O BATISMO NAS ÁGUAS

 
Muitos cristãos não fazem ideia do que realmente representa o batismo nas águas e o batismo com o Espírito Santo. Eu mesmo negligenciava a significância do batismo nas águas antes de perceber claramente na Palavra de Deus a grandeza daquilo que realmente significa. Pensava, inicialmente, que o batismo nas águas não passava de um ritual puramente simbólico, apenas representando a retirada dos pecados. Porém, na prática, era como se o batismo não valesse absolutamente nada na vida do cristão. 
 
Muitas pessoas pensam o mesmo por tentarem se desligar o máximo possível do conceito de batismo que a Igreja Católica possui sobre este assunto. Ela prega o batismo infantil, e que os bebês que não foram batizados não vão direto à presença de Deus, mas esperam em um lugar chamado comumente de “limbo”, de acordo com a interpretação tradicional. Prega, também, que o batismo remove o pecado original (herdado de Adão) e que é absolutamente necessário para a salvação. 
 
Esta interpretação cai em uma série de problemas, tanto biblicamente quanto logicamente. Em primeiro lugar, porque a Bíblia jamais faz alusão direta ao batismo infantil. Ao contrário, sempre afirma que o arrependimento deve preceder o batismo. Quando o etíope pediu para ser batizado, Filipe respondeu: 
 
“Prosseguindo pela estrada, chegaram a um lugar onde havia água. O eunuco disse: ‘Olhe, aqui há água. Que me impede de ser batizado?’ Disse Filipe: ‘Você pode, se crê de todo o coração’. O eunuco respondeu: ‘Creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus’. Assim, deu ordem para parar a carruagem. Então Filipe e o eunuco desceram à água, e Filipe o batizou” (Atos 8:36-38) 
 
O princípio que Filipe expõe é o primeiro que devemos aprender antes de sermos batizados. Há uma condição claramente exposta: “...se crê de todo o coração...”.A condição é de crer, de todo o coração, que Jesus Cristo é o Filho de Deus. Como um recém-nascido não tem condições sequer de saber quem é Jesus, muito menos de crer de todo o coração nEle, então eles não entram dentro da condição necessária exposta para ser batizado. 
 
Ainda, se um bebê que não tem conhecimento de Cristo pudesse ser naturalmente batizado, então seria desnecessário o “crer em Cristo de todo o coração” como condição para o batismo, como Filipe claramente expôs. Quando Lucas, o escritor de Atos, especificou quem foram os batizados, ele fez questão de incluir apenas os “homens e mulheres”, deixando de fora as crianças: 
 
No entanto, quando Filipe lhes pregou as boas novas do Reino de Deus e do nome de Jesus Cristo, creram nele, e foram batizados, tanto homens como mulheres (Atos 8:12) 
 
O fato das crianças não terem sido citadas não foi porque era costume dos escritores bíblicos não as citarem, pois eles claramente as mencionavam como um grupo separado dos “homens e mulheres” quando assim se fazia necessário: 
 
“Os que comeram foram cerca de cinco mil homens, sem contar mulheres e crianças (Mateus 14:21) 
 
Na multiplicação dos pães e peixes, vemos os três grupos presentes: os homens, as mulheres e as crianças. Porém, quando a questão é o batismo, são mencionados somente os “homens e mulheres” (At.8:12), pois a Igreja não tinha o costume de batizar crianças. Até mesmo no caso em que famílias inteiras eram batizadas, é mencionado que eles “criam e eram batizados” (At.18:8).  
 
Ou seja, o batismo nunca está desassociado do fator “crer”. A "casa" é então definida como "aqueles capazes de compreender, ouvir e crer". Essa é a definição da "família" que foi batizada. Quem crê verdadeiramente em Cristo, podia ser batizado. Como Isaías nos diz que existe uma fase antes que o menino saiba rejeitar o mal e escolher o bem” (Is.7:16), fica claro que eles não estão dentro da condição de compreender, ouvir e crer de todo o coração que Jesus Cristo é o Filho de Deus, para serem batizados. O próprio Jesus não foi batizado quando criança, mas apenas apresentado no templo (Lc.2:22). 
 
