O SUDÁRIO DE TURIM
“José de Arimatéia...foi procurar Pilatos e pediu-lhe o corpo... Recebendo o corpo, José O envolveu em um lençol ainda não usado” (Mt.27:57-61)
Nos primeiros dois tópicos relacionados ao tema de “Jesus Cristo”, vimos inúmeras provas que nos mostram que a existência histórica de Jesus é incontestável; na segunda parte, vimos inúmeras provas por razões lógicas a que se chega na conclusão da ressurreição de Cristo dentre os mortos; mas, nesta terceira e última parte, passaremos a estudar as provas científicas que atestam a ressurreição de Nosso Senhor. A maior prova científica já encontrada para a ressurreição de Jesus trata-se do Sudário de Turim (também conhecido por “Santo Sudário”), um lençol de linho de 4,36 x 1,10 metros, que eram as medidas de lençóis para se envolver cadáveres em Israel antigo e ainda empregado em rituais judaicos. Neste espaço, nos reservaremos a mostrar as evidências científicas e materiais desta ressurreição, sem nos limitarmos ao aspecto religioso. O honesto leitor poderá com tranquilidade, após ler este artigo, definir por si mesmo se esta peça é ou não o manto que encobriu Jesus, de acordo com todas as provas científicas e racionais aqui apresentadas.
Primeiramente, para efetivamente provarmos a ressurreição de Cristo dentre os mortos neste artigo, temos que enumerar as seguintes premissas, e, após isso, provarmos a autencidade de cada um dos pontos a seguir:
(1) O Sudário de Turim é realmente um lençol do primeiro século que encobriu um homem morto, e não uma pintura falsificada da Idade Média.
(2) Este homem trata-se de Jesus Cristo.
(3) Este homem ressuscitou.
(4) Logo, Jesus Cristo ressuscitou dos mortos.
Evidentemente, para comprovarmos a validade do argumento a favor da Ressurreição de Jesus, precisamos primeiramente provar a veracidade das três primeiras premissas, seguindo-se, portanto, a premissa número 4 – Jesus Cristo ressuscitou dos mortos – que é uma conclusão lógica a partir da validade das outras três premissas.
Se as premissas aqui apresentadas forem provadas autênticas, teremos que chegar à conclusão do próprio cientista Ray Rogers sobre o Sudário: “O Sudário representa a eterna questão sobre a vida do homem depois da morte, se Cristo tiver ressuscitado de entre os mortos, quer dizer que os evangelhos são a verdade. E que a todos nos oferece uma vida eterna, uma imortalidade”
Premissa 1 – Não é uma falsificação medieval
Antes de iniciarmos as provas científicas que desmontam com a interpretação de que o Sudário de Turim não passa de uma falsificação medieval, precisamos remontar às questões históricas relativas ao Sudário. Muitos cristãos evangélicos são veementemente contra o Sudário de Turim por acreditarem que se trata de uma relíquia católica romana. Sendo assim, nem ao menos analisam as evidências favoráveis à legitimidade do lençol, e logo o classificam como uma “invenção católica medieval para tirar o dinheiro do povo”. Este pensamento está equivocado por inúmeras razões.
Em primeiro lugar, porque nunca em nenhum momento da História conseguiu-se “montar” uma peça com tamanha perfeição. A perfeição é genial e exclui inteiramente a possibilidade de ser mera falsificação para enganar os mais incautos. Apesar de ser bem verdade que a ICAR se utilizou de métodos fraudulentos a fim de sair no lucro, não existe nenhuma relíquia tão bem montada, articulada e planejada que sequer chegasse perto do Sudário de Turim. Na verdade, até hoje as dificuldades em se encontrar uma “fraude” tão perfeita são tantas que nem com toda a tecnologia a nós disponível seria possível reconstruirmos um “Sudário de Turim” exatamente com as mesmas especificações do original.
E, se isso já é quase impossível nos dias de hoje, quanto mais naquela época! Em segundo lugar, o próprio fato desta relíquia atualmente se encontrar no Vaticano não significa que ela é uma propriedade católica-romana, pois ela ao longo da história passou pelas mãos de todo o tipo de gente: até por reis, imperadores, cruzados, etc. Ela não é uma relíquia católica, mas sim uma relíquia cristã que atualmente se encontra no Vaticano. Infelizmente, foram feitos muitos “ataques” ao Sudário baseando-se simplesmente em premissas vazias e falsas.
Em terceiro lugar, desmentindo a mentira da grande parte dos ateus, o Sudário de Turim (que também já foi chamado por outros nomes, como, por exemplo, “Mandylion”, em Constantinopla) já existia muito antes da Idade Média. Isso invalida a pretensão ateísta de dizer que a sua primeira menção só seria no século 16 e, portanto, não poderia ter existido antes disso. A História desmente essa alegação e nos mostra que ele já existia desde tempos bem remotos, a começar pela própria Escritura. Para tanto, teremos que remontar a própria ressurreição de Cristo.
(PROVA 1) – A EXISTÊNCIA HISTÓRICA DO SUDÁRIO ANTES DO SÉCULO 14 DC
“Saiu então Pedro, e aquele outro discípulo, e foram ao sepulcro. Ora, eles corriam ambos juntos, mas aquele outro discípulo correu mais do que Pedro, e levando-lhe a dianteira, chegou primeiro ao sepulcro. E tendo-se abaixado, viu os lençóis postos no chão, mas todavia não entrou. Chegou pois Simão Pedro, que o seguia, e entrou no sepulcro, e viu postos no chão os lençóis, e o lenço, que estivera sobre a cabeça de Jesus, o qual não estava com os lençóis, mas estava dobrado num lugar à parte. Então pois entrou também aquele discípulo, que havia chegado primeiro ao sepulcro: e viu, e creu” (João 20:3-8)
O que, no relato do evangelista, viu o apóstolo, que o fez crer? O lençol que estivera sobre o corpo de Jesus. Convenhamos: você entra em um sepulcro, e vê que o Senhor já não se encontra mais por lá, e a única prova visível que você tem deste fato (que, aliás, foi exatamente o que lhes fez ver e crer) é o lençol que o envolveu enquanto se achava morto. Ora, quem é que não apresentaria esta prova tão incontestável para os demais discípulos? Ainda mais sabendo até os próprios apóstolos estavam bem incrédulos quanto a apenas testemunhos oculares (ver relato de Marcos em 16:11-14), seria obviamente presumível que, desta vez, eles evidentemente apresentariam tal evidência da ressurreição de Jesus a todos os discípulos.
Qualquer um levaria o lençol como prova indiscutível que o Senhor não mais se encontrava morto, em seu tumulo. Eles certamente não iriam perder tamanha oportunidade e deixar o “Sudário” ali do mesmo jeito que antes (e o mesmo pode ser dito com relação aos que visitariam o túmulo em seguida). A pergunta que fica agora é: Será que Deus iria preservar esta prova da ressurreição de Cristo ou será que permitiria a sua destruição? Será que algum descuido ou até mesmo incêndios poderiam destruí-lo? De fato, já tentaram queimá-lo mais de uma vez, mas ele permanece até os dias de hoje, como a maior relíquia de toda a história da humanidade até os dias de hoje.
Como nos relata Wilson (historiador): “Seja qual for à maneira como se formou a imagem, temos direito a nos maravilhar antes esses 4.97 metros de tecido, que é o Sudário de Turim (...) Porque se nossa reconstrução (histórica) é exata, essa mortalha sobreviveu à perseguição contra os cristãos do primeiro século, às inundações e ao terremoto de Edesa, a iconoclastia bizantina, à destruição da Ordem dos Cavalheiros do Templo, sem contar com um primeiro ataque do fogo que a perfurou com triplos buracos; depois, do incêndio de 1532; e outra grave tentativa de destruição, também pelo fogo, em 1972. Ó, ironia da história! Cada um dos edifícios nos quais quis proteger esta Síndone antes do século XV, desapareceram há tempo, miserável pelas transformações dos tempos. Em troca esta frágil peça de tecido superou todos os perigos para chegar até nós quase intacta!”
O mesmo Deus vivo que cuidou de preservar a Sua Palavra (Sagrada Escritura) das mãos do terrível e sanguinário imperador romano Diocleciano que ordenou que cada igreja e cada Bíblia (e cada cristão que a tivesse e recusasse cedê-la) fossem aniquilados de sobre toda a terra, e moveu tão feroz e persistente perseguição a tal ponto de ficar tão certo de seu mais completo sucesso que cunhou moeda comemorativa com a frase "A religião cristã foi destruída e a adoração dos deuses restaurada", mas mesmo assim os cristãos e as Bíblia sobreviveram; esse mesmo Deus tratou de preservar uma evidência palpável e material daquilo que todo cristão já crê puramente pela fé: A Ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos.
Embora em toda a História tenham sido feitas muitas tentativas de destruí-lo, ele continua de Pedro e João até os nossos dias, passando ao longo dos séculos pelos olhos dos observadores, provando que ele já existia muito antes do décimo quarto século:
Século I - Os Evangelhos relatam que o manto que envolveu Jesus se encontrava dobrado. O manto teria sido recolhido e custodiado pelos cristãos. Para os hebreus, o manto que havia envolvido um cadáver era um objeto impuro que não podia ser exposto.
Ano 30 - O apóstolo Judas Tadeu leva o Sudário (Mandylion) para a cidade de Edessa.
Ano 57 - O Sudário é escondido num riacho devido à perseguição aos cristãos em Edessa.
Século II - Existem registros de que em Edessa (atual Urfa - Turquia) existia uma imagem de tecido com o rosto de Jesus.
Ano 306-337 - Como é bem sabido, durante as perseguições dos primeiros séculos, as comunidades cristãs guardavam cuidadosamente as relíquias dos mártires. Segundo Nino (306 a 337), a mulher de Pilatos teria entregado o Sudário a Lucas (evangelista) e esse a Pedro (apóstolo), que o guardou.
Ano 525 – Durante a restauração da Igreja da Santa Sofía, de Edessa se registra o descobrimento de uma imagem de Jesus chamada acheropita (não feita por mão humana) chamada Mandylion (lenço). Numerosos testemunhos a relacionam com o Sudário, sobre tudo porque os pontos de coincidência entre os traços das cópias de Mandylion – que foi profusamente reproduzido - e o Lençol superam os 100.
Ano 544 - Evagrio, em sua História Eclesiástica, nos conta que em 544 os edessenos venceram uma batalha contra as tropas persas que cercavam a cidade, depois de uma procissão do Mandylion pelas muralhas, quando o fogo tomou conta das armas inimigas e os persas tiveram de fugir.
Século VI - A partir dessa época (séc VI), a arte sacra começa a copiar a sagrada face em numerosos detalhes. Dois quadros hoje guardados no ocidente, em Sancta Santorum (Roma) e na Igreja de São Bartolomeu, em Genova e ainda o Rosto Sagrado em Pescara, entre outros, já apresentam as mais fortes características de cópia do Mandylion (Sudário).
Ano 789 - No segundo Concílio Ecumênico de Nicéia, em 789, Teodoro Estudita recorre textualmente ao Sudário como argumento contra os iconoclastas. Além dele, outras testemunhas daquela época são: João Damasceno, André de Creta, Papa Gregório II, o patriarca Nicéforo, João de Jerusalém, e outros.
Século VII - Do seu período na Turquia (Edessa), temos um interessante documento: o Codex Vossianus Latinus Q 69, conservado na biblioteca de Rijksuniversiteit de Leida (Países Baixos), um manuscrito do séc X, que contém uma narrativa do séc. VIII, proveniente da área siríaca, onde se lê que Jesus deixou a marca de todo o seu corpo num pano guardado na Igreja Grande de Edessa: “Quem o contempla via o Senhor como quem o tenha visto na terra”.
Séculos VII a VIII - O bispo francês Aroulf e João Damasceno falam aproximadamente de um sudário de linho em Constantinopla, pelos séculos VII e VIII.
Ano 912–919 - Uma homilia atribuída ao imperador de Constantinopla, Constantino VII Porfirogênito (912-959), e o Narratio de Imagine Edessena (séc. X), dão a entender que não se tratava de pintura, e quando mostrado ao povo de Edessa era dobrado em oito camadas, de modo tal que aparecesse “o rosto sem o corpo”.
Ano 944 – Os exércitos bizantinos, no curso de uma campanha contra o sultão árabe de Edessa, apoderam-se do Mandylion e o levam solenemente a Constantinopla em 16 de Agosto. O Mandylion era em realidade a Síndone (Sudário) dobrada oito vezes de modo que se visse só o rosto. Existe também a descrição de Gregório, o Referendário, sobre a chegada do Mandylion a Constantinopla, como uma imagem impressa por gotas de suor e na qual se vê também o sangue que saiu do lado. Ou seja, o Mandylion é o Santo Sudário.
Ano 1080 - Aleixo I Comnemo pede ajuda ao Imperador Henrique IV e a Roberto de Flandres para defender as relíquias reunidas em Constantinopla, especialmente o Sudário.
