A TRAVESSIA DO MAR VERMELHO

PARTE 1 - MAR VERMELHO OU MAR DOS JUNCOS?

Várias seitas (principalmente os espíritas) questionam a bíblia no que é referente à passagem do Mar Vermelho. Afirmam eles que a palavra original empregada em Êxodo 13:18 não era mar Vermelho, mas o “mar dos Juncos”. O problema é que, até hoje, aquilo é um pântano que tem água no máximo até ao joelho, ou seja, é uma simples região alagadiça, e assim o mar nem precisaria ser aberto para o povo passar.

 

Infelizmente, essas pessoas não levam a bíblia a sério e, por isso, não prestam atenção no contexto inserido no versículo. Primeiramente, esta afirmação esbarra na lógica e no bom senso, pois está escrito na própria bíblia que o mar se abriu, formando assim dois muros de água deixando a terra seca para os hebreus atravessarem. Este milagre é mencionado em diversas partes da bíblia, os povos inimigos temeram muito enfrentar Israel, pois tinham conhecimento do grande feito que havia acontecido, e os próprios hebreus ergueram doze colunas próximos dali para comemorar o feito.

 

Além disso, a bíblia diz que quando o povo viu que estavam encurralados (de um lado o mar e do outro os egípcios) murmuraram contra Moisés, e precisou que um forte vento oriental soprasse toda aquela noite, para que o mar se retirasse e tornasse terra seca, e as águas fossem divididas. Ora, se fosse apenas uma zona alagadiça com água no máximo até o joelho, o povo não ficaria contra Moisés nem Deus precisaria abrir o mar, já que não teria problemas em passar normalmente. Se alguém duvida dos fatos mencionados acima, está questionando a autoridade da própria bíblia, e então deveria estar lendo o capítulo de "veracidade bíblica", e não este.

 

Sendo assim, restam duas opções:

 

1- O povo passou pelo mar dos Juncos, mas este ou estava cheio ou no mínimo não dava para atravessar normalmente, sem problemas, tendo assim que recorrer a uma ajuda divina.

 

2- O povo atravessou o mar Vermelho. Existem dois locais mais prováveis e aceitos para a travessia: O Golfo de Suéz (ao norte do atual golfo de Suéz), ou o golfo de Áqaba, o único que tem capacidade para sustentar dois milhões de hebreus, juntos com os seus animais e seus objetos.

 

Para responder a esta pergunta, como também àqueles que ainda acham que a travessia ocorreu no pequeno mar dos Juncos, vamos analisar o contexto envolvido no versículo que causou toda essa confusão. Veremos que, apesar da expressão literal seja “mar dos Juncos”, esta serve apenas como um referencial.

 

Êxodo 13:18 – “Porém Deus fez o povo rodear pelo caminho do deserto PERTO do mar vermelho (expressão literal é mar dos Juncos) ;e, armados, subiram os filhos de Israel do Egito"

 

Confira que o texto não fala em momento algum que eles de fato atravessaram o mar dos Juncos, pelo contrário, relata que eles rodearam o deserto PERTO do mar dos Juncos. Repare bem no “perto”, que está em negrito. Em outras versões está “próximo”, mas sempre relatando que eles estavam rodeando por lá. Eles não puderam entrar por terra porque iriam entrar em combate com os inimigos (filisteus) e Deus não queria que o povo, vendo a guerra, voltasse para o Egito (logo no versículo anterior). Mas aí você pode perguntar: Se eles estavam só rodeando por lá, como é que você pode provar que eles de fato não entraram por lá? A resposta é simples: Lendo a bíblia! Se os espíritas ou quem discorda da bíblia a lê-se pra valer, iria ver que os seus conceitos estão completamente ultrapassados! É só folhear uma página e você verá que, logo no segundo versículo do capítulo seguinte (Êxodo 14:2) está escrito assim:

 

Êx 14:1 – Disse o Senhor a Moisés: Êx 14:2 – Fala aos filhos de Israel que RETROCEDAM e se acampem defronte de Pi-Hairote, entre Migdol e o mar, diante de Baal-Zefon; em frente deles vos acampareis junto ao mar.