Outro problema da interpretação católica de que o batismo é absolutamente necessário para a salvação, é a pergunta que imediatamente é feita: “Onde, então, irão parar os bebês que morreram sem receber o batismo”? Há alguns Pais da Igreja que propuseram que tais bebês iriam imediatamente ao inferno. Outros, que iam imediatamente ao Céu. 
 
Com o tempo, a Igreja Católica tentou “resolver” este dilema criando o “limbo”, onde os bebês não-batizados estariam a salvos, porém sem poderem contemplar a face de Deus. Como nem mesmo a própria Igreja Católica admite essa ideia atualmente, fica complicado inferir para onde vão as crianças, bebês e recém-nascidos não-batizados, se o batismo é realmente necessário para a salvação. 
 
O que ocorre, na verdade, é que o batismo, embora possa influenciar fortemente na questão da salvação, não é absolutamente necessário para tal. Doutra forma, o ladrão que morreu na cruz ao lado do Nosso Senhor dificilmente poderia ter recebido a promessa que de estaria no Paraíso (Lc.23:43). Os recém-nascidos que morreram sem receber o batismo não precisam, portanto, se preocupar em ir para o inferno ou não verem a face de Deus.  
 
Também não digo que o batismo retire o pecado original herdado de Adão, pois se o pecado original fosse apagado, as consequências e influências geradas por ele também seriam. Porém, mesmo naqueles que são batizados vemos que a tendência ao pecado também está neles. O próprio apóstolo Paulo escreveu dizendo que não faço o bem que quero, mas o mal que não quero, esse pratico” (Rm.7:19).  
 
Dizer que o batismo tira literalmente a mancha do pecado original leva ainda a outros equívocos, como tentar batizar o bebê pouco tempo depois de seu nascimento, para não ser mais levado pelo pecado o mais rápido possível. Porém, vemos que mesmo na Igreja Católica existem pessoas que foram batizadas quando bebês e não vivem uma vida correta em plena consagração a Deus, o que mostra que o pecado original – que gerou e inclinação pecaminosa da carne – não foi realmente apagado. 
 
Diante de todos estes fatos e de tantos equívocos sobre o batismo, oriundos de ensinamentos distorcidos que nos foram legados pela Igreja Católica ou por alguns ensinos confusos de parte dos Pais da Igreja, a posição majoritária da comunidade evangélica foi sair de um extremo e cair em outro. Para rejeitar tais ensinos errôneos, preferiu dizer que o batismo nada significa na prática, mas somente como mero simbolismo.  
 
Este outro extremo é outro equívoco que também deve ser corrigido. Por não ver muita ênfase sobre o batismo nas igrejas que frequentei e por ler em livros apologéticos que o batismo não passa de uma figura, comecei a crer que realmente o batismo não tinha tanta importância assim. 
 
Tendo isso em mente, me batizei com doze anos, quando não tinha realmente uma vida com Deus e não tinha qualquer consciência acerca do que realmente significa o batismo. Me batizei não por amar a Deus ou ter consciência daquilo que estava fazendo, mas porque os meus amigos da minha idade já estavam se batizando naquela época.  
 
Para não ser “deixado pra trás”, preferi colocar meu nome para ser batizado também. Fui realmente batizado, mas tudo aquilo não passou, no máximo, de um banho. Por quê? Porque o verdadeiro batismo tem que ser acompanhado de: 
 
1. Arrependimento sincero por parte daquele que está sendo batizado. 
 
2. Uma mudança radical de vida após o ato. 
 
3. Crer de coração que Jesus Cristo é o Filho de Deus e viver de acordo com essa verdade. 
 
4. Ter consciência daquilo que o batismo verdadeiramente é. 
 
Se você não possui algum destes quatro requisitos quando foi batizado, o batismo não foi feito da forma correta, não por culpa da Igreja ou do pastor que o batizou, mas por culpa sua de não ter conhecimento daquilo que estava fazendo ou por ter feito somente por fazer, ou ainda por obrigação. Biblicamente, o batismo de João significa arrependimento: 
 
