há muitos deuses e muitos senhores), todavia para nós há um só Deus, o Pai, de quem é tudo e para quem nós vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós por ele” (1 Coríntios 8:5,6)

 

O evangelho bíblico, puro e sincero, era totalmente Cristocêntrico e havia apenas “um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas” (1Co.8:6). Infelizmente os romanos acabaram transformando em um “outro” evangelho completamente corrompido, onde os milhares e milhares de “senhoras” e de “senhores” entram no centro do palco e dividem o lugar de Cristo, tomando a posição de proeminência e colocando Jesus como meramente “mais um” que pode ajudar a interceder por nós, enquanto nós temos outros milhões de santos que ouvem e atendem as nossas orações, ombora já estejam mortos e completamente separados de qualquer atributo pessoal de onisciência, onipresença ou onipotência, que lhes seria necessário para ouvirem e atenderem a tantas rezas em partes diferentes do mundo, por tantas pessoas diferentes e ao mesmo tempo e distante.

 

O evangelho puro e sincero não abre concessão a devoção a mais alguém além de Cristo (2Co.11:2,3), e nem a mais nenhum Senhor além dele (1Co.8:5,6), mas os católicos infiltraram no evangelho milhares de “nossas senhoras” para os quais eles são devotos fieis, além de muitos outros “santos” e “santas” que descentralizam Cristo. Para ver o evangelho Cristocêntrico da Bíblia onde a realidade é somente Cristo não é preciso fazer mais do que lê-la. A glória tem que ser dada somente e unicamente a Deus, e a mais ninguém:

 

“Eu sou o Senhor; este é o meu nome; a minha glória, pois, a outrem não darei, nem o meu louvor às imagens de escultura” (Isaías 42:8)

 

 

Conquanto que Deus tenha dito explicitamente que a glória era somente dele e de mais ninguém, e que é proibido o louvor às imagens, os católicos não se incomodam nem um pouco em fazer livros chamados “Glórias de Maria”, a glorificar homens e mulheres dar glória a eles também, a glória que só a Deus deve ser dada. Além disso, oferecem louvor em honra às imagens de escultura, sem se importar nem um pouco com isso. Outros perdem tempo fazendo sites e blogs apenas contendo glórias a Maria e aos santos. E ainda dizem que sao ‘cristãos’!

 

Na Igreja de Corinto, era o mesmo que acontecia. Uns se diziam: “Eu sou de Paulo; e outro: Eu de Apolo” (1Co.3:4). Qualquer semelhança com os católicos que dizem: “Eu sou da barca de Pedro” talvez não seja mera coincidência. Assim como os católicos se auto-institulam discípulos de homens, os coríntios se diziam: “Eu sou discípulo de Paulo; eu, de Apolo; eu, de Cefas [Pedro]; eu, de Cristo” (1Co.1:12). Eles estavam colocando a sua confiança em homens mortais, assim como os católicos fazem atribuindo a infalibilidade ao bispo romano, mas a Bíblia explicitamente diz: “Maldito o homem que confia no homem” (Jr.17:5).

 

Os católicos não apenas depositam toda a sua confiança na “segurança” das doutrinas e dogmas inventados pelo papa, como também lhe atribuem o caráter de infalibilidade doutrinária em “ex cathedra” (=incapaz de erro). Se isso não significa “confiar no homem [no papa]” então alguém, por favor, me diga o que é!

 

O mais interessante de tudo é que, ao invés de Paulo instruir os coríntios da mesma maneira que os católicos são instruídos por seus líderes nos dias de hoje, dizendo que eles podem ser “servos de Maria”, “seguidores de homens”, “discípulos de Pedro”, cada um com o seu “santinho protetor” e com o seu “padroeiro”, o que ele faz é exatamente o inverso disso, dizendo que eles estavam sendo “carnais” e “mundanos” (1Co.3:3), e que eles eram apenas servos, mas é unicamente a Deus que deve ser dada a glória:

 

“Pois quando alguém diz: "Eu sou de Paulo", e outro: "Eu sou de Apolo", não estão sendo mundanos? Afinal de contas, quem é Apolo? Quem é Paulo? Apenas servos por meio dos quais vocês vieram a crer, conforme o ministério que o Senhor atribuiu a cada um. Eu plantei, Apolo regou, mas Deus é quem fazia crescer; de modo que nem o que planta nem o que rega são alguma coisa, mas unicamente Deus, que efetua o crescimento” (1 Coríntios 3:4-7)