Ano 1147 – O rei Luis VII da França, durante sua visita a Constantinopla, visitou o Sudário em Constantinopla.
Ano 1150 - Diversas referências incertas sugerem a existência de um tecido em Constantinopla, nos séculos XII e XIII. Viajando, um inglês afirmou que viu tal pano de linho entre os tesouros imperiais em 1150. Cinco anos mais tarde o abade Benedicto Soermudarson testificou sua presença na catedral de Santa Sofía. Mais uma referência definida vem de Guillermo de Tiro, quem afirma que o Imperador Manuel Commenus mostrou ao rei Amalrico I de Jerusalem o sudário de Jesus, conservado no tesouro imperial. Outro visitante, Nicholas Mesarítes, mencionou ter visto em o tecido.
Ano 1171 - Manuel I Comnemo mostra a Almarico, rei dos Latinos de Jerusalém, as relíquias da paixão de Nosso Senhor, entre as quais, o Sudário.
Ano 1201 - Um inventário de relíquias bizantinas refere-se claramente ao Mandylion.
Ano 1204 - Robert de Clary, cronista da IV Cruzada, escreve que: "Todas as Sextas-feiras a Síndone é exposta em Constantinopla [...] Ninguém jamais soube, nem grego nem francês, o que foi feito do Sudário quando a cidade foi tomada". O Lençol desaparece de Constantinopla e é provável que o temor às excomunhões que pesavam sobre os ladrões de relíquias tenha animado sua ocultação. Diversos historiadores supõem que a relíquia foi levada a Europa e conservada durante um século e meio pelos Templários. Após os cruzados saquearem Constantinopla, o Sudário é furtado pela Ordem dos Cavaleiros Templários.
Ano 1206 – O Sudário foi premiado como despojos de Constantinopla a Otto de La Roche, comandante das tropas do Marquês de Monteferrat. O capitão enviou o tecido a seu pai, que em 1206 o deu ao Bispo Amadeus de Besangon, que fez questão de exibir o Sudário na sua catedral todos os domingos, até 1349, quando um fogo destruiu o templo.
Ano 1306- Jacques de Molay, grão mestre da ordem, leva o sudário para a França.
Ano 1307 - Templários são condenados como heréticos, dentre outras razões, devido ao culto secreto de uma “Sagrada Face”, que parece ser uma reprodução do Sudário. Um desses templários se chama Geoffrey de Charny.
Ano 1314 – Os Templários, uma ordem cavalheiresca de Cruzados, são condenados e dissolvidos. Foram acusados de realizar cultos secretos não cristãos. Um dos líderes templários era Geoffroy de Charny.
Ano 1356 - Geoffroy de Charny, um cruzado homônimo do anterior, entrega o Sudário aos cônegos de Lirey, perto de Troyes, na França. Geoffroy explicou que possuía a relíquia durante três anos.
Ano 1357 - Primeira exposição do Sudário na França.
Essas datas nos mostram claramente que o Sudário (ou “Mandylion”) não é uma falsificação da Idade Média a partir do décimo quarto século em diante, pois, doutra forma, não teríamos nenhuma menção histórica a ele antes desta data. Tais dados nos revelam que o Sudário é de origem muito mais antiga do que o 14 século e, portanto, não pode tratar-se de uma falsificação medieval.
(PROVA 2) – IMAGEM EM NEGATIVO
Tudo começou em 1888, quando um famoso fotógrafo italiano de nome Secondo Pia, teve permissão do rei da Itália para tirar a primeira fotografia do Sudário. Quando foi exposto para uma demonstração em público, Pia ficou desapontado, pois a imagem parecia ser extremamente tênue, contudo, ao revelar as duas primeiras chapas em vidro, algo o assombrou: mostrou que a imagem do pano estava TOTALMENTE EM NEGATIVO!
Esta foi a primeira inversão negativo-positivo de uma fotografia, ou seja, ao se observar a imagem no negativo, vê-se, na verdade, o "positivo fotográfico" da imagem. A imagem do Sudário se dá em negativo, ou seja, as partes mais escuras ficaram claras e as claras escuras, como no negativo de uma fotografia, sendo que na idade média a fotografia era totalmente desconhecida.
Mas supondo que tenha sido o Sudário manufaturado em pleno século XIV como pretendem nos fazer crer. Ora, a imagem do Santo Sudário esta em NEGATIVO, o que indica que claros e escuros estão invertidas em relação ao que normalmente veríamos; então, se o Sudário é uma pintura do século XIV, significa que alguém precisaria ter IMAGINADO o CONCEITO DE FOTOGRAFIA aproximadamente 700 ANOS DELA TER SIDO FINALMENTE INVENTADA.
Se o Sudário for falso, é a maior falsificação e mais PERFEITA de todos os tempos; se não, é a primeira evidência visível da crucificação de Cristo que pode ser um registro fotográfico de sua ressurreição. Portanto, não se trata de pintura e as características identificáveis de um ser humano só podem ser visualizadas a três metros de distância, como se fosse o negativo de um filme. A fotografia só foi inventada no século 19.
(PROVA 3) – FIBRAS EXTREMAMENTE COMPLEXAS
Kevin Moran, Engenheiro óptico da NASA,que analisou cuidadosamente o Sudário, acrescenta que a imagem do Sudário é feita de fibras extremamente minúsculas, um décimo do tamanho de um fio de cabelo, e os elementos da figura são distribuídos aleatoriamente, como os pontos de uma foto de jornal ou revista. Para isso, seria necessário um LASER ATÔMICO INCRIVELMENTE PRECISO, e esta tecnologia era inexistente em pleno século 14 DC.
As manchas do tecido são incrivelmente sutis e complexas. A análise microscópica das fibras mostra que a imagem está contida apenas na camada de carbo-hidratos. Uma fibra estava manchada enquanto outra, bem ao lado, não. No entanto, cada fibra tem um décimo do diâmetro do cabelo humano, e em alguns momentos a imagem só penetrava a cerca de 50 micrômetros da fibra! Um método para aplicação de tintura com tão pouca profundidade assim, é completamente desconhecido. Quanto mais na era medieval! Ora, não existe técnica de pintura, disponível nos séculos XIII e XIV, que permita uma precisão de aplicação de tintas à escala no nanômetro.
(PROVA 4) – IMAGEM TRIDIMENSIONAL
Dois oficiais da Força Aérea norte-americana, John Jackson e Eric Jumper, analisando o Sudário perceberam que a figura foi impressa de maneira tridimensional, de tal forma que é possível conhecer a distância entre o tecido e as diversas partes do corpo. Para a reconstituição da tridimensionalidade, utiliza-se um aparelho chamado VP-8. Jackson e Jumper tomaram uma simples fotografia do Sudário e a introduziram no aparelho. Qual não foi o seu espanto ao constatar que se constituiu uma imagem tridimensional e que esta parecia emergir gradativamente do pano como na ressurreição. Eles exclamaram: Cristo ressuscitou.
Em relação ao efeito tridimensional da figura do corpo, só capaz de ser identificado em equipamentos ultramodernos, nossos doutores anti-ciência dizem apenas que os falsificadores da idade média eram homens super-astutos e pensariam em todas as possibilidades para que não fossem pegos em sua fraude. Mas esquecem de dizer que os falsificadores eram também homens com dons proféticos, pois certamente sabiam que no ano de 1978 haveria uma máquina capaz de identificar a forma tridimensional da figura estampada no linho.
O tratamento da imagem do computador produziu uma forma tridimensional proporcionada e sem distorções, o que jamais ocorre em caso de pintura e fotografia. De alguma maneira a imagem foi criada por um processo tridimensional que ainda é desconhecido em 1996 DC, o que nos mostra que o Sudário não é uma pintura de tipo algum, não é uma forma primitiva de fotografia e não exibe qualquer evidência de ter sido feita por mãos humanas. Os mesmos testes foram repetidos à exaustão com uma infinidade de imagens de pinturas dos maiores gênios expressionistas e até com fotografias. Em nenhum caso o efeito obtido com a imagem do Sudário pode ser repetido! A imagem de Turim é única em toda a história da humanidade. Em lugar algum, em nenhuma época, nada parecido jamais existiu!
A imagem do Sudário é tridimensional. Quer dizer, se associarmos as partes claras uma distancia menor e as partes escuras uma distancia maior é possível ver o relevo de um corpo humano de forma perfeita. NUNCA alguma outra imagem apresentou isso. A própria equipe do STURP que analisou o Sudário, confessou: "A definição da imagem por computador e as análises pelo analisador de imagem VP-8 revelaram que a imagem tem codificada, em si, informação tridimensional, uma característica sem paralelo em nenhum outro artefato submetido a análise científica até o dia de hoje".
(PROVA 5) – GRÃOS DE PÓLEN DA PALESTINA
Em 1973, o Sudário foi trazido para um breve exame nos EUA a ser examinado por um grupo de cientistas europeus. Entre os cientistas que o examinaram estava Max Frei (morto em 1983), criminologista suíço, que foi durante 25 anos diretor do serviço científico da Polícia de Zurique, além de botânico, e por fé, cristão evangélico, um dos mais respeitados especialistas do mundo em análise de pó e pólen. Dr. Frei desenvolveu quase que sozinho uma técnica para saber onde criminosos estiveram testando amostras de pó e pólen em suas roupas. Ele encontrou no Sudário GRÃOS DE PÓLEM que vieram da PALESTINA ou arredores no Oriente Médio.
O Objetivo de Dr. Frei era simples: se o Sudário foi manufaturado na França no século XIV, então só os pó e polens franceses ou italianos seriam encontrados no tecido. Na sua análise, Frei encontrou 58 polens específicos, sete dos quais eram originários da Europa, e o restante, da Palestina e do sul da Turquia, da localidade de Edessa. Frei conquistara sua reputação internacional mediante a análise de substâncias microscópicas. Trabalhou na análise de muitos crimes e acidentes importantes de repercussão mundial. Mesmo depois de aposentado, foi consultor das autoridades policiais de diversos países.
No 4 de outubro de 1973, quando procedia a análise das fotografias do Sudário, notou que a superfície do tecido estava coberta de pequenas partículas de poeira. Pediu e obteve permissão para retirar amostras com fita adesiva limpa sobre a superfície do linho. De regresso a Zurique, Frei examinou ao microscópio a poeira que havia recolhido. Identificou partículas minerais, fragmentos de cabelos, fibras de plantas, esporos de bactérias e plantas que não tem flores como musgos e fungos, e grãos do pólen de plantas floridas. Como era de seu conhecimento, os grãos de pólen, invisíveis a olho nu, têm uma parede exterior muito resistente, e podem manter suas características físicas durante milhões de anos.
Frei compreendeu que:
-identificando os polens, identifica as plantas;
-identificando as plantas, identifica os lugares e as épocas.
Durante os anos de 1974 e 1975, Frei utilizou a Palinologia, a ciência da análise dos polens, examinando cuidadosamente cada grão de pólen retirado do Sudário. Uma das suas dificuldades deriva do fato de que muitas das plantas que originariamente viviam numa região específica, serem hoje encontradas em todo globo terrestre. Descartados estes casos, mesmo assim Frei conseguiu seu objetivo. Ele descobrira grânulos de pólen de plantas da França, Itália, e de vegetação que cresce em zonas áridas e floresce em épocas diferentes no Oriente Médio.
Mas o pólen mais frequente no Sudário é o mesmo pólen fóssil abundante nos sedimentos do lago de Genesaré e do mar Morto, depositados há cerca de dois mil anos.
Em 1978, Frei efetuou novas retiradas de material e continuou seus estudos. Durante nove anos dedicou seu tempo e enormes despesas a sete expedições no Oriente Médio para identificar seus polens, muitos dos quais não eram ainda conhecidos. Morreu em 1983, sem terminar um trabalho final de conjunto.
Frei identificou 58 (cinqüenta e oito) espécies de pólen no Sudário:
-38 da Palestina, muitas delas de Jerusalém e arredores, das quais 13 são halófilos exclusivos do Negueb e da região do Mar Morto.
-2 exclusivas de Urfa (Edessa)
-1 exclusiva de Istambul (Constantinopla)
-17 da França e Itália
Isto confirma claramente o roteiro e as datas do Sudário (ver prova 1).
Frei ainda estava trabalhando com dezenove novos polens, que elevariam o total para setenta e sete. O arqueólogo Paul C. Maloney, o ilustre palinólogo israelense Aharon Horowitz, e o maior especialista em flora desértica israelense Avinoam Danin, notaram que o espectro polínico existente do Sudário é semelhante ao israelense, e que é possível mostrar um itinerário através do Negueb até as terras altas do Líbano.