Ele percorreu toda a região próxima ao Jordão, pregando um batismo de arrependimento para o perdão dos pecados” (Lucas 3:3) 
 
“Antes da vinda de Jesus, João pregou um batismo de arrependimento para todo o povo de Israel” (Atos 13:24) 
 
“Assim surgiu João, batizando no deserto e pregando um batismo de arrependimentopara o perdão dos pecados” (Marcos 1:4) 
 
Tendo em vista isso, é necessário que o cristão primeiramente tenha um real e genuíno arrependimento antes que passe pelas águas. A pessoa se arrepende de seus atos impuros vividos no passado, passa a crer em Cristo de todo o coração, está disposta a viver uma vida transformada e, então, passa pelas águas. Ao passar pelas águas, ela sai de lá uma nova criatura, pronta para viver uma vida em santidade voltada para Deus.  
 
Mas se não houver os pré-requisitos básicos para o batismo, tudo não passará de um teatro ou de apenas um banho. Se o etíope respondesse a Filipe que não cria que Jesus era o Filho de Deus, certamente a resposta de Filipe seria de que ele não poderia ser batizado. Filipe expôs a condição básica a ser cumprida para que o batismo fosse executado corretamente. 
 
Da mesma forma, o crente que quiser ser batizado deverá ter a consciência daquilo que está fazendo, para não fazer a coisa errada, da forma errada ou no tempo errado. Depois que tive a consciência de que não tinha a intenção correta em meu coração quando fui batizado com doze anos, decidi passar pelas águas aos dezenove, desta vez da forma correta.  
 
Não digo que fui “rebatizado”, pois a Bíblia afirma claramente que há “um só batismo” (Ef.4:5). Eu fui batizado de verdade pela primeira vez. A primeira não foi um batismo real, mas apenas um banho, visto que não havia sido acompanhada pelo arrependimento que necessariamente deve preceder o batismo.  
 
Tendo tudo isso em mente, vamos para o que mais interessa. Se o batismo não é mera simbologia sem uma utilidade prática real, quais são os benefícios reais e práticos gerados no cristão através do verdadeiro batismo? Quando comecei a pensar seriamente sobre isso, procurei desesperadamente na Escritura acerca de todas as passagens bíblicas que falavam sobre o batismo, para poder descobrir o que é que o batismo realmente significava.  
 
O que eu descobri após essa minha procura foi realmente assustador. Descobri que, embora já houvesse lido por pelo menos trinta e seis vezes cada uma daquelas passagens, eu nunca havia obtido a real compreensão ou dado o real valor àquelas passagens. 
 
Era como se os meus olhos estivessem vendados em razão de minha crença pré-estabelecida de que o batismo era somente uma figura. Com a mente disposta e aberta para o que Deus iria falar ao meu coração através da Sua Palavra, eu comecei a ler as passagens bíblicas que diziam sobre o batismo e descobri uma série de coisas que irei tentar resumir nas próximas linhas. 
 
1) O batismo é a circuncisão do coração. 
 
O apóstolo Paulo escreveu dizendo: 
 
“Nele também vocês foram circuncidados, não com uma circuncisão feita por mãos humanas, mas com a circuncisão feita por Cristo, que é o despojar do corpo da carne. Isso aconteceu quando vocês foram sepultados com ele no batismo, e com ele foram ressuscitados mediante a fé no poder de Deus que o ressuscitou dentre os mortos” (Colossenses 2:11-12) 
 
Para descobrirmos o que o apóstolo quis dizer nestes versos, comparando o batismo à circuncisão, devemos primeiramente saber o que era a circuncisão. Quando um bebê israelita chegava aos oito dias de idade, ele ganhava uma marca no seu corpo – chamada de circuncisão – que significava que aquele bebê fazia realmente parte do povo israelita, que era o povo escolhido de Deus. 
 
Paulo não pregava que os cristãos teriam que possuir uma marca literalmente no seu corpo físico, mas mostra que, assim como no caso dos israelitas, os cristãos também possuem uma marca. Tal marca, porém, não é mais operada em nosso corpo físico, mas em nosso coração. E Paulo afirma de modo claro como é que recebemos essa marca que representa que somos pertencentes a Deus: “...isso aconteceu quando vocês foram sepultados com ele no batismo” (v.12).  
 