 

Paulo escreve dizendo claramente que eles (como Apolo, Pedro e os demais que os coríntios depositavam a sua confiança como seguidores e discípulos) eram apenas servos, sendo que é Deus quem faz crescer. A conclusão não poderia ser outra: Nem o que planta e nem o que rega são alguma coisa, mas unicamente Deus, que efetua o crescimento! Será que existiria alguma expressão linguística que Paulo poderia expressar para deixar ainda mais claro e evidente o fato de que é unicamente Deus que deve ser glorificado e que eles não eram “nada”, apenas “servos”, isto é, não deveriam receber a “glória” e a “honra” toda que os católicos ingenuamente lhes prestam? Isso levou Paulo a dizer em seguida:

 

“Portanto, ninguém se glorie em homens; porque todas as coisas são de vocês, seja Paulo, seja Apolo, seja Pedro, seja o mundo, a vida, a morte, o presente ou o futuro; tudo é de vocês, e vocês são de Cristo, e Cristo, de Deus” (1 Coríntios 3:21-24)

 

Ninguém se glorie em homens!!! Toda a glória deve ser dada somente a Deus! Aleluia!!! Este é um dos principais fundamentos da Reforma Protestante: “Soli Deo Gloria” [Somente a Deus a Glória], conceito este negado pelos católicos, e um dos maiores motivos para a Reforma. Infelizmente os católicos, em sua tola insistência em glorificar e exaltar homens, confiando cegamente nos homens, se tornando seus discípulos e fazendo da carne o seu braço, nunca vão poder entender isso. Afinal, no dia em que os católicos parassem de dar a glória de Deus a outrem, e o Seu louvor às imagens de escultura, o catolicismo já era. Mas fazer o que... já dizia o próprio Catecismo deles sobre “Deus”, isto é...

 

“O segundo mandamento proíbe o abuso do nome de Deus, isto é, todo uso inconveniente do nome de Deus, de Jesus Cristo, da Virgem Maria...” (Catecismo Católico, §2146)

 

Bom, depois dessa eu acho melhor ficar quieto. Basta qualquer católico ler a beleza do catecismo deles para conseguir achar mais heresias do que grãos de areia na praia. De fato, encontrar as maiores heresias e blasfêmias no catolicismo é uma tarefa tão complicada quanto encontrar água no Oceano Pacífico. Poderia passar anos escrevendo sobre todos os desvios morais e doutrinários da igreja de Roma (motivos esses que culminaram com a Reforma Protestante), mas isso eu faço exensivamente em outros artigos, estudos bíblicos, cartas-respostas ou livros, tornando desncessário tal atitude aqui também. O fato que aqui tem que ser resslatado com veemência é que:

 

1. A Igreja-ekklesia de Cristo (Mt.16,18) não é uma instituição particular, mas o Corpo de Cristo.

 

2. O Corpo de Cristo não é uma instituição religiosa, mas a totalidade dos cristãos dispersos por todo o mundo.

 

3. A Igreja de Roma, como instituição, também foi fundada por homens.

 

4. A Igreja (Corpo de Cristo), sendo a reunião de todos os crentes em Jesus Cristo, não foi fundada por homens, mas por Deus.

 

5. Dessa verdadeira Igreja-ekklesia (Corpo de Cristo) fazem parte os crentes em Jesus Cristo, fieis aos mandamentos de Deus e ao testemunho de Jesus, que se reúnem em vários salões denominacionais para cultuar a Deus como Igreja.

 

6. A Igreja Católica, como instituição, também é sub-dividida em centenas de centenas de “denominações” e repartições, muitas delas fundadas muito tempo depois do século I, e divergentes entre si em vários aspectos. Um exemplo claro é a clássica disputa entre “Tradicionais x Carismáticos”, mas existem muitas outras contradições.