Flores podem ter sido colocadas no Sudário também na hora do sepultamento. Um estudo com aplicação da técnica de sobreposição de luz polarizada, feito por Alan Whanger, professor da Duke University Medical Center de Durham (EUA), identificou vinte e oito flores que florescem entre Março e Abril na Palestina. Frei havia encontrado polens de vinte e cinco delas. Ainda no meio de sua pesquisa, Max Frei tendo já perdido seu ceticismo inicial sobre a autenticidade do Sudário, em 8 de Março de 1976 declarou:
“... A presença de polens pertencentes a não menos de seis espécies de plantas palestinas, uma da Turquia e oito espécies Mediterrâneas, nos autoriza, desde já, mesmo antes de chegarmos à identificação completa de todos os fósseis e microfósseis, a chegar a conclusão definitiva de que o Santo Sudário não é uma falsificação”
Segundo Frei, ainda se pode concluir:
- que podemos ter certeza que o Sudário foi exposto ao ar livre na Palestina e na Turquia;
- que a abundância de pólen provenientes da zona do rosto, pode indicar uma exposição maior dessa área, o que nos leva ao Mandylion de Edessa.
(PROVA 6) – ALGODÃO INEXISTENTE NA EUROPA
O tecido do Sudário é composto de fios de linho com traços de fibra de algodão do tipo Gossypium herbaceum que muito cultivado no I século no oriente médio não existe na Europa. Gilbert Raes, professor do Instituto Ghent de Tecnologia Têxtil da Bélgica examinou alguns fios retirados do tecido por um grupo científico em 1973. Ele observou que:
- havia vestígios de algodão entre as fibras de linho, de onde se conclui que o pano foi tecido num tear também usado para algodão. É claro que o algodão cresce em terras do Oriente Médio, mas não na Europa;
- textura do linho era de um tipo comum no Oriente Médio no primeiro século da nossa era.
Essas descobertas de Raes foram apoiadas por Silvio Curto, professor Adjunto de Egiptologia da Universidade de Turim e membro da Comissão de cientistas italianos que estudou o Sudário em 1973. Segundo Curto: “A fabricação do Sudário pode remontar ao tempo de Cristo”.
E segundo Kenneth Stevens, engenheiro relator do STURP: “Se o Sudário fosse uma fraude, o falsificador europeu teria de enfrentar a enorme dificuldade de procurar um tecido fabricado no Oriente Médio, e esse tecido contivesse vestígios microscópicos de algodão na textura, e células de polens provenientes de plantas não europeias”
De acordo com Mechthild Flury-Lemberg, especialista suíça em restauro de tecidos, a trama do sudário é similar à encontrada em tecidos datados de 40 d.C a 73 d..C, recuperados na fortaleza de Madasa, que caiu durante a segunda revolta dos judeus contra o Império Romano no século I.
(PROVA 7) – SANGUE VERDADEIRO
Os responsáveis pelos estudos de sangue no Sudário são John Heller e Baima Bollone, que comprovaram a presença de hemoglobina, ferro, proteínas, porfirina, albumina e sangue tipo AB, fator RH positivo na trama do Linho. Esta comprovação anula a hipótese de que a imagem possa ter sido feita por um artista, pois nem mesmo o mais perfeccionista dos pintores plásticos seria capaz de utilizar pelo menos 5 litros de sangue humano e, à pinceladas, constituir a imagem que é vista no Sudário. Além disso, o linho possui diversas camadas, e o estudo do sangue existente nas fibras comprova ter sido este absorvido pelo contato, pois nem todas as camadas estão impregnadas. Isto seria impossível de conseguir se fosse uma fraude.
No Sudário são muito evidentes algumas zonas com manchas de sangue. Em 1978 foram tiradas amostras dessas zonas, com fitas adesivas, pelo Dr Pierre Luigi Baima-Bollone e Raymond Rogers, do grupo norte-americano da STURP. Rogers deu algumas dessas fitas a Walter McCrone e à equipe formada pelo Dr John H. Heller e Alan Adler, de Connecticut. Os resultados divergiram. Na Itália, o Dr. Bollone informou que o sangue era humano do tipo AB.
Nos Estados Unidos, McCrone informou que as manchas não eram de sangue, e sim de pigmentos terrosos ocre-avermelhados, concluindo que as manchas no pano eram pigmentos feitos por um artista. McCrone publicou essas conclusões no Microscope Journal, em 1981, depois publicou um livro, e até hoje mantém um site na web para atacar o Sudário.
No entanto, ainda nos Estados Unidos, os Drs Adler e Heller concluíram que as manchas eram de sangue verdadeiro, de tal modo que o judeu Adler declarou: “É tão certo que existe sangue no Sudário como em nossas veias”. Assim como seu colega italiano Bollone, Adler constatou ainda que as manchas são de cor vermelho vivo, aparentemente estranha para amostras de sangue antigo, mas explicado pela grande quantidade de bilirrubina, sinal de que a pessoa da qual o sangue provém esteve fortemente traumatizada pouco antes da morte.
Ainda assim, um reverendo episcopal, David H. Sox, lançou um livro no qual dá pleno crédito a McCrone, logo após ter abandonado a British Society for the Turin Shroud, em 1981.
Em seu livro “A Verdade sobre o Sudário” Kenneth Stevenson, relator da STURP, diz que “As análises microqúimicas revelaram a não–existência de corantes, manchas, pós, tintas, ou instrumentos de pintura no Sudário. Foram realizados vários testes, inclusive o de fotoreflectância e o da fluorescência ultravioleta, todos eles chegando a resultados unânimes de que não havia nenhuma possibilidade de falsificação ou fraude. De modo particular, a fluorescência por raio-X foi considerado o melhor teste para detectar qualquer tipo de fraude, e não revelou a presença de nenhum elemento estranho que pudesse ter contribuído para a formação da figura”
O Dr. Leoncio Garza-Valdes, em posse das amostras de sangue da região occipital da imagem dorsal do Sudário, extraídas por Riggi em 1988, na mesma ocasião das amostras dos testes radiocarbono, não só constatou o sangue humano, identificando-o como do sexo masculino do tipo AB, como também fez uma análise de DNA, clonando-o. O estranho é que as conclusões errôneas de McCrone sejam ainda amplamente divulgadas.
O Sudário de Turim apresenta sangue que corresponde ao grupo AB, que é o mais frequente entre os hebreus. Este “falsificador”, além de ser um fraudulento, ainda era um gênio sem limites, pois adivinhou exatamente o sangue corrente entre os hebreus do primeiro século como, talvez, uma maneira de enganar os cientistas do século XX!
Ademais, segundo legistas, todas as feridas visíveis no Sudário foram produzidas em vida, com exceção da lançada no flanco direito, que chegou a aurícula direita do coração. E, sobre uma entrevista ao Fantástico, em que um “cientista” diz que o Sudário de Turim é uma “farsa”, o Doutor Humberto Rezende, Presidente do Centro Sindonológico do Brasil, comenta nas seguintes palavras:
“Sobre a reportagem do Fantástico devemos informar que aquele indivíduo não esta autorizado a falar sobre o Sudário nem representa o Centro Sindonológico de Turim nem o de Roma nem o do Brasil e que, sobre a afirmação de que o Sudário foi pintado no ano 300 por um artista que utilizou tinta misturada com sangue humano é um absurdo. Isso demonstra que o dito cientista nunca foi pintor e nem é médico. Se fosse pintor saberia que tinta não tem albumina e que sangue logo depois de retirado do corpo coagula e se misturarmos sangue com tinta a pintura fica com grumos e não fica linear e simétrica como encontramos no sudário. E, também, que podemos encontrar ferro no sangue humano e até oxido de ferro em tinta, mas que a proporção é completamente diferente. Se este pintor pintou o Sudário com todas as marcas que estava nos Evangelhos com perfeição anatômica com física e química corretas e com as características de Jesus de Nazaré, porque usaria um ato macabro para executar a obra? E se ele tinha tanto conhecimento e era tão famoso porque não sabemos o seu nome?”
A hipótese de alguém fazer uma pintura usando sangue humano também foi descartada, pois o exame de espectrometria de frequência da imagem digitalizada do Sudário revelou a total ausência dos picos que seriam causados por uma produção humana. E mais: o linho possui diversas camadas de fibras, e o estudo do sangue existente nessas fibras comprova ter sido este absorvido por contato, pois apenas as camadas mais superficiais estão impregnadas, algo que não ocorreria em caso de fraude.
A equipe do STURP descobriu que a imagem só existia na superfície dos fios de linho. Quando qualquer líquido, como o sangue ou tinta, é aplicado ao tecido, ele sempre penetra nas fibras. É o processo conhecido como “Ação Capilar”. Como a imagem só abrange as fibras superiores, os cientistas concluíram que ela foi queimada no tecido. O Sudário impressionantemente não é fruto de fraude, pintura, ou sangue inserido por algum falsificador medieval.
Uma lista dos testes que confirmaram a presença de sangue integral no Santo Sudário é dada a seguir:
1. Ferro elevado nas áreas de sangue, confirmado pelo Raio X com fluorescência.
2. Espectros de reflexos indicativos.
3. Espectros de transmissão microespectrofotométrica indicativos.
4. Reação química característica de fluorescência da porfirina.
5. Testes hemocromogênicos positivos.
6. Testes de cianometemoglobina positivo.
7. Detecção positiva de pigmentos de bile
8. Demonstração positiva de proteína.
9. Indicação positiva de albumina.
10. Teste de protease sem deixar resíduos.
11. Teste imunológico positivo para albumina humana.
12. Aparecimento microscópio quando comparado com controles adequados.
13. Análises forense de evidência de vários ferimentos e marcas de sangue.
Como já mencionado, o sangue é do tipo AB, o mais corrente entre os judeus do primeiro século.
(PROVA 8) – SANGUE VENENOSO E SANGUE ARTIFICIAL
Além da confirmação do sangue no Sudário, as marcas de sangue estão em perfeita correspondência com a anatomia, isto é, sangue arterial e sangue venoso nos seus respectivos lugares. Como se sabe, a Medicina só descobriu a diferença dos dois fluxos sangüíneos no final de 1500. É impossível separar artificialmente, com um pincel, por exemplo, o sangue de uma fase mais densa de uma mais líquida, como está no Sudário.
Pelos fenômenos de coagulação que se observa em numerosos filetes de sangue no Sudário, o médico americano Gilbert Lavoie deduziu que até pouco antes da morte escorria sangue das feridas, e que o corpo foi envolvido no lençol até duas horas e meia depois da morte. Não se nota também nenhum sinal de putrefação do corpo envolvido pelo sudário.
A conclusão geral é de que a imagem não foi pintada no tecido por qualquer método convencional. O estudo do sangue (comprovadamente humano) existente nas fibras comprova ter sido este absorvido pelo contato, pois nem todas as camadas do linho que compõem o sudário estão impregnadas. Isto seria impossível de conseguir se fosse uma fraude.
(PROVA 9) – POEIRA MINERAL
Em 1978, Giovani Riggi, especialista em aparelhos biológicos, aspirou pó do Sudário e constatou que a constituição elementar do material colhido era análoga à que se encontra em tecidos funerários egípcios. Nas fotografias ampliadas tiradas em 1978, notava-se um aspecto sujo na região dos calcanhares. Se deduz que o homem do Sudário provavelmente caminhou descalço pela rua. O cristalógrafo da Hercules Aerospace Division, Joseph Kohlbeck, identificou essas partículas minerais como aragonita com pequenas quantidades de estrôncio e ferro, que é uma composição rara.
Confrontou-se com amostras de carbonato de cálcio tiradas de um túmulo de Jerusalém. Além de se descobrir que se trata do mesmo tipo de aragonita, uma análise química feita na Universidade de Chicago, feita por Ricardo Levisetti, detectou que as duas amostras tem as suas características extraordinariamente semelhantes, o que torna altamente provável que a aragonita do Sudário seja proveniente de Jerusalém.
(PROVA 10) – MOEDAS
Ao se analisar a figura tridimensional do Sudário, se notou um inchaço circular nas regiões oculares. Três cientistas da NASA, com poderosos amplificadores microscópicos, puderam detectar a presença de duas pequenas moedas, uma sobre a pálpebra do crucificado e outra mais abaixo. Um costume romano do primeiro século era manter os olhos dos mortos fechados com moedas.
Com um estudo aprofundado e o auxílio da mais alta tecnologia, pode-se afirmar serem as moedas dos anos de 26 a 36, cunhadas por Poncius Pilatos em homenagem à sua mãe. Este fato comprova a história de Cristo e ajuda profundamente a situar o Santo Sudário na época correta. Estudos realizados por Mario Moroni confirmam a existência destas moedas no tempo de Pilatos. As moedas são:
- dileptus lituus, que tem impressa a figura de um cajado curvado na parte superior, que Pilatos mandou cunhar no ano 29 dC.
- simpulum, do mesmo ano que anterior. Essa moeda se encontra no olho direito, mais propriamente sobre a pálpebra, e se vê claramente as letras Y CAI, do grego TIBEPIOY KAICAROC, Tibério César, que nas moedas também se encontra escrito com C ou X no lugar do K.
Elas também confirmam as datas dos Evangelhos: “Era o ano décimo quinto do reinado do Imperador Tibério César, Pôncio Pilatos era governador da Judéia” (Lc.3:1).
