A FÉ QUE NOS LIGA À GRAÇA

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Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus” (Efésios 2:8)

 

A Bíblia diz como o homem pode ser salvo, que evidentemente não é em função de seu próprio esforço ou piedade, mas sim em função do esforço e piedade de Cristo, quando colocamos a nossa fé Nele, descansando em sua obra consumada na cruz do Calvário. Com relação a isso, a Sagrada Escritura nos diz que:

 

“Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus” (Efésios 2:8)

 

Perceba que a fé é, assim dizendo, o “ponto de ligação” entre nós e a graça de Deus, porquanto essa “fé” não é uma fé em “qualquer coisa”, mas sim uma fé em Jesus Cristo, que nos liga ao Pai:

 

“Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim” (João 14:6)

 

Se pensarmos dentro do paradigma de que a união de nossa busca a Deus com a graça de Deus (a graça de Deus conosco – 1Co.10:15) é o que faz o homem vencedor contra o pecado, poderíamos pensar da seguinte maneira: Como é que alguém pode buscar a Deus em jejuns, oração, louvor e leitura bíblica e mesmo assim ser derrotado na luta contra o pecado por não estar coberto com a graça de Deus?

 

Em outras palavras, como é que pode uma pessoa (A) estar buscando a Deus em todos estes aspectos, mas não vencer o pecado porque a graça de Deus não está sobre ela; enquanto uma outra pessoa (B) está buscando a Deus tanto quanto aquela, mas a graça de Deus, por sua vez, está sobre ele e por isso ele não cai em tentação? Será que Deus é injusto em derramar mais da graça Dele sobre uma pessoa do que sobre outra, deixando esta pessoa (A) entregue ao pecado, enquanto com outra pessoa (B) ele decide intervir e libertá-la pela Sua graça? Objetivamente não. Deus não faz acepção de pessoas:

 

“Agora, pois, seja o temor do Senhor convosco; guardai-o, e fazei-o; porque não há no Senhor nosso Deus iniqüidade nem acepção de pessoas, nem aceitação de suborno” (2 Crônicas 19:7)

 

“Porque, para com Deus, não há acepção de pessoas(Romanos 2:11)

 

“E, abrindo Pedro a boca, disse: Reconheço por verdade que Deus não faz acepção de pessoas (Atos 10:34)

 

“Mas quem fizer agravo receberá o agravo que fizer; pois não há acepção de pessoas(Colossenses 3:25)

 

“E vós, senhores, fazei o mesmo para com eles, deixando as ameaças, sabendo também que o Senhor deles e vosso está no céu, e que para com ele não há acepção de pessoas(Efésios 6:9)

 

“Pois o Senhor vosso Deus é o Deus dos deuses, e o Senhor dos senhores, o Deus grande, poderoso e terrível, que não faz acepção de pessoas, nem aceita recompensas” (Deuteronômio 10:17)

 

“Quanto menos àquele, que não faz acepção das pessoas de príncipes, nem estima o rico mais do que o pobre; porque todos são obras de suas mãos” (Jó 34:19)

 

Se em Deus não há acepção de pessoas, então ele não pode entregar uma pessoa ao pecado que busca a Deus tanto quando outra pessoa que Ele supostamente “ajuda a mais” para que esta outra não caia em tentação. Então, se isso não vem de preconceitos da parte de Deus, certamente deve vir de nós mesmos. Onde é que essa pessoa (A) falha em não receber mais da graça de Deus para vencer o pecado na vida dela, se ela busca a Deus o mesmo tanto da outra pessoa (B) que consegue vencer as tentações com a graça de Deus?

 

Simplesmente porque a graça de Deus não é um “fator mágico” que vem automaticamente através da busca a Deus, mas sim algo que tem que vir acompanhado da busca a Deus, mas com um fator aditivo chamado . A fé é o ponto de ligação entre nós e a graça de Deus. Nós somos salvos pela graça de Deus, por meio da fé. Isso nos mostra que a fé é um ponto intermediário que nos une à graça. Uma pessoa pode até buscar bastante a Deus, mas ser desprovida de fé. Neste caso, ela pode até se esforçar ao máximo neste propósito, mas, se não tiver a fé, toda essa busca será em vão, já que é a fé verdadeira que nos liga a Cristo.

 

Este também é o problema de muitos não-cristãos ou descrentes na Palavra que são muito bons em boas obras; porém, não tem a fé verdadeira em Jesus Cristo. Sem fé em Cristo, nada adianta em termos de salvação, nem tampouco em termos de vitória contra o pecado. Mas o que estamos falando aqui vai além de ter fé para a salvação, mas significa também ter fé que, através da vitória de Cristo na cruz do Calvário, Deus nos concede pela Sua graça a vitória que nós precisamos e que, apenas por nosso próprio esforço, não conseguíamos obtê-la jamais.

 

Ou seja, é ter fé na graça de Deus por meio da obra redentora de Jesus Cristo para vencermos o pecado. Isso significa que o trabalho na luta contra o pecado não é interrompido na hora em que buscamos a Deus (como se imediatamente em seguida a graça fosse derramada e nós vencêssemos o pecado desde então), como se isso fosse alguma espécie de “passe de mágica”; mas é exatamente aí que entra o quesito “fé”. A graça não deve ser confundida com “mágica”. Por mais que seja algo que nós não podemos ver materialmente (como é o caso das obras), não é mágica, mas sim fé.