 

7. A salvação não é delimitada a uma instituição religiosa, mas sim ao fato de crer ou descrer em Cristo.

 

8. A história da Igreja-ekklesia (Israel) na antiga aliança nos mostra que eles repetidamente caíam em apostasia, quase ininterruptamente em idolatria, e precisavam constantemente retornarem à pureza dos ensinamentos divinos.

 

9. A Sagrada Escritura nos deixa mais que claramente que a história da Igreja-ekklesia sob a antiga aliança é um antítipo (figura) da história da Igreja-ekklesia sob a nova aliança. Ou seja, sujeito a serem cortados pela desobediência, da mesma fora que foram cortados os “ramos naturais”.

 

10. As igrejas locais não estavam isentas de cair em apostasia. De fato, a própria Escritura mostra isso acontecendo em larga escala logo no século I!

 

11. Não há nenhum indício de que a igreja de Roma tenha sido a única “protegida” neste processo, gozando de um dom de infalibilidade. Pelo contrário, a mensagem severa de Paulo sobre ser “cortado” aplica-se primeiramente e principalmente a todos os romanos (destinatários da própria epístola).

 

12. Há abundantes provas históricas de sérios desvios morais e doutrinários ocorridos na igreja de Roma ao longo dos séculos, corrompendo a pureza do evangelho puro e sincero de devoção unicamente a Cristo.

 

13. Quando ocorre um desvio desses, é necessária uma Reforma às origens.

 

14. A Reforma Protestante foi um grande passo em direção a essa mudança necessária.

 

Já vimos ao longo de todo este presente estudo provas abundantes com relação aos doze primeiros pontos, que inevitavelmente conduzem ao ponto treze – Quando ocorre um desvio, é necessário uma Reforma! Os católicos constantemente acusam os protestantes de serem “rebelados”, alguns chamam mais afetuosamente de “irmãos separados”, outros são bem mais agressivos no próprio trato aos protestantes e ao Protestantismo, mas isso de fato nada importa, senão a demonstração daquilo que estamos dizendo: Que, para eles, qualquer reforma ou separação em relação ao sistema católico representa em si mesmo uma “apostasia”.

 

Estamos demonstrando que isso só seria uma “apostasia” se essa reforma fosse à direção de contramão aos ensinamentos bíblicos (algo que não ocorre), ou algo que violasse o evangelho puro e sincero de devoção somente a Cristo, algo que ocorre menos ainda. Ao contrário, muito daquilo que o evangelho foi “transformado” foi restaurado, precisamente o ponto básico de o evangelho ser Cristocêntrico, centralizando Aquele que havia sido descentralizado, voltando a estar absoluto no centro do palco.

 

“Falava ele ainda, quando uma nuvem luminosa os envolveu; e eis vindo da nuvem, uma voz que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo: a ele ouvi. Ouvindo-a os discípulos, caíram de bruços, tomados de grande medo. Aproximando-se deles, tocou-lhes Jesus, dizendo: Erguei-vos, e não temais! Então eles, levantando os  olhos a ninguém viram senão só a Jesus (Mateus 17:5-8)

 

Os cristãos verdadeiros estavam numa época em que a atitude de muitos era de montar uma “tenda” para Jesus, e outra para cada “santo padroeiro”, com devoção e glória ainda mais especial à Maria. Contudo, temos um direcionamento bem claro dado por Deus sobre quem devemos buscar e ouvir: Sola ChristusSomente a Cristo [um dos princípios da Reforma Protestante].

 

Somente em Cristo, e apenas nEle temos que fitar os nossos olhos. Somos ordenados por Deus (pois o verbo está no imperativo) a ouvir somente a Cristo – “a ele ouvi”. A evidência de que estamos cumprindo a vontade de Deus em dar a Cristo toda a primazia e tê-lo como preeminente em nossas vidas é que não fitemos a ninguém mais a não ser Cristo: “Então eles, levantando os olhos, a ninguém viram senão só a Jesus” (v.8)! Ninguém, mais a não ser Cristo! Quanta diferença para o pseudo-evangelho do catolicismo!!!