(PROVA 11) – PRESENÇA DE SORO HUMANO
A análise feita através de fotografias com luz ultravioleta fluorescente revelou que ao redor das manchas de sangue presentes no Sudário há uma forte presença do soro que é formado pelo corpo humano em casos de tortura, como a que foi submetido Jesus nos Evangelhos. Como sabemos, o quarto evangelista afirma que da ferida de Jesus saiu sangue e água. A equipe do PPST (Projeto de Pesquisa do Sudário de Turim), após analisar cuidadosamente o manto, conclui:
"Assim, a resposta para a pergunta de como a imagem foi produzida ou o que produziu a imagem permanece um mistério. Podemos concluir, por ora, que a imagem do Sudário é a real forma humana de um homem açoitado e crucificado. Não é o produto de um artista. As manchas de sangue são compostas de hemoglobina e também foram positivadas em teste para albumina de soro”
O fato de haver soro (invisível a olho nu) ao redor das manchas de sangue no Sudário, por exemplo, era algo que não poderia ter sido produzido por nenhum falsificador. Ocorre que, sob tortura, as paredes dos glóbulos vermelhos do sangue se rompem, liberando bilirrubina, presente nessas áreas do tecido. Como explicar isso? Assim como concluiu o Dr. Barriem Schwortz, membro da equipe PPST, um absurdo muito maior do que considerar o Sudário autêntico seria imaginar que um falsificador da Idade Média esconderia manchas invisíveis no tecido para que os cientistas, 700 anos depois, a encontrassem utilizando equipamentos que ele nunca poderia sonhar existir...
Nas palavras do Dr. Barriem Schwortz, “nenhum artista medieval poderia ter previsto a invenção da fotografia com florescência ultra-violeta e pensado: ‘Bom, eu vou esconder as manchas de soro, e daqui a 700 anos eles vão encontrar’... Ora, me poupe!”
(PROVA 12) – NENHUM VESTÍGIO DE PINTURA
A imagem do Sudário, comprovadamente e acima de dúvidas, não é uma pintura. Não há vestígios de pigmentos ou tintura de nenhuma espécie nele, além de a imagem não apresentar sentidos de direção. A equipe do “Projeto de Pesquisa do Sudário de Turim”, o PPST, num esforço para avaliar o Sudário sistematicamente e segundo a metodologia científica avançada, tiraram as seguintes conclusões:
"Não foram encontradas pinturas, tinturas ou manchas nas fibras. Radiografia, fluorescência e microquímica aplicadas às fibras excluíram a possibilidade de pintura como método de criação da imagem. Avaliação por raios ultravioleta e infravermelhos confirmaram estes estudos"
"A definição da imagem por computador e as análises pelo analisador de imagem VP-8 revelaram que a imagem tem codificada, em si, informação tridimensional, uma característica sem paralelo em nenhum outro artefato submetido a análise científica até o dia de hoje"
Em seu livro “A Verdade sobre o Sudário” Kenneth Stevenson, relator da STURP, diz que “as análises microqúimicas revelaram a não–existência de corantes, manchas, pós, tintas, ou instrumentos de pintura no Sudário. Foram realizados vários testes, inclusive o de fotoreflectância e o da fluorescência ultravioleta, todos eles chegando a resultados unânimes de que não havia nenhuma possibilidade de falsificação ou fraude. De modo particular, a fluorescência por raio-X foi considerado o melhor teste para detectar qualquer tipo de fraude, e não revelou a presença de nenhum elemento estranho que pudesse ter contribuído para a formação da figura”
Ademais, uma análise do espectro de frequências da figura digitalizada do Sudário não mostra a existência de picos que demonstrariam a ação de um pintor.
Outro fator importante é o que concluiu o STURP: “Quando se olha de frente para o Sudário, tanto a imagem quanto o sangue são vistos claramente; mas, quando os raios de luz vem por trás do Sudário, o sangue fica visível, mas a imagem, não! Isso significa que a imagem não pode ser uma pintura, pois, se assim fosse, haveria então uma densidade de tinta no Sudário que apareceria na foto com a luz focalizada” (Dr. Barriem Schwortz)
Por tudo isso, é inócuo crer que o Sudário de Turim é fruto de falsificação medieval.
(PROVA 13) – CRUCIFICAÇÃO PELOS PULSOS
Na figura do Sudário, são bem visíveis os antebraços e as mãos, - cruzadas sobre o abdômem, esquerda sobre a direita. - No pulso mais visível, o esquerdo, há uma grande mancha de sangue causada por uma ferida grave. Embora a mão direita esteja parcialmente oculta pela outra, o fio de sangue que escorre pelo antebraço indica que também este pulso tem uma ferida semelhante: ferimentos esses que se encaixam perfeitamente com as lesões que seriam provocadas por grandes cravos. Os dedos, bem visíveis, estão alongados. Nota-se que os polegares não aparecem na imagem, - o que é particularmente interessante, já que a lesão do nervo mediano, provocada por cravos atravessando os pulsos na altura do espaço de Destot obrigaria os polegares a se contraírem e se oporem às palmas das mãos.
Aqui vemos duas coisas bem interessantes. A primeira, é que os ferimentos nos pulsos, atribuídos à crucificação, são consistentes com o que se sabe sobre este procedimento de execução. No entanto, na iconografia religiosa da Idade Média, Cristo aparece pregado pelas palmas das mãos, o que era a ideia aceita na altura. Ora, se o sudário fosse uma falsificação medieval, seria esta a disposição das feridas, uma vez que os detalhes corretos da crucificação eram desconhecidos então.
Os pregos não foram fixados no meio das mãos, como se pensa, mas numa parte do pulso conhecida pelos anatomistas como "espaço de Destot". Se o traspassamento tivesse ocorrido no meio das mãos, estas teriam se rasgado com o peso do corpo. No pulso localiza-se o espaço de Destot que, atravessado pelo prego e amparado nos ossos que o rodeiam, pode sustentar o peso do corpo e permitir-lhe os movimentos necessários para a frente e para trás. No "espaço de Destot", a introdução dos pregos assegurava uma fixação firme à cruz. O espaço de Destot só foi descrito anatomicamente no século XIX. Como poderia um pintor ou um eventual falsificador saber das conseqüências que um prego nele cravado provocaria no polegar, de modo a reproduzi-las na mortalha?
Na verdade, o Evangelho não diz que Jesus foi crucificado pela palma das mãos. Quando Jesus se dirige a Tomé e lhe diz que olhe as suas mãos, não quer dizer que exclua os punhos, os quais, como se sabe, fazem parte das mãos (carpo). Por outro lado, a palavra hebraica Yad, usada na profecia messiânica – trespassaram-lhe as mãos e os pés (SI 22, 16) –, era usada com grande variedade de aplicações, chegando a designar o antebraço e até mesmo o cotovelo.
Na idade média devido a problemas de origem linguística no evangelho acreditava-se que Cristo tivesse sido crucificado pelas palmas das mãos. Sabe- se hoje pela anatomia que as pessoas eram crucificadas com o prego passando pelo espaço de Destot e quando isso ocorre o polegar encolhe conforme está no Sudário. Esse conhecimento de anatomia não existia na idade média. Tais características são mais evidências em favor da autenticidade, pois um falsificador jamais iria contrariar algum detalhe popularmente aceito como certo. Nas imagens de Jesus, ele era sempre retratado como ferido nas mãos, e não nos pulsos!
Em segundo lugar, a possibilidade de uma ferida perióssea dolorosa foi grande, bem como a lesão de vasos arteriais tributários da artéria radial ou cubital. O cravo penetrado destruía o nervo sensorial motor, ou comprometia o nervo médio, radial ou o nervo cubital. A afecção de qualquer destes nervos produziu tremendas descargas de dor em ambos os braços. O empalamento de vários ligamentos provocou fortes contrações nas mãos. Na figura do Sudário, estes estão dobrados para o interior das mãos.
Nas mãos dos Sudário, percebe-se claramente a marca do cravo no pulso, e as duas direções do fluxo de sangue nos braços devidas às diferentes posições do corpo na Cruz. Os polegares não aparecem, pois estão encolhidos. Durante muito tempo, uma observação atenta do lençol teria levado à conclusão de que o homem do Sudário tinha apenas quatro dedos: não se descobriam sinais do polegar. Foi um cirurgião de Paris, o Dr. Barbet, quem achou a explicação: um prego introduzido no espaço de Destot secciona ou prejudica necessariamente o nervo mediano, o nervo que flexiona os polegares, fazendo-os encolher-se para o interior da mão. Pesquisas recentes, feitas por computador, obtiveram imagens em que se observa que os polegares do homem do Sudário estão presentes na figura, mas dobrados bem junto da palma da mão.
Essas são evidências incontestáveis em favor da autencidade do Sudário de Turim, pois um falsificador iria retratar Jesus crucificado pelas mãos, como era bem difundido em sua época, e não nos pulsos tais como a ciência moderna tratou de provar. A não ser que o “falsificador” tivesse dons proféticos, é inconcebível que retratasse Cristo desta forma e mais inconcebível ainda saber exatamente o que acontece como consequência/resultado disso, isto é, as contrações nas mãos. Tais conhecimentos não existiam na Idade Média e nem mesmo o maior gênio medieval seria capaz de navegar em uma “máquina do tempo”, voltar e retratar a crucificação exatamente como ela realmente foi, contrariando todos os conhecimentos da época, e tudo isso para “enganar” as próprias pessoas da Idade Média!
(PROVA 14) – PROVAS LÓGICAS E OUTRAS EVIDÊNCIAS
(1) O Homem do Sudário foi coroado com uma espécie de chapéu completo feito de espinhos. - Todas as imagens da Idade Média retratavam a coroa de espinhos em forma de aro. Se o Sudário de Turim fosse uma falsificação medieval, certamente seria representado conforme o conhecimento daquela época, e não algo que vai contra ela.
(2) As feridas do Homem do Sudário são perfeitamente condizentes com as que seriam provocadas pelo flagelum romano no primeiro século. Outros detalhes que o Sudário revela (que veremos mais adiante), ninguém, nem mesmo o maior de todos os gênios poderia conceber, na Idade Média.
(3) Além disso, as marcas de pregos estão localizadas nos pulsos e não nas palmas das mãos, como nas imagens clássicas.
(4) A crueldade mostrada no Sudário excede em muito as versões artísticas da Paixão de Cristo. Por que um falsificador mostraria mais do que as pessoas esperavam ver? Por que contrariaria totalmente a visão clássica de sua própria época?
(5) Como resultado das contrações sofridas na crucificação pelo pulso, acontece o fenômeno da contração nas mãos, algo natural em tais circunstâncias. Tal conhecimento não existia em pleno século XIV, mas se concebe com a utilização da ciência moderna. Se o linho fosse uma fraude, isso não ocorreria com o Homem do Sudário.
(6) No primeiros séculos Jesus Cristo era representado em imagens de varias formas. Havia duas predominantes, uma com cabelo curto e sem barba outra com cabelos longos e barba. A partir do século VI aconteceu algo que fez com que somente a imagem de Jesus com barba continuase sendo usada. Ora, isso seria exatamente logo após a descoberta do Sudário em Edessa que influenciou as imagens.
(7) Dois quadros hoje guardados no ocidente, em Sancta Santorum (Roma) e na Igreja de São Bartolomeu, em Genova e ainda o Rosto Sagrado em Pescara, entre outros, já apresentam as mais fortes características de cópia do Mandylion:
- 3 mexas de cabelo na testa
- um dos supercílios mais alto que o outro
- um “V” acima do nariz
- barba bipartida
- cabelo longe da face
- face inchada
- uma risca transversal na testa
- uma sobrancelha direita erguida
- narina esquerda inflamada
- uma linha saliente entre o nariz e o lábio superior
- uma linha grossa sob o lábio inferior
- uma linha transversal na garganta
Tais fatos que conferem exatamente com o Sudário de Turim nos mostram que ele já existia pelo menos desde o século VI e VII, e, portanto, não é uma fraude da Idade Média (14AD)
(8) A imagem não apresenta contornos nítidos nem linhas que seguem direções preferências, como ocorre com todo desenho, pintura ou frontagem.
(9) Apesar de o linho ser fino a imagem é superficial e não aparece do outro lado do pano, ao contrario do que aconteceria com uma pintura, compressão ou frontagem.
(10) A imagem não apresenta deformações que seriam inevitáveis se o lençol tivesse sido comprimido sobre um cadáver (nesse caso, devido à tridimensionalidade do corpo, partes como o nariz, por exemplo produziriam uma impressão bem mais larga que o normal).
(11) A imagem dorsal não é mais intensa nem mais profunda do que a frontal, que seria de se esperar no caso de uma impressão por contato; ambas têm características idênticas, como ser, no instante da formação da figura, o corpo, deitado, apresentasse peso zero
(12) Conforme divulgaram os cientistas do STURP, a imagem do Sudário foi formada através de um tipo de radiação luminosa, com uma dosagem na medida exata para ser registrada de forma tridimensional no tecido, tanto de um lado como do outro, como o negativo de uma foto. Se essa radiação fosse um pouco maior, a imagem seria queimada, impedindo a identificação de qualquer detalhe; se fosse menor, a imagem não apareceria. O mesmo ocorreria se o tempo de exposição do tecido à radiação variasse em milésimos de segundo!