Foi no batismo que nós recebemos este selo, que mostra que nós pertencemos a Deus. O criador de gado coloca sobre o seu gado uma marca para mostrar que aquele gado pertence a ele. Deus mandou que os israelitas se circuncidassem para mostrar quem era do povo escolhido dEle. E, na nova aliança, o batismo é esta marca que substitui a circuncisão e que mostra quem é a propriedade exclusiva do Deus vivo.  
 
Isso certamente não é mera simbologia, mas algo muito profundo no Reino espiritual. Isso significa que, se você ainda não é batizado nas águas, busque este batismo o mais rápido que for possível, pois, sem ele, você pode até ser um cristão, mas não estará selado com a marca de Cristo em seu coração, como pertencente a Ele.  
 
O diabo tem muito menos direito de atuar contra a vida daqueles que possuem a marca do que com aqueles que não a possuem. Se ele passa e vê que estamos cobertos do sangue do Cordeiro e com a marca operada em nosso coração, ele verá que pertencemos a Deus e que neste ele não pode tocar.  
 
A Palavra de Deus diz que “quem é nascido de Deus o protege, e o maligno não o toca” (1Jo.5:18). Para que o maligno não nos passa tocar, temos que estar lavados com o sangue do Cordeiro (a santificação) e ter a marca dEle (operada através do batismo). Sem a marca, estaremos mais expostos e vulneráveis aos ataques. 
 
2) O batismo lava os pecados.
 
Por diversas vezes a Escritura afirma isso da maneira mais clara e inequívoca o possível: 
 
E agora, que está esperando? Levante-se, seja batizado e lave os seus pecados, invocando o nome dele” (Atos 22:16) 
 
“Arrependam-se, e cada um de vocês seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos seus pecados, e receberão o dom do Espírito Santo” (Atos 2:38) 
 
“Apareceu João batizando no deserto, e pregando o batismo de arrependimento, para remissão dos pecados (Marcos 1:4) 
 
“E percorreu toda a terra ao redor do Jordão, pregando o batismo de arrependimento, para o perdão dos pecados (Lucas 3:3) 
 
Porém, é necessário tratarmos com muita cautela e precaução este ponto. O batismo só nos lava realmente dos pecados se estiver acompanhado de um arrependimento sincero e verdadeiro de nossa parte. Como já disse antes, sem o arrependimento o batismo não passa de um banho ou uma lavagem meramente corporal.  
 
com o arrependimento, o batismo lava não apenas o corpo físico, mas espiritualmente nos lava dos pecados que cometemos no passado, pois estamos nos convertendo em novas criaturas, morrendo para o pecado e revivendo para uma nova vida. Se morremos para o pecado, então já estamos justificados (limpos, perdoados) dele. É sobre isso que Paulo escreve aos romanos: 
 
“Que diremos então? Continuaremos pecando para que a graça aumente? De maneira nenhuma! Nós, os que morremos para o pecado, como podemos continuar vivendo nele? Ou vocês não sabem que todos nós, que fomos batizados em Cristo Jesus, fomos batizados em sua morte? Portanto, fomos sepultados com ele na morte por meio do batismo, a fim de que, assim como Cristo foi ressuscitado dos mortos mediante a glória do Pai, também nós vivamos uma vida nova” (Romanos 6:1-4)
 
Paulo associa a nossa morte para o pecado ao momento no qual recebemos o batismo. Portanto, se morremos para o pecado, fomos justificados dele, “pois quem morreu, foi justificado do pecado” (Rm.6:7). Mas não termina por aqui. Se o batismo realmente foi precedido pelo arrependimento, você não apenas foi lavado dos seus pecados passados, como também estará revestido para resistir mais fortemente aos pecados futuros, que é o que estamos tratando neste livro. 
 