 

Isso significa uma profunda convicção interior em alguma coisa. No caso em que estamos tratando, significa uma profunda convicção de que Deus derrama a graça Dele por meio de Cristo para nos libertar do pecado. Essa é a fé que nós precisamos para nos ligar à graça. Não é um “passe de mágica”, porque por “mágica” não se entende nenhum tipo de certeza, nenhum tipo de convicção. A fé, porém, vai muito além de simples “mágica” e se estende além do campo da razão, para aquilo que chamamos do sobrenatural de Deus:

 

“Ora, a fé é a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas que não vemos. Pois foi por meio dela que os antigos receberam bom testemunho. Pela fé entendemos que os mundos foram criados pela palavra de Deus; de modo que o visível não foi feito daquilo que se vê” (Hebreus 11:1-3)

 

A fé é, portanto, muito mais do que simples “mágica”: a fé é certeza, é convicção, é a prova até mesmo daquilo que nós não conseguimos ver agora. É pela fé que nós cremos na existência dos mundos [material e espiritual] que nos rodeiam. É por meio da fé que nós somos salvos, pela fé que os antigos receberam bom testemunho e pela fé que nós seremos justificados em Cristo. Portanto, o que nos liga a essa graça não é uma passe de mágica, mas sim essa fé genuína. Por mais que as obras sejam realmente muito importantes e fundamentais (sem as obras, a fé é morta – Tg.2:26), é pela fé que a graça vem sobre nós.

 

Essa fé evidentemente não pode ser desprovida de obras, porque sem obras a nossa fé não passa de uma “fé” inútil (Tg.2:20), demoníaca (Tg.2:19) e que está morta (Tg.2:26). Portanto, a fé verdadeira vem acompanhada de obras que revelam o nosso arrependimento e o nosso crescimento e maturidade espiritual, e por meio dessa fé a graça de Deus é derramada em nossos corações mediante o Espírito Santo que Ele nos concedeu. Assim, nós vemos que não existe um fator prático cristão que atua interdependentemente dos outros; ao contrário, é tudo como um “quebra-cabeça” em que todas as peças devem estar totalmente ligadas e unidas para que tudo se encaixe perfeitamente.

 

Pegue também como exemplo o flagelo bacteriano, que constitui um motor molecular exigindo a interação de cerca de 40 partes proteicas complexas, e a ausência de qualquer uma destas proteínas faz com que o flagelo não funcione. As partes separadas não conseguem funcionar adequadamente quando separadas de seu todo, mas tem um papel importante e fundamental quando está unido a todo o conjunto em que está inserido com a finalidade de dar o correto funcionamento do flagelo.

 

A mesma coisa acontece no mundo espiritual. Nós não podemos “separar” a busca a Deus da fé, nem a fé da graça, se quisermos realmente que tudo funcione corretamente para nos livrar em definitivo do pecado. É fato que sempre haverá tentações da carne, mas, se estivermos bem preparados e capacitados (com todas as “peças” funcionando perfeitamente em seu devido lugar), estaremos vencendo aquilo que antes nos afligia. Sem um esforço de nossa parte na prática de boas obras na busca a Deus (oração, louvor, leitura bíblica, etc), não adianta clamar pela ajuda Dele, sendo que você mesmo não se ajuda. Tendo a participação de sua parte, não adianta clamar pela graça se não existe nada que te ligue a essa graça divina.

 

No caso, a única coisa que nos pode ligar à graça de Deus é a fé em Jesus Cristo, pois Jesus é o único caminho que leva a Deus (Jo.14:6). Quando há essa ligação de obras e fé, a graça de Deus é ativada ainda mais fortemente, dando-lhe forças para vencer as tentações, derrubar as fortalezas que antes existiam e, por fim, lhe conceder a vida eterna em Jesus Cristo. A ausência de qualquer uma dessas partes (obras, fé ou graça) faz com que a nossa vida cristã não funcione. Sempre haverá algum obstáculo ou “pedra no sapato” que parece continuar sempre no nosso caminho, sem deixar que nós andemos retamente.

 

Seria como forçar um flagelo bacteriano a funcionar com apenas 39 partes proteicas. Por mais que pareça um número bem alto a tal ponto que “esteja quase lá”, não estará atingindo o alvo e tampouco estará funcionando. Precisamos buscar a Deus. Precisamos de obras de nossa parte. Precisamos de fé em Jesus Cristo. Precisamos da graça de Deus. Sem alguma dessas coisas, estaremos simplesmente nadando com todas as nossas forças, mas contra a maré. Estaremos nadando, nadando... e morrendo na praia. Devemos, porém, seguir tudo isso, correndo com perseverança a carreira que nos está proposta, com os olhos fitos no nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, o autor e consumador da nossa fé:

 

“Portanto, nós também, pois estamos rodeados de tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com perseverança a carreira que nos está proposta, fitando os olhos em Jesus, autor e consumador da nossa fé, o qual, pelo gozo que lhe está proposto, suportou a cruz, desprezando a vergonha, e está assentado à direita do trono de Deus” (Hebreus 12:1,2)

 

Aleluia!

 

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Por: Lucas Banzoli.

 

Extraído de meu livro: "Como Vencer o Pecado". 

 

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