(13) Um falsificador teria antes de se saber o que era o negativo de uma fotografia e tantos pormenores circunstanciais que nenhum falsificador PRECISARIA criar para convencer toda a gente da sua autenticidade, DE FORMA ALGUMA, tanto mais quanto só recentemente se poderia averiguar tal autenticidade. Nenhum falsário precisaria esconder o soro para ser descoberto 700 anos depois por radiação ultra-violeta, bem como não teria a mínima necessidade de criar (de alguma maneira que não se sabe como) a imagem de forma de futuramente aparecesse em efeito tridimensional, e tudo isso para enganar as pessoas da Idade Média!
Ele de forma alguma precisaria, por exemplo, “importar” grãos de pólen da Palestina e de Edessa direto para a França, esperando parecer legítima ao povo de sua época, que de forma alguma poderia de qualquer maneira descobrir se os grãos eram da França ou da Palestina... Muito menos ele precisaria colocar moedas nas pálpebras para enganar o povão que nem ao menos sonharia em descobrir isso um dia por poderosos amplificadores microscópicos! Além disso, a idéia de trazer algodão para o Sudário que simplesmente não existem na Europa é algo que de forma alguma seria necessário para enganar as pessoas do século XIV.
As pessoas nem mesmo conseguiriam ver os algodões, quanto mais descobrirem de onde que ele era! Mais incabível ainda seria ter imaginado o conceito de fotografia aproximadamente 700 anos antes dela ser sido finalmente inventada, e tudo isso para encobrir e enganar o simples povo da Idade Média! É muito, muito óbvio que essa relíquia não trata-se de algo com finalidade de enganar os incautos medievais quanto a sua autencidade.
(14) No Sudário, um sulco de sangue parte do pé direito e do calcanhar esquerdo: um único prego perfurou os dois pés, cruzados um sobre o outro. Isso contraria a visão clássica de que Jesus foi teve um prego em cada pé, como era aceito na Idade Média. Desde o terceiro e quarto século DC já era relatado que Jesus teria sido crucificado com um prego em cada pé. Cipriano, por exemplo, fala em plural dos pregos que transpassavam os pés.
Ambrósio, Agostinho e outros mencionam expressamente os quatro pregos que se empregaram para crucificar Jesus. Se o Sudário fosse obra de um falsário, então ele jamais teria contrariado todos os conhecimentos da sua época e a própria tradição que acreditava que Jesus tivesse sido crucificado com um prego em cada pé. Tal fato nos mostra claramente que o Sudário de Turim logicamente não pode ser uma falsificação da Idade Média.
(PROVA 14) – CONCLUSÕES DO STURP
A equipe americana do STURP (Shoud of Turin Research Project), após três anos e cerca de 100.000 horas de pesquisa, apontou as seguintes conclusões:
1. Havia sangue humano no sudário;
2. As gotículas de tinta ocre seriam resultado de contaminação;
3. A habilidade e equipamentos necessários para gerar uma falsificação daquela natureza seriam incompatíveis com o período da Idade Média, época em que o sudário apareceu e foi guardado;
4. Como cientistas, também não podiam afirmar que a mortalha era verdadeira;
5. As marcas do Sudário são um duplo negativo fotográfico do corpo inteiro de um homem.
6. Existe a imagem de frente e de dorso;
7. A figura do Sudário, ao contrário de outras figuras bidimensionais testadas até então, contém dados tridimensionais;
8. Não existe ainda explicação científica de como as imagens do Sudário foram feitas;
9. O Sudário apresenta marcas compatíveis com a descrição da crucificação nos Evangelhos.
(PROVA 15) – PERFEIÇÃO DO SUDÁRIO DE TURIM
De acordo com este mesmo grupo que analisou o manto, “nenhum método químico ou físico conhecido pode responder pela totalidade da imagem, nem o pode qualquer combinação de circunstâncias físicas, químicas, biológicas ou médicas adequadamente". Isso torna altamente improvável que algum falsificador medieval falsificasse a imagem, seja de que método for. Uma avaliação subsequente das imagens em 1902 DC por Yves Delage, professor de anatomia comparativa na Sorbonne, avaliou a imagem do corpo e posição das feridas tão anatomicamente precisas, que seria virtualmente impossível a um artista criá-las.
O fato concreto é que ninguém conseguia (como não se consegue até hoje), mesmo com todas as novas tecnologias que iam surgindo, explicar e nem reproduzir a imagem do chamado Sudário de Turim. A produção daquela imagem seria algo absolutamente impossível para qualquer falsificador ou artista da Idade Média. Recentemente, porém, Luigi Garlaschelli, um professor de Química, tentou fazer uma “cópia” do Sudário (a mando de alguns ateus) e a sua “criação” foi exposta na internet em todos os sites ateístas a fim de caracterizar o Sudário como uma “farsa”. Contudo, mesmo em pleno conhecimento do século XXI, nem mesmo assim a sua obra ficou digna de qualquer crédito, passando muito, muito longe do original.
Diversos cientistas altamente qualificados desmontaram com um peteleco a burlesca obra. Por exemplo, o presidente do Centro Mexicano de Sindonologia, Adolfo Orozco, especializado no Sudário de Turim, qualificou a ação de “truque para atacar o Sudário” e mostrou furos técnicos que desqualificam o experimento, informou a Agencia Católica Internacional. O Dr. Orozco explicou que no Sudário “o sangue ficou impresso no pano em primeiro lugar, e só depois ficou gravada a imagem e não o contrario como fez o suposto ‘reprodutor’”. Além do mais, acrescentou o Dr. Orozco, como foi largamente comprovado pela comunidade científica, “a imagem do Sudário não se formou por contato. Há partes do tecido que tem imagem e nunca estiveram em contato com o corpo”. Entretanto, a primitiva tentativa trabalhou esfregando um pano sobre um corpo.
Acresce que as análises médicas, segundo o Dr. Orozco, “demonstraram que os coágulos não foram semeados, mas são clinica e patologicamente corretos com detalhes desconhecidos no século XIV”. O especialista sublinhou o lado ridículo dos imitadores pretendendo reproduzir as queimaduras do incêndio de 1532 e as marcas deixadas pela água que nada têm a ver com a imagem original. Ainda constata-se que as “imagens” agora fabricadas “não têm as propriedades tridimensionais típicas do Sudário”. Esta ausência desqualifica inteiramente qualquer tentativa de reprodução.
Para o Dr. de la Piedra, a recente imitação “é melhor que a cópia que fez McCrone ou que a horrorosa tentativa de Joe Nickell; ou a de Picknett-Prince e sua suposta fotografia medieval de Leonardo Da Vinci; ou que a fantasiosa foto-experimental do sul-africano Nicholas Allen”. Contudo, ainda assim a tentativa de reprodução de Garlaschelli é parecida apenas no aspecto visível, exterior. No mais, em todos os outros aspectos que fazem do Sudário uma relíquia incomparável, nem mesmo a ciência chega perto dos “detalhes”. Para o especialista, “uma amostra parecida com a de Garlaschelli não resiste às conclusões multidisciplinares tiradas ao longo de mais de 100 anos por cientistas de todos os credos e especialidades”.
À luz desta tentativa falha, de la Piedra conclui que “podemos afirmar com alto grau de certeza, que o Sudário de Turim continua sendo um objeto único, irreproduzível e inimitável. Esta é a verdade interna do Sudário”. O especialista estadunidense John Jackson do Turin Shroud Center de Colorado também observou: “as propriedades tridimensionais da imagem (…) a presença de sangue humano com índices altíssimos de bilirrubina, o pólen de mais de 77 plantas que marcam o percurso histórico do Sudário até quase o século I de nossa era e, entre outros, o mecanismo de transferência da imagem de um crucificado com todas as feridas descritas nos Evangelhos a um pano”. Infelizmente, o nosso pseudo-imitador não chegou nem perto de nada disso.
O Dr. Jackson criticou a falta de técnica de Garlaschelli e explicou que o sangue do Sudário não é sangue inteiro, mas já separado do soro, proveniente de verdadeiras feridas. Além do mais, o sangue que há neles é próprio “de um fluxo post mortem”, e não de sangramentos em vida como é no caso do Sudário de Turim. Tal fato é tão impossível para reprodução de um falsário que nem mesmo o nosso professor Garlaschelli tentou imitar!
Jackson observou que do ponto de vista da tridimensionalidade a imagem agora feita “aparece bastante grotesca. As mãos estão incrustadas no corpo e as pernas estão em posição pouco natural”. Jackson também observou que segundo a prática científica séria os resultados de Garlaschelli deveriam ter sido compulsados por outros cientistas antes da publicação. É o que se chama “peer-review” ou “revisão do trabalho por pares”. Porém, Garlaschelli parece ter temido a crítica e fugiu dela. O autor recebeu 2.500 euros da União de Ateus Agnósticos Racionalistas para semelhante serviço. A cifra por si só fala contra a hipótese de um trabalho científico de vulto e muito mais parece uma gorjeta em pago de uma zombaria anticristã.
Essa totalmente vergonhosa e deplorável tentativa frustrada de imitar o verdadeiro Sudário de Turim serve ainda mais para reforçar o caráter irreproduzível e imitável da relíquia, que nem mesmo nos dias de hoje é capaz de ser reproduzida, quanto menos em plena era medieval com o limitado conhecimento da época! O especialista peruano Rafael de la Piedra, sublinhou que as manobras frustrantes dos italianos reforçam ainda mais a idéia de que a relíquia “continua sendo um objeto único, irreproduzível e inimitável”, noticiou ACIPrensa.
Diante de tudo isso, é a ideia de que o Sudário de Turim seja uma falsificação medieval é algo completamente impensável, batendo frontalmente contra a lógica e o mínimo do bom senso. A própria imagem do Sudário está visível em negativo, e pergunta-se por que alguém na Idade Média iria fazer uma reprodução que somente poderia ser avaliada em importância... com a invenção da fotografia? Quem teria esse conhecimento técnico? Por que outras obras com o mesmo conhecimento não apareceram?
A coisa é tão complicada para os “céticos” de plantão, que a partir daí, as mais estapafúrdias hipóteses passaram a ser levantadas: surgiu inclusive a teoria de que algum coitado teria sido capturado e torturado, submetido aos mesmos sofrimentos de Jesus, espancado, flagelado, ‘coroado’ com espinhos, crucificado e morto, depois perfurado com uma lança, tudo para depois ser envolvido num tecido e assim produzir uma relíquia falsa, há 700 anos...
O fato é que se o Sudário fosse uma falsificação medieval, teria que ter sido produzida por um grande gênio, daí alguns palpiteiros sensacionalistas terem levantado a fantástica hipótese de a mortalha ter sido produzida por ninguém menos que Leonardo da Vinci... Mas, bem, isso equivale a acusar o mestre renascentista de ser um assassino cruel e sádico. Além disso, o único motivo para se produzir tal falsificação seria o lucro, e sabemos que Da Vinci foi um homem rico e prestigiado, um gênio internacionalmente reconhecido, e também um homem profundamente religioso, inclusive com fortes tendências místicas.
Seria um absurdo completo imaginar que tal homem seria capaz de capturar e torturar um inocente, das maneiras mais horríveis, até a morte, somente para produzir uma falsa relíquia. Ademais, o Sudário de Turim não pode ter sido feito por Leonardo da Vinci, pois existem pinturas feitas de Jesus que usaram o Sudário como modelo, já no século VI, bem antes do Leonardo sonhar em nascer. O próprio teste do carbono 14 (que refutaremos a seguir) declara o Sudário do século XIII ou XIV depois de Cristo. Sendo que os céticos confiam tanto no teste do carbono 14, então teriam necessariamente que abrir mão do sensacionalismo, uma vez que Leonardo da Vinci (que nasceu em 1452 e morreu em 1519) nem “espiritualmente” poderia ter criado o Sudário.
Por fim, as particularidades da relíquia em questão nos fazem desacreditar inteiramente que algum falsário medieval possa ter criado o Sudário de Turim. Como, por exemplo, a perfeita conformidade entre o tamanho da lança que perfurou o flanco do crucificado e as que eram usadas pelos soldados romanos na época de Jesus. Ou as feridas perfeitamente condizentes com as que seriam provocadas pelo flagelum romano no mesmo período histórico. Ou inúmeros outros detalhes que o Sudário revela (que veremos mais adiante), e que ninguém, nem mesmo o maior de todos os gênios poderia conceber, na Idade Média.
MAS E O TESTE DO CARBONO 14?