 

“Depois de termos falado da Igreja, de sua origem, de sua missão e de seu destino, a melhor maneira de concluir é voltar o olhar para Maria, a fim de contemplar nela (Maria) o que é a Igreja em seu mistério, em sua "peregrinação da fé", e o que ela (Igreja) será  na pátria ao termo final de sua caminhada, onde a espera, "na glória da Santíssima e indivisível Trindade", "na comunhão de todos os santos”, aquela que a Igreja venera como a Mãe de seu Senhor e como sua própria Mãe: Assim como no céu, onde já  está  glorificada em corpo e alma, a Mãe de Deus representa e inaugura a Igreja em sua consumação no século futuro, da mesma forma nesta terra, enquanto aguardamos a vinda do Dia do Senhor, ela brilha como sinal da esperança segura e consolação para o Povo de Deus em peregrinação (Catecismo da Igreja Católica, §972)

 

"Enquanto na beatíssima Virgem a Igreja já  atingiu a perfeição, pela qual existe sem mácula e sem ruga, os cristãos ainda se esforçam por crescer em santidade, vencendo o pecado. Por isso elevam seus olhos a Maria, ‘ela, a Igreja é já  a toda santa’” (Catecismo da Igreja Católica, §829)

 

Esse “outro evangelho” do catolicismo, um pseudo-evangelho mascarado e transformado, tinha que passar por mudanças urgentes. O maior e principal erro daqueles que querer a todo custo dizer que os evangélicos estão errados porque ninguém pode sair do meio deles sem estar cometendo apostasia, é pensarem que são eles mesmos que estão sustentando a raiz, e que, portanto, todo mundo que sai da raiz está na apostasia. Que terrível engano! Não são os romanos que sustentam a raiz!

 

“Se alguns dos ramos foram cortados, e se tu, oliveira selvagem, foste enxertada em seu lugar e agora recebes seiva da raiz da oliveira, não te envaideças nem menosprezes os ramos. Pois, se te gloriares, sabe que não és tu que sustentas a raiz, mas a raiz a ti. Dirás, talvez: Os ramos foram cortados para que eu fosse enxertada. Está certo. Eles, porém, foram cortados devido à incredulidade, e você permanece pela fé. Não se orgulhe, mas tema. Pois se Deus não poupou os ramos naturais, também não poupará você. Considera, pois, a bondade e a severidade de Deus: severidade para com aqueles que caíram, bondade para contigo, desde que permaneça na bondade dele. De outra forma, você também será cortado (Romanos 11:17-22)

 

Portanto, sendo que não são eles quem sustenta a raiz, é dever e obrigação de todos os verdadeiros cristãos que, percebendo que alguma instituição ou denominação religiosa está no erro, se apartar imediatamente dela. De fato, “sair do meio deles” não é sinônimo algum de “apostasia” (como se fossem eles “incapazes de erro” ou como se fossem eles quem “sustentassem a raiz”), mas é, antes, exatamente aquilo que a Bíblia nos ordena a fazer nestas circunstâncias:

 

“Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas? E que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel? E que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: ‘Neles habitarei, e entre eles andarei; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo’. Por isso saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; E não toqueis nada imundo, E eu vos receberei; e eu serei para vós Pai, E vós sereis para mim filhos e filhas, Diz o Senhor Todo-Poderoso” (2 Coríntios 6:14-18)

 

Quando o sistema católico romano já era absoluto no poder, e descentralizou Cristo para os seus milhares de “santos” e “santas”, “senhoras” e “senhores” que dividiam o palco e que tornavam o papel de Cristo irrelevante, sair do meio dessa gente é a única coisa que a Bíblia nos ordena a respeito. Quando chega ao cúmulo de que ABSOLUTAMENTE TUDO aquilo que Jesus faz algum “santinho” faz por você também, é um forte sinal de que já tiraram Cristo da jogada faz tempo.

 

-Cristo é mediador pra você? Grande coisa; os santos também são!

 

-Cristo intercede no Céu por você? Grande coisa; os santos também fazem isso por você!

 

-Cristo não é seu protetor? Não se preocupe, temos milhares de “santos protetores” para protegê-lo no lugar!

 

-Cristo é o seu advogado? Grande coisa; Maria também é!

 

-Cristo é imaculado? Grande coisa; Maria também é!

 

-Cristo nasceu sem pecado? Grande coisa; Maria já era antes dele!