 

Você provavelmente deve ter notado a palavra retrocedam, em negrito. Esta palavra é fundamentalmente importante. Isto indica que, estando próximos do mar de Juncos, retrocederam, e foram em outra direção. Esta explicação também é relatada nas notas de rodapé da “Bíblia de Jerusalém”, a única que menciona a expressão mar dos Juncos ao invés de mar Vermelho, no versículo 18 de Êxodo 13 (aquele mesmo que já foi passado), e explica no rodapé: A designação "o mar dos Juncos", em hebraico yam sûf, é acréscimo. O texto primitivo dava apenas uma indicação geral: os israelitas tomaram o caminho do deserto para o leste ou o sudeste”.

 

É fato, portanto, que os israelitas saíram daquela região próxima ao mar de Juncos, e tomaram outro rumo: O Mar Vermelho. Prova também de que foi realmente no mar Vermelho o local em que os hebreus passaram, é que em Atos 7:36 e também em Hebreus 11:29, os dois únicos versículos que também tratam desta passagem, a referência original é totalmente ao Mar Vermelho, sem fazer qualquer menção ao mar dos Juncos. Vamos passar então a claríssima referência em Hebreus 11:29 ao Mar Vermelho :

 

“Pela fé atravessaram o Mar Vermelho como por terra seca; tentando-o os egípcios, foram tragados de todo.”

 

O original é ao Mar Vermelho, e a passagem relata claramente que eles atravessaram por lá, e não em algum outro lugar. Como não poderia ser diferente, o único lugar da bíblia em que relata mar dos Juncos é uma passagem usada apenas como referência: “Fez Deus o povo rodear pelo caminho do deserto PERTO do mar dos Juncos”. Veja também a referência em Atos 7:36 :

 

“Este os tirou, fazendo prodígios e sinais na terra do Egito, assim como no Mar Vermelho e no deserto, durante quarenta anos”.

 

Mais uma vez o original é ao Mar Vermelho, e não a uma simples região alagadiça. O nosso Deus é tremendo, e a bíblia não deixa dúvidas. Este problema foi resolvido em uma simples interpretação correta  do que estava escrito na bíblia, sem precisar apelar às provas arqueológicas, que também provam a passagem do povo por lá. Mais uma vez aqueles que ousam distorcer alguma coisa do que nela está escrito, mostraram que além de não saber nada de bíblia ainda não sabem interpretar direito...

A maioria das pessoas acha que quando Moisés viu o exército egípcio tocou a vara no mar imediatamente e, em poucos instantes, já estavam do outro lado, são e salvos, e quando o último hebreu chegou do outro lado as águas encobriram os egípcios. Mas, para a decepção de alguns, isso não é o que aconteceu de fato, pois foi um processo longo e demorado. A bíblia diz que Deus, para abrir o mar, fez com que um forte vento oriental soprasse toda aquela noite! Para segurar o exército egípcio, a coluna de nuvem que acompanhava o povo na frente dele se retirou, e passou para trás deles, de modo que ficava entre o campo dos egípcios e o de Israel.

 

O mesmo aconteceu com a coluna de fogo, que os acompanhava a noite, passando assim a ficar entre o campo dos israelitas e o dos egípcios. Isso impediu, pelo menos que temporariamente, que o exército de faraó atacasse naqueles momentos o povo de Israel, que aguardava sem saber o que fazer, alguns murmurando contra Moisés, o seu líder. Depois que o forte vento oriental soprasse toda aquela noite, Deus ordenou que Moisés estendesse a mão sobre o mar, e assim o mar se abriu. O exército egípcio, entretanto, não devia ter se apavorado, já que atribuía isto a um fenômeno natural, o vento.

 

 

PARTE 2 - CURIOSIDADES DA TRAVESSIA

 

Levando-se em consideração o forte vento nas laterais e que uma pessoa leve 3 horas e meia para percorrer essa distância, estima-se que a travessia de quase 3 milhões de pessoas possa ter levado umas 6 horas. Mas também é bom relatarmos que os hebreus levavam grande despojo (objetos, inclusive ouro levado do Egito) e, principalmente, levavam consigo novilhos, carneiros, entre muitos outros animais levados entre outras coisas para holocaustos a Deus, e isso aumentaria bastante o tempo mínimo.