Em Outubro de 1988, um pedaço de 7 por 1,2 centímetros foi recortado do Sudário, dividido ao meio e uma das metades novamente dividida em três. O objetivo era submetê-las ao teste do Carbono 14. Como é sabido, esse teste é um moderno sistema de datação de artefatos muito antigos. Se o Sudário era a mortalha de Jesus Cristo, ele teria que ter, no mínimo, aproximadamente 2 mil anos de idade. O carbono, sendo a base de toda matéria orgânica da Terra, é chamado de 'traçador radioativo', pois o acompanhamento da sua degradação pode ser utilizado para medir a idade de qualquer matéria orgânica, como o linho do Sudário.
O teste foi aplicado aos três pedaços por equipes independentes: Universidade de Oxford, Inglaterra; duas equipes da Universidade de Tucson, Arizona (EUA) e Instituto de Tecnologia de Zurique, Suíça. O Museu Britânico de Londres supervisionou, analisou os três pareceres e elaborou o relatório final e definitivo, que enfim determinou: "Idade não superior a 723 anos. Data entre 1260 e 1390. Século XIII"...
No mundo inteiro parecia se ouvir um desapontado 'Ohhhh'... Vitória definitiva dos céticos? Estava batido o martelo, desfeito o sonho? Para milhares de entusiastas ao redor do mundo, que viam na imagem do Sudário a melhor e mais concreta prova possível, não só da história de Jesus Cristo como também (e principalmente) da sua ressureição, por razões que veremos a seguir, representava esse resultado um triste e definitivo ponto final? Mas havia um problema. Muitas coisas não se encaixavam na história toda.
Não era possível que esse resultado não provocasse, no mínimo, espanto, não só na comunidade religiosa como também na científica. Acontece que esse único resultado contrariava todos os resultados de todas as muitas análises e exaustivos estudos científicos até então realizados. Como explicar? Como descartar tantas evidências em prol da autenticidade em razão de uma única evidência que apontava para uma fraude? Não demorou para que pesquisadores e cientistas retomassem o estudo da famosa relíquia.
“Graças te dou, ó Pai, porque revelastes estas coisas aos pequeninos e as escondestes dos doutores e entendidos...”- Jesus Cristo (Evangelho segundo Mateus 11,25)
Em 2000, um casal de leigos sem nenhuma formação científica fez a descoberta de algo que até então nenhum dos muitos doutores e homens da ciência envolvidos nos projetos de estudo do Sudário havia percebido. Joseph Marino e Susan Benford, através de simples exame visual em imagens do Sudário disponibilizadas pelo PPST na internet, notaram que havia uma espécie de ‘remendo invisível’ exatamente na parte do Sudário recortada pelos cientistas para análise. Aprofundaram-se então na pesquisa e descobriram que esse tipo de remendo era muito utilizado na Idade Média para reforçar tecidos de valor, e era conhecido como ‘retecelagem francesa’.
Maravilhados, perceberam que estavam diante de uma grandiosa descoberta: a análise por C-14 poderia ter sido feita numa parte remendada do tecido, o que teria sem dúvida introduzido uma grande margem de erro na datação! Procuraram então o Beta Analytic, o maior laboratório de datação por Carbono-14 do mundo, que sustentou que, sim, uma mistura próxima a 60% de remendos do ano de 1500 ou posterior, com cerca de 40% de tecido do século I, causaria uma falsa datação do século XIII. – Exatamente os resultados obtidos pelo PPST! - Mais ainda: o casal de pesquisadores sabia que o período entre 1500 e 1600 foi a época em que mais comumente se usou a técnica da retecelagem...
Tudo se encaixava. Joseph Marino e Sue Benford mal podiam acreditar em sua incrível descoberta. Resolveram então procurar ajuda direta dos membros do PPST, mas foram prontamente rechaçados e até ridicularizados por cientistas céticos como o respeitadíssimo paleontólogo Dr. Ray Rogers, citado acima. Como dois leigos sem formação acadêmica poderiam contestar os resultados obtidos por uma equipe científica tão abalizada? Depois de muita insistência, porém, e depois de apresentarem diversas e fortes evidências em favor de sua teoria, conseguiram a preciosa colaboração de um outro membro do PPST: o Dr. Barriem Schwortz em pessoa.
O próximo passo foi submeter reproduções ampliadas das fotografias das amostras do Sudário que haviam sido datadas pelo C-14 à apreciação de diversos especialistas em tecidos antigos, - sem revelar que se tratava da trama do tecido do Sudário. - O resultado foi a opinião unânime de que aquela amostra parecia mesmo ter sido retecida!
Tais evidências levaram o Dr. Barriem Schwortz a reexaminar as imagens das amostras microscopicamente, e foi assim que ele comprovou que ali, diferente de todo o tecido do Sudário, havia sinais de algodão com pigmentação e resina. Além disso, as fotografias com ultrafluorescência que ele havia tirado décadas antes mostravam que naquela área específica havia um contraste completamente diferente de todo o restante do material, o que demonstrava uma clara adulteração.
Dr. Barriem começava mais uma vez a se empolgar com a incrível e real possibilidade de o Sudário ser mesmo a mortalha que envolveu o corpo de Jesus Cristo. Tal fato, independente de questões religiosas, seria a mais inacreditável descoberta arqueológica de todos os tempos! Resolveu então, pessoalmente, pedir ajuda ao seu irascível colega, que ainda tinha em seu poder alguns preciosos fios do material coletado do Sudário: ninguém menos que o cético convicto Dr. Raymond Rogers.
O Dr. Rogers, conhecido pela truculência e ironia com que costumava receber as contestações aos resultados obtidos pelo C-14, mal pode acreditar no que lhe pedia o colega cientista. Segundo o Dr. Barriem, Dr. Rogers assim reagiu ao seu telefonema: “Ora, isso é mais uma tolice dos crédulos que não aceitam a simples verdade dos fatos. Eu não acredito que você esteja me perturbando com essa história. Me dê quinze minutos e eu lhe provo que essa história não passa de mais baboseira”... Ainda segundo o seu relado, o Dr. Barriem apenas respondeu: “Fique à vontade, Ray...”.
Muito a contragosto, o Dr. Ray Rogers localizou os pequenos fragmentos de fios que tinha guardado da amostra do Sudário de Turim, para examiná-los sob o potente microscópico do seu laboratório particular. E o que descobriu o deixou pasmo. Esse breve exame fez com que ele mudasse completamente a sua atitude cética e se tornasse um dos maiores defensores da necessidade de um novo teste de datação. O que o Dr. Rogers viu, sob a poderosa lente de aumento, naquele fio do chamado Santo Sudário, foi a presença inequívoca de microfragmentos de algodão juntamente com vestígios de... pigmentação e resinas!
Elementos que não existem em nenhuma outra parte do Sudário, como visto feito de puro linho! Uma prova incontestável de que, sim, a parte do tecido retirada para datação devia estar contaminada por material não original. Em outras palavras, ele acabava de comprovar por si mesmo que a tese da retecelagem era não só perfeitamente plausível como evidente! Levando-se em conta a hipótese da retecelagem, todas as lacunas encontradas no estudo do Sudário passariam a ser perfeitamente preenchidas, como por exemplo, a margem de erro de praticamente 200 anos entre um resultado e outro. A saber, os resultados da datação foram os seguintes:
Universidade do Arizona teste 1: datou a amostra como sendo do ano de 1238; Universidade de Oxford: datou a amostra como sendo do ano de 1246; Instituto Tecnológico de Zurich: datou a amostra como sendo do ano de 1376; Universidade do Arizona teste 2: datou a amostra como sendo do ano de 1430.
Os resultados obtidos por C-14 costumam ser específicos (a margem de erro aceitável é de 30 anos para mais ou para menos), mas nesse caso em particular, estranhamente, há uma variação de 192 anos(!) entre um resultado e outro. Anomalia esta perfeitamente explicada pela tese da retecelagem, pois em diferentes partes da amostra retirada haveria maior ou menor quantidade do tecido de remendo misturado ao tecido original do Sudário, pela própria maneira como a técnica é empregada.
Tudo que envolve a história do Sudário de Turim é envolto por fatos marcantes e emblemáticos, como os estranhos incêndios que ocorrem nos lugares onde ele é guardado. Além do incêndio na Catedral de Chapelle (Chambery, França) em 4 de Dezembro de 1532, no dia 11 de Abril de 1997 também a Catedral de Turim, onde a relíquia estava guardada, pegou fogo: o Sudário foi salvo espetacularmente por um bombeiro devoto e muito corajoso; fato este que, por si só, está cercado de particulares mistérios: na ocasião do incêndio, o Sudário estava protegido por um fortíssimo vidro à prova de balas e ataques, mas o valente oficial conseguiu quebrá-lo sem dificuldades, salvando o manto do perigo, levando-o nas costas até o exterior do templo.
Outro fato marcante é que o Dr. Rogers, que agora havia voltado a acreditar, nessa época lutava contra a morte, acometido por um câncer fatal, e cada novo dia de vida era para ele uma batalha. A essa altura, ele desejava muito vir a conhecer a possibilidade da autenticidade do Sudário, antes de morrer. Logo após a sua incrível descoberta de materiais estranhos na amostra coletada para datação, enviou seus fragmentos de fios ao seu colega microscopista Dr. Robert Vilarreal, que tinha acesso a equipamentos muito mais avançados para análise do material.
Mas quando o resultado das análises saiu, o Dr. Rogers já havia falecido, vencido pelo câncer. Assim como Moisés, que conduziu o povo hebreu à Terra Prometida mas não pode entrar nela. Ele nunca soube que as amostras do fiapo demonstraram que ele era constituído, na verdade, por duas fibras de materiais diferentes entrelaçadas, coladas e tingidas para tornar o remendo invisível. Estavam definitivamente derrubados, afinal, os polêmicos resultados da datação de 1988. Posteriormente, a Discovery Channel produziu um documentário no qual mostra evidências a favor da autencidade do Sudário de Turim e esclarece sobre o que realmente aconteceu no tangente ao caso do carbono-14.
Premissa 2 – Este homem trata-se de Jesus Cristo
Na primeira parte, confirmamos a premissa número 1 que nos mostra claramente que o Sudário de Turim não é fruto da arte ou da inteligência humana, por pintura ou por falsificação medieval, conforme indicam de modo claro TODAS as evidências científicas a nossa volta. As provas e os argumentos são irrefutáveis ao atestar para a completa autencidade do Sudário. O nosso próximo passo, agora, será provar que também a segunda premissa está certa – Este homem trata-se de Jesus Cristo – e não de alguma outra pessoa que poderia ser envolvida por este pano. As evidências neste ponto são tão claras e marcantes quanto o ponto anterior, e nos confirmarão essa premissa a fim de partirmos direto para a conclusão final: que Jesus Cristo ressuscitou dos mortos.
As investigações levadas a cabo a partir da primeira fotografia tirada do lençol projetaram luzes novas e surpreendentes que apoiam essa crença como a explicação mais plausível. Ora, temos um documento histórico, os testemunhos evangélicos, que nos relatam, com base em fatos observados por testemunhas presenciais, não apenas a crucifixão de Cristo, mas o itinerário da sua paixão até à morte e à sepultura: Jesus é o Servo sofredor, seviciado, flagelado, crucificado, desfigurado pelas brutalidades a que o submeteram, imolado como cordeiro pascal. Até que ponto o Sudário recolhe essas circunstâncias históricas?
UM CORPO BARBARAMENTE FLAGELADO |
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Mateus, Marcos e João relatam que Pilatos, tentando demover a multidão, que exigia a crucifixão de Cristo, manda os soldados romanos açoitarem Jesus (Jo 19, 1; Mt 27, 26; Mc 15, 16). Que nos revela o Sudário neste ponto? Os romanos não flagelavam os condenados à crucifixão, a não ser moderadamente e enquanto estes transportavam a cruz até o lugar de execução. Ora, o Sudário revela traços de feridas que mostram ter o homem de Turim sido brutalmente flagelado por todo o corpo, à exceção da cabeça, pés e antebraços.
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As feridas são numerosas, entre 110 e 120, e tanto pelo tamanho como pela forma são idênticas às produzidas pelo flagrum taxillatum romano, o "horrível flagelo" – um açoite de correias com pedaços de chumbo ou ossos de arestas cortantes nas pontas. Além das marcas das feridas, os cientistas puderam descobrir dentro delas os vestígios de perfurações na carne. Os golpes eram tão bárbaros que a lei romana proibia castigar com o flagrum os que fossem cidadãos romanos. Tanto pelo número de chicotadas – os judeus estavam proibidos pela lei de ultrapassar os 40 açoites (Dt 25, 3) –, como pelo flagelo empregado, vê-se que há coincidência com os dados do Evangelho: o castigo foi aplicado por soldados romanos.
Pelo ângulo das chicotadas, pode-se inferir que eram dois os algozes – um de cada lado –, pois os golpes convergem para dois pontos focais com uma extraordinária precisão geométrica. Esta comprovação exclui que a flagelação tivesse ocorrido enquanto o condenado transportava a cruz, já que neste caso os golpes teriam sido geometricamente desordenados. Outra coincidência com o Evangelho. Mas a coincidência mais importante com o relato evangélico é a que explica a crueldade excepcional da flagelação que, como vimos, não era usual aplicar previamente a um condenado à crucifixão. Relatam os Evangelhos que, inicialmente, Pilatos afastou a idéia da crucifixão reclamada pelo povo, pois sabia que Jesus era inocente (Jo 18, 38).