 

-Cristo é a plenitude da santidade? Grande coisa; Maria também! (Catecismo Católico, §2677)

 

-Cristo imolou a sua alma para salvar os pecadores? Grande coisa; Maria também! (“Glórias de Maria”, pág.47)

 

-Cristo é seu redentor? Grande coisa; Maria é co-redentora!

 

-Cristo é seu salvador? Grande coisa; Maria também é salvadora! (Catecismo Católico, §964, 969, 975)

 

-Cristo é seu Deus? Grande coisa; Maria é mãe de Deus! E lembre-se de que o “nome de Deus” corresponde a “Jesus, Deus e a Virgem Maria”! (Catecismo Católico, §2146)

 

-Cristo é sua “âncora de salvação”? Grande coisa; Maria também é nossa âncora de salvação! (“Glórias de Maria”, pág.31)

 

-Estão sujeitas ao domínio de Cristo “todas as coisas no céu e na terra”? Grande coisa! Maria também tem todas as coisas no céu e na terra em seu domínio (“Glórias de Maria”, pág.35)

 

-Deus tanto amou o mundo que entregou o seu Filho único! Grande coisa - Maria também! (“Glórias de Maria”, pág.53)

 

-Cristo é Onipotente? Grande coisa; Maria também! (“Glórias de Maria”, pág.100)

 

-Se Deus é por nós, ninguém será contra nós? Grande coisa! Se Maria é por nós também ninguém será contra nós! (“ Glórias de Maria”, pág.90)

 

-Jesus deve ser exaltado? Grande coisa, Maria também! (Catecismo Católico, §966)

 

-Jesus é a antecipação (antítipo) da ressurreição dos outros cristãos? Grande coisa; Maria também, oras! (Catecismo Católico, §966)

 

-Jesus está glorificado no Céu em corpo e em alma? Grande coisa; Maria também, é claro!!!

 

-Pelas orações de Cristo nossas almas são livradas da morte? Não se preocupe, pelas orações de Maria muito mais!!! (Catecismo Católico, §966)

 

-Cristo foi preservado imune de toda a mancha de culpe original? Maria também, claro!!! (Catecismo Católico, §966)

 

-Cristo permaneceu puro de todo pecado pessoal ao longo de toda a sua vida? Grande coisa; Maria também! (Catecismo Católico, §493)

 

-Cristo é o Rei do Céu? Grande coisa, nós temos também a Rainha do Céu!!!!! (Catecismo Católico, §966)

 

-Jesus alcança-nos por sua múltipla intercessão os dons da eterna salvação? Grande coisa; Maria também e muito mais!!! (Concilio Vaticano II, Lumen Gentium, 62)

 

-Jesus é invocado na Igreja? Maria também (Catecismo Católico, §975)

 

-Jesus tem poder na cura das almas? Isso não é nada! O Papa, por sua vez, tem “poder pleno, supremo, imediato e universal na cura das almas” (Catecismo Católico, §937)!

 

-Podemos confiar as nossas orações a Cristo? Podemos confiar “todos os nossos cuidados, pedidos, e rezas” a Maria também! (Catecismo Católico, §2677)

 

-Elevamos os nossos olhos a Jesus? Elevamos os nossos olhos a Maria também! (Catecismo Católico, §829)

 

-Jesus é nosso refúgio e proteção em todas as nossas súplicas e necessidades? Grande coisa; Maria também! (Catecismo Católico, §971)

 

-Jesus é sua esperança? Maria também! (Catecismo Católico, §972)

 

-Jesus é perfeito? Maria também! (Catecismo Católico, §829)

 

-A vida veio por Cristo? Não, por Maria. (Catecismo Católico, §494)

 

-Foi por Jesus que começou a salvação no mundo? É claro que não! Foi por Jesus que a salvação será consumada? Claro que não!!! Então, por quem é que começou a salvação e por quem que a salvação irá terminar? Resposta católica - “Foi por Maria que começou a salvação do mundo, e é igualmente por Maria que ela será consumada” (São Luís Grignion de Montfort, Fundamentos da Devoção ao Imaculado Coração de Maria)

 

-Jesus encaminha as almas pro Céu? Maria também!!! (São Luís Grignion de Montfort, Fundamentos da Devoção ao Imaculado Coração de Maria)

 