Uma pessoa que não passou pelo batismo é assemelhada a alguém que está seco, sem estar lavado com a água purificadora do batismo. O autor de Hebreus escreve dizendo que nós (os cristãos) estamos lavados com essa água purificadora: 
 
Acheguemo-nos a ele com coração sincero, com plena firmeza da fé, o mais íntimo da alma isento de toda mácula de pecado e o corpo lavado com a água purificadora {do batismo} (Hebreus 10:22) 
 
Em outras palavras, ainda que o nosso batismo já tenha acontecido há algum tempo atrás e que não somos batizados diariamente, espiritualmente o batismo é eterno e possui efeitos permanentes. Se você foi batizado ontem, mas pecar amanhã, você não tem que ser batizado de novo para ser novamente purificado e limpo de seus pecados. Da mesma forma que Cristo morreu uma única vez e este sacrifício tem efeitos eternos e permanentes para nós, assim também ocorre com o batismo.  
 
Quando fomos batizados, o efeito do batismo permanece também para o tempo futuro, de modo que, ao cairmos em tentação, nos arrependemos e somos novamente aspergidos com aquela água purificadora, sem precisar passar por um rebatismo, pois o batismo verdadeiro tem efeitos permanentes para quem o recebe.  
 
No tempo da ignorância, em que muitos não compreendiam essa verdade, eles decidiam se batizar no último suspiro de vida, por pensarem que estariam justificados de todo o mal que praticaram anteriormente.
 
O imperador romano Constantino, por exemplo, depois de ordenar o assassinato de inúmeras pessoas de sua própria família e também de seus inimigos, foi batizado por um padre ariano nos momentos finais de sua vida. Ele pensava que podia praticar toda a maldade que quisesse, que se depois fosse batizado, estaria tudo “legalizado”! Ele não se batizava antes, pois, a exemplo de muitos, pensava que no caso de se batizar antes, ficaria culpado dos pecados que cometeria depois.  
 
Portanto, seria melhor que tivesse sido batizado no final de sua vida (para praticar todo o mal antes e ser justificado disso) do que no meio ou no começo, sem poder fazer o mal depois. Isso simplesmente destrói tudo aquilo que o batismo significa, pois o batismo não é pretexto para o pecado!  
 
O batismo dele, assim como o de inúmeras outras pessoas, foi falso, pois não foi realizado de maneira sincera ou como fruto do arrependimento. Foi usado apenas como pretexto para o pecado. Nem mesmo o fato de ter se batizado depois foi algo inteligente, pois o batismo possui efeitos eternos.  
 
A partir do momento em que você tem consciência e pode crer em Cristo de todo o coração, pode ser batizado e isso valerá permanentemente. Demorar mais para ser batizado não irá ajudá-lo em nada; ao contrário, irá fazer com que você atrase todos os benefícios reais que o batismo verdadeiro opera em sua vida.  
 
Quanto mais tempo você demora para se batizar, mesmo já estando dentro das condições de receber o batismo, mais você continua espiritualmente seco. Quando você recebe o batismo, você passa a ser revestido desta água purificadora, tornando mais difícil – ainda que não impossível –que cometa algum pecado.  
 
Fazendo a analogia com o mundo natural, alguém que está seco está muito mais sujeito a se sujar do que alguém coberto de água. Não é a toa que usamos a água exatamente com a finalidade de tirar as impurezas do corpo. Espiritualmente é a mesma coisa. Alguém que foi batizado da forma correta está revestido desta água purificadora, tornando-o menos sucessível a se sujar do que alguém que não está coberto desta água.  
 
No Antigo Testamento, quando algum israelita ficava impuro, Deus ordenava que ele lavasse o seu corpo no rio que, depois de sete dias, estaria limpo. A água sempre foi o método que Deus utilizou a fim de trazer a purificação. No Novo Testamento, não somos mais incentivados a nos lavarmos em algum rio sete vezes, mas somos conduzidos ao batismo nas águas, que tem efeitos muito mais duradouros que os métodos empregados na antiga aliança.  
 