Para contemporizar, manda açoitar Jesus, pensando que desse modo abrandaria o coração dos judeus. Mas a vista de Jesus desfeito pelos azorragues deixou o povo ainda mais raivoso: “Fora com ele! Crucifica-o!”, clamavam. Depois de uma nova tentativa, Pilatos, acovardado, cede: “Então entregou-o a eles para que o crucificassem” (Jo 19, 15-16). A mudança de opinião de Pilatos é o que explica, pois, a sucessão dos dois suplícios que Jesus sofreu, à diferença do comum dos condenados. Uma última particularidade: os antebraços de Jesus não foram atingidos pelos flagelos, e isto indica que foi açoitado antes de carregar a cruz, pois os braços estavam atados à coluna, e portanto fora do alcance dos açoites.
A COROAÇÃO DE ESPINHOS |
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As pessoas condenadas a morrer numa cruz costumavam ser salteadores, escravos que tinham praticado algum crime especialmente grave, ou agitadores que tivessem cometido um delito contra o Estado romano. Evidentemente, essas pessoas não eram coroadas como reis antes de serem crucificadas. Nenhum documento antigo nos fala disso.
Chegamos aqui a um testemunho absolutamente capital para se identificar o homem do Sudário: por que esse homem teve a cabeça ensanguentada por uma coroa de espinhos, quando ainda estava vivo? Os Evangelhos explicam-nos porquê. Os soldados romanos tinham ouvido os chefes judeus acusarem Jesus de blasfemar porque se dizia Deus; e sabiam que, à pergunta de Pilatos: “És tu o rei dos judeus?, Jesus respondera: Tu o dizes, eu sou rei. Para isto nasci e para isto vim ao mundo, para dar testemunho da verdade” (Jo 18, 37).
Depois de flagelarem Jesus, resolvem, pois, entreter-se fazendo-o rei de palhaçada, e colocam-lhe por manto real um pano vermelho, por cetro uma cana entre as mãos, e por coroa de ouro e pedras um capacete de espinhos: “Então os soldados do procurador, conduzindo Jesus ao Pretório, reuniram ao redor dele toda a coorte. E despojando-o das vestes, lançaram-lhe em cima um manto escarlate. E, tecendo uma coroa de espinhos, puseram-lha na cabeça, e na mão direita uma cana; e dobrando o joelho diante dele, diziam escarnecendo: ‘Salve, rei dos judeus’. Cuspiam-lhe no rosto e, tomando da cana, davam-lhe golpes na cabeça” (Mt 27, 27-30).
Esta modalidade insólita de maus tratos é documentada de modo insuspeito pelo Sudário: toda a calota craneana apresenta feridas resultantes de objetos perfurantes finos, que coincidem com os espinhos de uma possível coroa em forma de capacete, capazes de dilacerar a golpe de pancadas o couro cabeludo; distinguem-se perfeitamente na mortalha os ferimentos da testa e sobretudo os da nuca. É de notar a excepcional documentação morfológica do sangue, com as características de ter manado em vida, e que impregna profusamente, misturado com o suor, toda a massa dos cabelos. |
Em 1968, em três sepulcros de Jerusalém, encontraram-se os ossos de 35 pessoas. O esqueleto de uma delas mostrava que havia sido crucificada: os ossos dos pés estavam trespassados por pregos, e os das pernas quebrados. No Sudário, um sulco de sangue parte do pé direito e do calcanhar esquerdo: um único prego perfurou os dois pés, cruzados um sobre o outro.
Aparece também claramente uma chaga profunda na altura do pulso esquerdo. O pulso direito está encoberto pela mão esquerda, pois cruzaram as mãos diante do corpo antes de sepultar o cadáver; mas também aparece, em duas direções, o sangue que correu abundantemente do pulso esquerdo ao longo do antebraço. Não contradiz este dado a tradição cristã e os artistas, que sempre representaram Jesus crucificado pela palma das mãos?
Os crucificados não eram pregados na cruz atravessando-lhes a palma da mão, pois desse modo as mãos se rasgariam e o corpo certamente se desprenderia da cruz. No pulso localiza-se o espaço de Destot que, atravessado pelo prego e amparado nos ossos que o rodeiam, pode sustentar o peso do corpo e permitir-lhe os movimentos necessários para a frente e para trás.
A MORTE
O homem do Sudário morreu por crucifixão, isto é, em consequência da asfixia que dela resultou. A posição de um crucificado, com os braços presos no alto e o corpo pendurado dos mesmos, acaba por dificultar os movimentos da caixa torácica, iniciando um processo de asfixia. Para respirar, o condenado precisa erguer o corpo, flexionando os braços e apoiando-se tanto quanto possível nas pernas, esticando-as ao máximo para que o corpo suba. O Sudário indica tanto a posição normal como a posição erguida: esta, resultante do esforço para respirar, aquela indicando a posição caída, determinada pelo cansaço.
Dois fluxos de sangue, com uma divergência aproximada de 10 graus, se percebem imediatamente nos antebraços, especialmente no braço esquerdo, indicando as duas posições do corpo. Mas esse movimento para cima e para baixo tem um limite determinado pelo esgotamento muscular e pela dor das feridas abertas pelos pregos. O esforço muscular contínuo faz surgir cãibras, contrações tetânicas dos músculos peitorais e intercostais que, pela acumulação de ácido láctico, vão-se tornando rígidos: o condenado vai tendo cada vez maior dificuldade em respirar, sobretudo em expirar, e ainda que consiga reerguer-se para aliviar a pressão que sente nos músculos do peito, recai logo na posição baixa e a asfixia começa novamente.
A isto deve acrescentar-se que a posição do corpo favorece a concentração de sangue nas pernas e na cavidade abdominal, com o que diminui o volume sanguíneo que chega aos pulmões. O homem de Turim conserva os traços dessa morte por asfixia, principalmente o peito dilatado por não poder soltar o ar e o ventre inchado pelo acúmulo de sangue. Uma coincidência importante entre a linguagem do Sudário e o relato evangélico é que o homem do Sudário não teve as pernas quebradas. Diz João:
“Como era dia da Preparação (da Páscoa), para que os corpos não ficassem na cruz em dia de sábado, por ser grande dia aquele sábado, os judeus rogaram a Pilatos que lhes quebrassem as pernas e os tirassem. Vieram, pois, os soldados e quebraram as pernas ao primeiro e ao outro que com ele estava crucificado. Chegando a Jesus, como o viram já morto, não lhe quebraram as pernas...” (19,31-34).
É sabido que os crucificados podiam sobreviver por muitas horas e mesmo dias, e que, para apressar-lhes a morte, era frequente quebrarem-lhes as pernas pelo tornozelo: a morte sobrevinha então rapidamente, não só pela hemorragia, mas principalmente porque deixavam de poder apoiar-se nos pés para conseguirem erguer-se e respirar.
Mas Jesus – como o homem de Turim – é levantado sobre a cruz num estado de fraqueza extrema pela violência da flagelação a que foi submetido. Os maus tratos, as pancadas e socos, e sobretudo a flagelação – uma flagelação selvagem – provocaram não só hemorragias externas, mas internas, e provavelmente o líquido hemorrágico foi comprimindo os pulmões e acelerou a morte por asfixia, em consequência do derrame pleural.
O certo é que Jesus morreu antes do que a maioria dos crucificados e antes do que os outros dois que foram supliciados juntamente com Ele. Conta o evangelista Marcos que, quando José de Arimatéia se dirigiu à presença de Pilatos e lhe pediu o corpo de Jesus, Pilatos admirou-se de que ele tivesse morrido tão depressa, ao ponto de ter chamado o centurião para que lhe confirmasse a notícia (Mc 15, 43-45).
UMA LANÇA ABRIU-LHE O LADO
Uma das comprovações mais comoventes do Sudário é a marca de uma ferida no peito causada por uma lança. O quarto evangelista, João, que foi testemunha ocular, relata que, depois de Jesus ter morrido, um soldado romano lhe atravessou o peito com uma lança para certificar-se de que já estava morto e não era preciso apressar-lhe a morte: “Chegando a Jesus, como o viram já morto, não lhe quebraram as pernas, mas um dos soldados atravessou-lhe o lado com uma lança e imediatamente saiu sangue e água. E o Apóstolo acrescenta solenemente: Aquele que o viu dá testemunho, e o seu testemunho é verdadeiro; ele sabe que diz a verdade, para que todos vós creiais” (19, 30-35).
O Sudário mostra uma ferida no flanco direito, causada por uma lança do tipo usado pelos soldados romanos no século I da nossa era: sem ganchos que alargassem a ferida e sem nervuras de reforço, tal como as que se utilizavam em motins para ferir depressa e mortalmente, de modo a retirar a arma e visar imediatamente outro adversário.
O golpe foi dado no lado direito, exatamente como os soldados romanos eram treinados a fazer para atingir os adversários, que protegiam o lado esquerdo, o do coração, com um escudo. A ferida tem 4 cms. – largura máxima das lanças romanas – e atingiu o hemitórax entre a 5ª. e a 6ª. costelas, a 13 cm do esterno. Percebe-se claramente que a lançada foi desferida depois da morte, porque a ferida ficou aberta, o que não sucederia se fosse feita em pessoa viva. Ademais, há indícios de que o sangue saiu sem força, o que dá a entender que o coração já estava parado.
Sobre o tecido, vê-se uma dupla mancha: uma de sangue e outra, quase incolor, que se tornou bem visível quando se usaram raios ultravioletas na observação. Os dois líquidos correram abundantemente até formarem uma espécie de círculo em torno dos rins. Como vimos, o quarto evangelista afirma que da ferida saiu imediatamente sangue e água. O sangue procedia do coração e talvez de hematomas causados pelas hemorragias internas a que antes nos referimos.
Quanto ao que João chama água e que corresponderia à mancha incolor observada no pano, é muito provavelmente uma mistura de soro sanguíneo – resultante dos hematomas – e de líquido pericárdico, situado dentro do saco pericárdico que envolve o coração. Este líquido é tanto mais abundante quanto maior e mais abundante for o sofrimento da pessoa; constitui até uma prova usada em medicina legal para saber se a vítima foi seviciada antes de morrer. A constatação de João, de uma precisão extraordinária, mostra que Cristo sofreu muitíssimo durante a sua paixão.
OUTRAS COINCIDÊNCIAS
O Sudário revela ainda que o homem nele amortalhado deve ter recebido pancadas violentas no rosto, pois se percebe um inchaço notável em torno do olho direito, além de várias escoriações. Ocorre espontaneamente pensar no que relata Mateus: “Cuspiram-lhe então na face, bateram-lhe com os punhos e deram-lhe tapas dizendo: Adivinha, ó Cristo: quem te bateu?” (Mt 26, 67-68).
No nariz, nota-se uma dupla ferida, assim como uma deformação da borda, ocasionada provavelmente por uma ruptura ou deslocamento da parte cartilaginosa. Os joelhos, por sua vez, revelam cortes e escoriações. O esquerdo apresenta uma ferida maior. É muito provável que uma queda de bruços tenha provocado essas lesões. Imaginemos as condições em que o homem do Sudário foi levado ao local do suplício: com as mãos atadas ao travessão horizontal da cruz; extremamente debilitado em consequência da flagelação, dos socos e pontapés, etc; vestido com uma túnica em que era fácil ter pisado, na posição inclinada que o peso da cruz o obrigava a adotar.
A própria alusão do Evangelho de Marcos a um certo Simão de Cirene que, passando por ali, foi requisitado para levar a cruz (15, 20-21), parece depor no sentido da extrema fraqueza e possíveis quedas de Cristo na subida até o local da execução. E também de mencionar, por se tratar de uma exceção, que o homem do Sudário transportou a cruz vestido. Não era comum os condenados irem vestidos à crucifixão.
Tanto Marcos como Mateus dizem que Jesus foi ao Calvário com as próprias vestes e João refere que os soldados as dividiram em quatro partes, uma para cada soldado, e lançaram sortes sobre a túnica, que era inconsútil, para ver a quem cabia (Mt 27, 31; Mc 15, 20; Jo 19,23). Ora, o Sudário revela que as lesões provocadas nos ombros pela flagelação foram relativamente pequenas. Sem dúvida teriam sido maiores se a cruz tivesse sido transportada sobre os ombros nus, sem nada que amortecesse o atrito da madeira. Outra coincidência significativa com o relato evangélico.
O SEPULTAMENTO
Como já vimos, os romanos reservavam a crucifixão aos que tivessem cometido um crime grave ou um delito contra o Estado romano. Normalmente, o corpo dos executados não era reclamado por ninguém, sendo jogado na vala comum. Sem lençol. Ora Jesus, crucificado como um escravo, foi condenado por Pilatos sob a acusação de ter conspirado contra o Estado romano. E, no entanto, escapou à vala comum. Seu corpo foi reclamado por um homem influente, José de Arimatéia, um discípulo secreto, que o envolveu num lençol novo, limpo, e o enterrou num túmulo que tinha comprado para si, próximo do lugar da crucifixão. Estes os dados precisos que nos chegaram através do Evangelho de João.