-Deus responde todas as orações? Não, mas Maria sim - “Muitas coisas se pedem a Deus, e não se alcançam. Pedem-se a Maria, e conseguem-se” (“Glórias de Maria”, pág.118)

 

Uau!!! O que mais será que os católicos vão precisar fazer para nos mostrar que nós não precisamos de Jesus pra NADA???? Francamente, mas nem os pagãos com os deuses deles conseguem chegar a tal ponto! O que mais será que eles precisam fazer para demonstrarem que a devoção deles com absoluta convicção não é somente a Cristo??? Onde é que já se viu um povo que confessa tais aberrações com tamanho disparate gritante contra o evangelho puro e sincero de devoção a Cristo como uma virgem pura preparada para um único marido, que é Cristo? O que foi que eles fizeram com o evangelho??? Tem certeza que isso não se parece com uma TRANSFORMAÇÃO do evangelho bíblico??? Tem certeza de que não fizeram isso daqui com o evangelho...?

 

“Porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu. Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos. E mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis. Por isso também Deus os entregou às concupiscências de seus corações, à imundícia, para desonrarem seus corpos entre si; pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém (Romanos 1:21-25)

 

Uau! Que golpe de morte bem dado nas declarações papistas acima!!! Parece até que Paulo estava pré-visualizando essas blasfêmias heréticas ao extremo que os católicos foram fazer com o “evangelho” deles, tendo ainda a ousadia e de se auto-institularem “cristãos”, e pior – como sendo a única Igreja de Cristo! Depois dessa eu acho melhor perguntarmos para Paulo o que é que ele recomendava para quem transformava o evangelho de Cristo em “outro” evangelho:

 

”Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja amaldiçoado. Assim, como já vo-lo dissemos, agora de novo também vo-lo digo. Se alguém vos anunciar outro evangelho além do que já recebestes, seja amaldiçoado” (Gálatas 1:8,9)

 

Seja “anátema” – amaldiçoado! Ainda que um “anjo do céu” pregasse um evangelho diferente daquele que Paulo anunciava (onde Cristo, há muito tempo, estava centralizado, mas isso já faz tanto tempo que os católicos nem devem se lembrar mais) ele seria anátema. Qualquer evangelho que fosse além daquele que já foi anunciado teria que ser rejeitado como anátema.

 

E olha que esses acréscimos que transformaram o pseudo-evangelho católico não foi impregnado por nenhum “anjo do céu”, mas apenas por papas mortais e sujeitos a falha, que ultrapassaram de tal modo os limites, que a expressão “cortados” seria pouco para eles; de fato, seria um “prêmio” em comparado com tamanha aberração que eles fizeram com o evangelho verdadeiro. Talvez o melhor deva ser “exterminados”, “aniquilados”, etc.

 

Essa é uma triste verdade que temos que aceitar: A Igreja-ekklesia do NT apostatou da mesma forma que a Igreja-ekklesia do AT, e, desta forma, necessitava por um retorno ao evangelho puro e sincero, onde Jesus Cristo está centralizado, e onde ele é o único Rei dos reis e Senhor dos senhores, o único Senhor e Salvador do mundo, o único que imolou a sua alma para salvar os pecadores, o único digno de toda honra e de toda a glória, hoje e sempre, porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas. A ele seja a glória para sempre! Amém!” (Rm.11:36).

 

Como já vimos, a ordem bíblica quando o evangelho verdadeiro é aniquilado e Cristo descentralizado, não é de ficar como um retardado de mãos atadas sem fazer porcaria nenhuma e achando que está indo para o céu e que alguém (sabe-se lá qual deles) vai te salvar. Ao contrário, Deus diz para se apartar deles, saindo do meio deste povo, assim como o mesmo Deus falou com respeito à Babilônia espiritual – “Sai dela, povo meu”! – Ap.18,4.