 

Você poderia pensar: Mas como um povo que incluía mulheres, crianças, novilhos e carneiros conseguiriam correr mais rápido do que o exército de faraó muito mais preparado e com inúmeros carros? A resposta é que mesmo na caminhada no meio do mar a coluna de nuvem e a de fogo continuavam entre o povo de Israel e os egípcios, não se apartando em momento algum. Porém, os mantimentos dos hebreus já haviam se esgotado, calcula-se que o povo hebreu teria caminhado mais de 300 km durante seis dias praticamente sem parar! Havia alimento para apenas 7 dias (Êxodo 13.6-8).

 

Diante disto, alguns livros sagrados dos hebreus afirmam que havia no meio do mar (no caminho em terra seca) uma fonte de água doce que garantia o sustento do povo de Deus. Esta parte não está contida na bíblia original, mas sendo verdade ou não o fato é que os mantimentos para o povo já haviam se esgotado (o maná só viria algum tempo depois). Outro fato relevante é que o povo acampava enquanto estava na caminhada, como está descrito em Gênesis 14:24 – “Na vigília da manhã, o Senhor, na coluna de fogo e de nuvem, viu o acampamento dos egípcios, e alvorotou o acampamento dos egípcios 25- emperrou-lhes as rodas dos carros, e fé-los andar dificultosamente. Então disseram os egípcios: Fujamos da presença de Israel, porque o Senhor peleja por eles contra os egípcios”.

 

Este é mais um sinal de que não foi rápida a caminhada, como muitas pessoas imaginam. Quando os egípcios perceberam o tremendo azar que lhes afligia, perceberam que era coisa Divina, mas a esse ponto já era tarde demais. Calcula-se que a largura do caminho feito pelo afastamento das águas tenha aproximadamente 900 metros. Outras hipóteses foram levantadas quanto ao modo que Deus usou para abrir as águas. Alguns afirmam que a terra fendeu em duas partes, tornando a parte do meio em seco, outros que aconteceu um maremoto, enquanto outros que a água se abriu em doze partes (cada um para uma tribo) e em forma de semi-círculo. Mas a bíblia é extremamente clara em relação a isso, e não há motivos para questionar o que já está escrito na Palavra de Deus, e o que percebeu o próprio Moisés na época, tais como outras testemunhas oculares.

 

 

PARTE 3 - O LOCAL EXATO DA PASSAGEM

 

Teoria de Ronald Wyatt - já aceita por muitos atualmente pela sua quantidade de evidências. Acredita que até o Mar Vermelho os hebreus caminharam pelo tradicional "Caminho dos Reis" atravessando o Golfo de Ácaba.

 

Anestesista, arqueólogo amador americano e adventista. Foi o pesquisador mais contestado, criticado e até perseguido principalmente por não ser formado em arqueologia. Contudo, o único que realmente conseguiu reunir o maior número de evidências. Em 1984 fotografou (cerca de 400 fotos) e filmou (12 horas de gravação) a região árabe mas teve o material apreendido pelas autoridades locais (suspeitavam ser um espião judeu) pois não queriam que suas descobertas fossem divulgadas. Após 8 anos de oração conseguiu reaver todo o material enviado pelos próprios árabes! Naquele momento estava hospedado num hotel na praia de Nuweiba, Egito. Morreu em Agosto de 1999.

 

É a única praia no Mar Vermelho com área suficientemente grande para suportar a quantidade de hebreus acampados (mais de 2 milhões além dos animais e objetos).

 

Outra evidência é a planície do fundo do mar nesta área. Imagens abaixo foram montadas por mapeamento topográfico mostram que o mar é profundo ao sul (1700 m) e ao norte (900 m) da praia formando uma espécie de ponte submersa (cerca de 110 m de profundidade)! No fundo foram encontradas rochas agrupadas em linha reta na beira desta planície fazendo-a parecer uma estrada.

 

A distância entre a costa egípcia e a árabe é de cerca de 18 Km e calcula-se que a largura do caminho feito pelo afastamento das águas tenha aproximadamente 900 metros. Levando-se em consideração o forte vento nas laterais e que uma pessoa leve 3 horas e meia para percorrer essa distância, estima-se que a travessia de quase 3 milhões de pessoas possa ter levado umas 6 horas.

 

A parte mais profunda da travessia assinalada é de 109m. Ao norte tem 948 metros e ao sul 1720 metros, formando assim uma "ponte submersa".     

     

Além disso, há um alinhamento das rochas localizado na lateral da travessia. O caminho criado pelo afastamento das águas ficou limpo de obstáculos!

 

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Por: Lucas Banzoli.

 

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