O homem do Sudário também foi enterrado num lençol fino que, segundo se calcula, teria custado inúmeras horas de trabalho. Ë um detalhe que faz pensar efetivamente em José de Arimatéia, que sepultou Jesus e era um homem rico. Mas há ainda um outro aspecto que parece quadrar com o que nos dizem os Evangelhos: a abundância de vestígios de sangue, a indicar claramente que o corpo não foi lavado antes de ser amortalhado, ao contrário do que era costume entre os judeus (At 9,37).
O corpo de Jesus recebeu sinais claros de respeito e distinção, como ser envolvido num lençol de linho e colocado num sepulcro novo, não em vala comum. No entanto, omitiram algo elementar entre os judeus: lavar o corpo antes de sepultá-lo. O relato de João permite-nos compreender por que isso aconteceu: "Tomaram, pois, o corpo de Jesus e envolveram-no em faixas de linho com os aromas, conforme é costume sepultar entre os judeus. Havia perto do lugar onde foi crucificado um horto, e no horto um sepulcro novo, no qual ainda ninguém fora depositado. Ali, pois, depuseram Jesus, por causa do dia da Preparação dos judeus..." (19, 40-42).
Vê-se assim a causa da omissão. Estava prestes a começar o grande Sábado pascal em que, como aliás em qualquer sábado, que é o dia santo dos judeus, se proibiam rigorosamente os trabalhos manuais. Por isso era preciso enterrar Jesus antes do pôr do sol da sexta-feira, e por isso não puderam lavar o corpo do Senhor: não havia tempo. Isto explica também que, no primeiro dia útil, isto é, o domingo, as santas mulheres tivessem ido ao sepulcro, levando os aromas que haviam preparado, a fim de completar o trabalho.
CONCLUSÕES
As coincidências
Vale a pena enumerar sucintamente as coincidências existentes entre o homem do Sudário e Jesus de Nazaré:
(1) A partir do séc. VII, passa-se a adotar na arte religiosa um único modelo para representar Jesus, no qual se distinguem pelo menos 15 detalhes que se encontram na figura do Sudário.
(2) A figura estampada no lençol representa um semita com barba e cabelo comprido e entrançado, como se usava na Palestina no tempo de Cristo.
(3) A brutal flagelação, insólita em condenados à crucifixão, executada com o flagrum romano; este castigo não era aplicado aos cidadãos romanos.
(4) A coroação de espinhos, circunstância igualmente insólita.
(5) O homem do Sudário não foi despido até o lugar da execução, o que também não era usual.
(6) As pernas não foram quebradas, ao contrário do que se fazia nos casos de crucifixão, para apressar a morte do condenado.
(7) Uma lança de forma igual à que usavam os soldados romanos atravessa o lado direito, após a morte.
(8) O crucificado não foi enterrado na vala comum, mas sepultado individualmente e com uma peça de linho cara.
(9) Foi sepultado cuidadosamente, mas não lhe lavaram o corpo.
(10) O cadáver abandonou o lençol fúnebre antes de entrar em decomposição.
PROBABILIDADES
Diversos especialistas de renome aplicaram a estes dados o cálculo de probabilidades, para saber qual a probabilidade de que o homem do Sudário não fosse Jesus Cristo. Para uns, é de um para um octilhão, isto é, de 1 para 1027 (a unidade seguida de vinte e sete zeros). Para os mais prudentes, é de um para 262 bilhões. Pode-se dizer que a probabilidade é tão insignificante que, na prática, é como se não existisse.
A conclusão que se impõe é a de que, à vista dos fatos, a explicação mais plausível, a única satisfatória é que o homem do Sudário é Jesus de Nazaré, e que o Lençol de Turim é o lençol fúnebre com que José de Arimatéia e Nicodemos envolveram o corpo de Cristo. O paralelismo entre o tecido e os testemunhos evangélicos é perfeito: nada a mais, nada a menos. No dizer de Jean-Charles Thomas, "o Sudário é como um quinto Evangelho, inteiramente centrado na Paixão e na Ressurreição de Cristo, que representam o coração da mensagem cristã". Um Evangelho escrito com caracteres de sangue.
Yves Delage, professor de Anatomia na Sorbonne, membro da Academia Francesa e agnóstico confesso, concluiu já em 1902 que o Sudário era o lençol de Jesus. Severamente criticado, teve a seguinte observação: "Injetou-se desnecessariamente um problema religioso num assunto que, em si, é puramente científico, e o resultado foi que os sentimentos se excitaram e a razão foi posta de parte. Se, em vez de Cristo, se tratasse de outra pessoa, como um Sargão, um Aquiles ou um dos Faraós, ninguém teria pensado em fazer a mínima objeção".
Premissa 3 – Esse homem ressuscitou
Primeiramente, vale ressaltarmos aquilo que já comprovamos aqui, que:
(1) O Sudário de Turim não é uma falsificação e;
(2) Esse homem é Jesus Cristo.
Tais premissas, porém, só teriam verdadeiras validades a fim de provar a RESSURREIÇÃO em caso que este homem ali descrito no Sudário tenha, realmente, ressuscitado dos mortos. Para isso, novamente vamos para as provas lógicas e científicas, a fim de provar que (3) Esse homem [Jesus] ressuscitou dos mortos.
A RESSURREIÇÃO
O evangelista continua: ao amanhecer do primeiro dia da semana – o domingo –, Maria Madalena encontra o túmulo aberto, corre a avisar Pedro, e este, com João, o discípulo que Jesus amava, corre também para o sepulcro; e ambos observam que o lençol se encontra “vazio”, manifestamente sem conter o volume de um corpo. Depois, o próprio Cristo aparece a Maria Madalena, que ficara chorando ao pé do sepulcro (Jo 20, 14), e por fim aos próprios Apóstolos:
“Chegada a tarde daquele primeiro dia, estando fechadas as portas do lugar onde, por temor dos judeus, se achavam os discípulos, veio Jesus e, posto no meio deles, disse-lhes: ‘A paz seja convosco’. E em dizendo isto mostrou-lhes as mãos e o lado, e os discípulos alegraram-se vendo o Senhor” (Jo 20, 19-20).
Este o fato histórico que os Evangelhos nos relatam: a ressurreição de Jesus, testemunhada pelos Apóstolos e pelas santas mulheres, e ainda, como relata São Paulo, por muitos outros e por mais de quinhentos irmãos de uma só vez (1 Cor 15, 3-8). O Sudário de Turim, que lança tanta luz sobre a paixão e morte de Cristo, numa sucessão espantosa de coincidências, terá também algo a dizer-nos sobre a sua ressurreição? Fixemo-nos em três ponderações de vulto.
O CORPO NÃO SE DECOMPÔS
O corpo envolvido no Sudário achava-se em estado absoluto de enrijecimento causado pela morte (rigor mortis), e os patologistas estão em condições de afirmar que estava sem vida. Ora, o corpo humano, ao cabo de cerca de trinta horas, começa a deixar sobre os panos que o envolvem uma espécie de pequenos cristais resultantes dos fenômenos que ocorrem no cadáver depois desse tempo, especialmente pela decomposição cadavérica. Mas os especialistas que estudaram o Sudário não encontraram o menor indício desses cristais entre as fibras do tecido. Isto indica que o lençol fúnebre não esteve muitos dias em contato com o corpo sepultado.
O CORPO NÃO FOI RETIRADO POR MEIOS HUMANOS NORMAIS
Mas o corpo poderia ter sido retirado da mortalha pelos próprios discípulos, como aliás se tentou propalar na ocasião (Mt 28, 13). Os cientistas fizeram uma análise minuciosa do lençol e concluíram que por nenhum meio humano normal se teria conseguido separar uma ferida e o pano unido a ela, depois que o sangue secou, sem arrancar pequenas partículas do corpo, sem desfazer a correção anatômica da figura e a integridade estrutural das manchas de sangue e dos coágulos sanguíneos: as manchas ter-se-iam desfeito e espalhado. Todavia, encontram-se intactas.
A separação natural deixaria no tecido sinais de fibras de linho que, grudadas à ferida e ao sangue, teriam sido repuxadas ao separar-se o cadáver da mortalha que o envolvera. A observação microscópica não captou nenhum desses indícios: depois de aumentados 32 vezes, o centro e as bordas das manchas de sangue não revelaram nenhum sinal de repuxamento das fibras. Portanto, se o cadáver não ficou no túmulo muito tempo – e nem pode ter saído de lá por meios humanos naturais – segue-se logicamente que o fator “RESSURREIÇÃO” é a única conclusão lógica e satisfatória para como se deu tal fato.
Qualquer outra “conclusão” esbarraria em uma contradição de primeira ordem, sendo objetivamente excluídas. O cadáver não foi retirado e nem saiu do lençol por repuxação, mas sim desapareceu de lá pelo milagre da ressurreição. Isso, também, confirma o fato bíblico: “Porque tu não me abandonarás no sepulcro, nem permitirás que o teu Santo sofra decomposição” (At.2:27).
A ORIGEM DA FIGURA
É sabido que os cientistas não conseguiram desvendar o mistério relativo ao processo técnico que teria originado a formação da figura do Sudário. As conclusões científicas apenas nos dizem como é que esta não foi gravada no tecido: não foi pintada, não foi formada por contato direto – à exceção das manchas de sangue – nem mediante vapores ou qualquer outro processo conhecido no nosso século e muito menos no século XIV.
Segundo vimos, a teoria mais plausível de todas é a da chamuscadura ocasionada por calor ou por uma luz intensa. Mas o que teria causado essa chamuscadura? Como é que o corpo de um cadáver pode produzir calor ou luz? Não resta outra hipótese senão a de que, ao ressuscitar, o corpo de Cristo irradiasse esse calor ou essa luz. O Sudário aponta para esse fato histórico como a única explicação plausível para a formação da figura impressa no lençol.
Conclusão – Jesus Cristo ressuscitou dentre os mortos
À luz de todas as evidências lógicas e científicas apresentadas acima, percebemos claramente que os três pontos acima mencionados são, de todo, plenamente verdadeiros.
(1) O Sudário de Turim é realmente um lençol do primeiro século que encobriu um homem morto, e não uma pintura falsificada da Idade Média.
(2) Este homem trata-se de Jesus Cristo.
(3) Este homem ressuscitou.
(4) Logo, Jesus Cristo ressuscitou dos mortos.
As mudanças sofridas na humanidade de Jesus Cristo foram vistas à luz da medicina, com o fim de encontrar realmente o caráter humano, em um homem que é chamado o filho de Deus, e que voluntariamente aceitou este suplício, convencido do efeito redentor e salvador para os que criam nEle e em seu evangelho. A bondade e a misericórdia de Deus guardou essa relíquia para ser revelada aos homens, através da ciência, quase 2000 anos depois de Sua Paixão. Não é ele um apelo de Nosso Senhor para esse mundo decadente, que só busca os prazeres da vida e esquece o seu Amor Misericordioso manifestado na sua Paixão e Morte na cruz?
É de admirar a sabedoria de Deus, que vem em socorro do homem num século em que a ciência e o áudio-visual conquistaram um lugar preponderante nas nossas maneiras de pensar. Nesta nova fase da humanidade, Deus, por assim dizer, dá-se a ver, a observar, a investigar, a fotografar, fortalecendo a fé pela ciência. Mas, como o próprio Jesus afirmou: “Felizes os que não viram e creram” (Jo.20:29). Deus nos dá provas físicas e materiais da Sua Existência e da Vinda e Ressurreição de Seu Filho a esta terra e, de fato, o próprio Universo em si é uma prova visível da perfeição de Deus na complexidade da Sua Criação.
Ainda assim, a nossa fé vem “pelo ouvir a Palavra de Deus” (Rm.10:17), por uma convicção daquilo que, ainda que não existisse prova nenhuma, mesmo assim creríamos Nele. O Sudário de Turim é uma prova física e paupável nos nossos séculos da ressurreição daquele que um dia esteve fisicamente entre nós, nasceu, sofreu, lutou, morreu, e finalmente, ressuscitou para todos nós. A ressurreição de Cristo deve-nos servir, sempre, de penhor e esperança da nossa própria ressurreição e vida eterna, fato este cientificamente comprovado, pois sabemos que “aquele que ressuscitou o Senhor Jesus dentre os mortos, também nos ressuscitará com Jesus e nos apresentará convosco” (2Co.4:14).
Aleluia!!!
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Por: Lucas Banzoli.
Material de apoio: http://semfronteirasparaosagrado.blogspot.com/2009_09_01_archive.html
http://artedartes.blogspot.com/2009/04/o-santo-sudario-conclusao.html
http://www.jackbran.pro.br/Santo%20Sudario/santo_sudario_de_turim.htm
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