 

“Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas? E que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel? E que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: ‘Neles habitarei, e entre eles andarei; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo’. Por isso saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; E não toqueis nada imundo, E eu vos receberei; e eu serei para vós Pai, E vós sereis para mim filhos e filhas, Diz o Senhor Todo-Poderoso” (2 Coríntios 6:14-18)

 

Quando uma instituição religiosa se aparta do evangelho verdadeiro e é infiel para com ele, trazendo trevas sobre si mesma, os fieis que ainda resplandecem a luz de Cristo devem se apartar de Belial e de todos os ídolos que são cultuados e idolatrados por essa seita. Porque nós somos o templo de Deus, a Igreja do Deus vivo, e não devemos ter parte com a injustiça e com a infidelidade. Não podemos ter parte com quem foi infiel a Jesus, e deixou a muito tempo de ser aquela “igreja gloriosa, sem mancha nem ruga ou coisa semelhante, mas santa e inculpável” (Ef.5:27).

 

Devemos sim é sair do meio deles e nos apartarmos, conforme diz o Senhor. Não devemos tocar em algo que seja “imundo”, ou seja, não devemos ter parte com a imoralidade e as doutrinas falsas existentes nesse falso sistema católico-romano que transformou o evangelho de Cristo, desprezando principalmente o próprio Cristo e tirando a Sua glória que com ninguém deve ser dividida. É dessa forma (se apartando, e não continuando no meio deles) que nós seremos filhos e filhas do Deus Todo-Poderoso. Aleluia!!!

 

Assim, vemos que continuar dentro deste sistema falso e enganoso é ser condizente com as heresias, e todos devem se lembrar sobre o que Deus fala com respeito a tolerar as heresias (Ap.2:20-23). Deus simplesmente não tolera quem é tolerante com as heresias. Ele simplesmente vomita da sua boca. Certa vez um católico escreveu dizendo:

 

“Portanto, se um bispo particular ensinar o contrário do que o magistério da Igreja tem definido infalivelmente, os fiéis católicos devem, nesse caso, permanecem fiéis ao magistério, e não seguir o bispo herético. Isso não é fazer-se uma autoridade superior ao bispo, é ser fiel ao magistério ainda mais autoritário da Igreja universal” (Bryan Cross, "O tu quoque")

 

A coisa mais interessante sobre esta citação é que não só parece conceder a possibilidade de bispos heréticos romanos, mas também implica naquilo que os Reformadores defenderam: De que eles tinham que parar de seguir o bispo herético de Roma, a fim de permanecerem fieis à igreja histórica, porque os dois não estavam ensinando a mesma coisa há muito tempo.

 

Felizmente, porém, cair não é necessariamente cair além da recuperação. Assim como Pedro mostrava a sua falibilidade em termos em fé (negando a Cristo) e moral (quando Paulo o julga hipócrita), muitos líderes religiosos cometem erros pelos quais ninguém é obrigado a segui-los nesses pecados. Como Paulo, a Igreja é chamada para resistir e repreender qualquer líder (incluindo Pedro ou aqueles que dizem segui-lo) quando eles se afastam de Cristo. Se o papa é Pedro, então os protestantes estão sendo forçados a desempenhar o papel de Paulo que foi chamado a repreender Pedro (Gl.2:11-14), que aceitou a correção e se arrependeu. Diferentemente de Pedro, porém, aqueles que se dizem seus herdeiros orgulhosamente a recusam.

 

Os católicos tem tanta fé na instituição religiosa deles quanto os judeus tinham por Jerusalém e pelo templo, acreditando que Deus jamais os julgaria independentemente do que Israel fazia. Jeremias advertiu contra aqueles que diziam: “Este é o templo do Senhor, o templo do Senhor, o templo do Senhor” (Jr.7:4). O princípio subjacente se aplica àqueles que hoje estão agindo presunçosamente contra Deus, dizendo: “Esta é a Igreja de Pedro, a Igreja de Pedro, a Igreja de Pedro”! Deus retirou a Sua presença do templo, quando o povo se prostituiu após os falsos deuses (Ez.10), e Ele pode remover o candelabro de qualquer igreja local, incluindo Roma, que faz o mesmo (Ap.2-3).

 

“Lembra-te, pois, de onde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; quando não, brevemente a ti virei, e tirarei do seu lugar o teu candelabro, se não te arrependeres” (Apocalipse 2:5)

 

 

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Por: Lucas Banzoli.

 

*Observação adicional: Recomendo entusiasticamente também a leitura deste artigo simplesmente excepcional de Keith Mathison. Está em inglês, mas vale a pena acompanhar a refutação dele às teorias católicas de Bryan Cross.

 

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