A finalidade, porém, é a mesma em ambos os casos: trazer a purificação espiritual a quem antes estava impuro, santificando-o. É por isso que a purificação do batismo está diretamente relacionada à santificação, como Paulo escreve aos efésios: 
 
“Para santificá-la, purificando-a pela água do batismo com a palavra” (Efésios 5:26) 
 
Paulo afirmou que a Igreja seria santificada por Deus? Mas como? Ao que ele responde isso logo na sequencia: “...pela água do batismo”! O batismo tem um papel extremamente fundamental na santificação do ser humano, não somente por apagar os pecados passados, mas também por trazer um revestimento a fim de ter mais resistência em tentações futuras. É por isso que Paulo afirmou que o batismo é um revestimento: o “revestir” de Cristo! 
 
“Pois os que em Cristo foram batizados, de Cristo se revestiram” (Gálatas 3:27) 
 
A profundidade desta mensagem é tremenda: ao passarmos pelo verdadeiro batismo, somos revestidos de Cristo! Você foi revestido de Cristo no batismo! A vida de Cristo opera em nós muito mais fluentemente! Glória a Deus! 
 
3) O batismo é a ressurreição para uma vida transformada. 
 
Além disso, o batismo representa duas coisas: a morte do velho eu e o ressurgir de uma nova criatura. É sobre isso que Paulo se refere quando diz: 
 
“Nele também vocês foram circuncidados, não com uma circuncisão feita por mãos humanas, mas com a circuncisão feita por Cristo, que é o despojar do corpo da carne. Isso aconteceu quando vocês foram sepultados com ele no batismo, e com ele foram ressuscitados mediante a fé no poder de Deus que o ressuscitou dentre os mortos” (Colossenses 2:11,12) 
 
Portanto, fomos sepultados com ele na morte por meio do batismo, a fim de que, assim como Cristo foi ressuscitado dos mortos mediante a glória do Pai, também nós vivamos uma vida nova(Romanos 6:4)
 
É por isso que a forma do batismo é a imersão, e a própria palavra “batismo” significa “imergir em águas”. Pois no momento em que descemos às águas estamos sendo espiritualmente sepultados para a velha vida, e no momento em que ressurgimos e somos trazidos de volta representa a ressurreição para uma nova vida. Isso não é mero simbolismo, pois Paulo insiste em mencionar que a morte do nosso velho eu ocorreu no batismo, assim como a sua própria ressurreição. 
 
Ora, ninguém que ainda está morto pode conseguir ter forças suficientes para vencer o pecado em definitivo em sua vida. Somente aquela pessoa que já ressuscitou pode estar viva para combater os desejos e impulsos malignos da carne. Antes de sermos batizados, estamos vivendo para os nossos próprios prazeres, mas depois que sepultamos o velho homem e deixamos ressurgir uma nova criatura, estamos vivos e renovados para entrarmos de uma vez na luta contra o pecado e prevalecermos contra as setas do mal.
 
Mas cabe sempre ressaltar um fato importantíssimo: não basta somente ser batizado para vencer o pecado. Milhões de pessoas já foram batizadas quando bebês, quando crianças, quando adultas ou já próximas da morte, mas continuam vivendo em pecado. Se você pensa que o fato de se batizar significa que pode parar de buscar a Deus ou passar a orar menos por crer que “o batismo compensa a falta de oração”, é melhor que nem se batize.  
 
Só passe pelas águas se estiver com a mentalidade correta. Seja batizado, esteja consciente de tudo isso, mas não deixe de buscar a Deus. O batismo não possui um efeito mágico e instantâneo em si mesmo. Os seus efeitos são validados em conformidade com o tanto que você busca a Deus e está junto a Ele. Sem buscar ao Senhor todos os dias, Deus não estará em sua vida. E, sem Deus, o batismo não vale absolutamente nada.  
 
Portanto, devemos continuar buscando a Deus e vermos continuamente a nossa própria transformação que é apoiada em muito pelo batismo. Afinal, Cristo disse que “ninguém pode entrar no Reino de Deus, se não nascer da água e do Espírito(Jo.3:5). Ou seja: se você quer ser salvo, trate de ser batizado, mas jamais abandone a busca ao Espírito Santo, pois, sem Ele, você nada será.
 

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Por: Lucas Banzoli.

 

Extraído de meu livro: "Como Vencer o Pecado".

 

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