O NASCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DO PECADO

O NASCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DO PECADO

 

“Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência. Depois, havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte” (Tiago 1:14,15)

 

Exite um verdadeiro “monstro” dentro de todos nós, que é a nossa carne. Esse tal “monstro” pode ser grande e assustador ou pequeno e inofensivo, dependendo do quanto que nós alimentamos o Espírito Santo que nos ajuda nas nossas fraquezas a derrotar o inimigo. Como também já foi mencionado, a carne não pode se “converter” ou deixar de ser naturalmente má, mas apenas podemos ter domínio (controle) sobre ela e submetê-la, ou tornar-se escravo dela, dependendo do quanto alimentamos o Espírito.

 

E como alimentamos o Espírito? Como também já foi dito, é buscando a Deus, ou seja, orando, jejuando, lendo a Palavra, louvando ao Senhor, indo à Sua Casa, etc. Ok, e voltamos tudo ao ponto inicial? Bom, não exatamente. O problema ainda continua o mesmo para aqueles que fazem essas coisas, mas mesmo assim tem vezes que acaba caindo na carne quando o desejo mal vem. O que é que se faz a mais nesses momentos? Ora, você já está coberto de oração, mas se mesmo assim vem o desejo pecaminoso, o que fazer neste momento? A melhor dica que eu tenho é o seguinte: mate a carne o quanto antes o possível. Isto é, se vem algum pensamento impuro ou imundo na sua mente, corte-o o quanto antes, na mesma hora em que ele vem.

 

Se vier algum desejo de chamar para a “briga” alguém na rua ou no trânsito, corte este desejo o quanto antes em seu coração. O problema maior deste “monstro” que habita dentro de nós (isto é, a nossa carne) é que a oração e a busca a Deus vão neutralizando aos poucos o poder da carne, e ela vai tornando-se mais inofensiva com o passar do tempo (você verá os frutos com o tempo), e por isso quando às vezes ela lança em si mesmo algum pensamento pecaminoso, você tem a “força” de mandá-lo embora nos mesmo momento, se quiser. Essa é a força que o Espírito Santo lhe concede. Mas, se você não lança embora o pensamento naquele mesmo momento ou o quanto antes, ele vai se desenvolvendo. É como Tiago escreve:

 

“Mas as pessoas são tentadas quando são atraídas e enganadas pelos seus próprios maus desejos. Então esses desejos fazem com que o pecado nasça, e o pecado, quando já está maduro, produz a morte” (Tiago 1:14,15 - NTLH)

 

Ou seja, o pecado nasce com um simples desejo. Aqueles que alimentam o Espírito Santo tem força suficiente para eliminar este desejo quando ele vem dentro de si mesmo, enquanto aqueles que não alimentam o Espírito nem ao menos conseguem controlar-se. Mas, mesmo para aqueles que alimentam o Espírito (lembre-se que Tiago escrevia a cristãos, convertidos), esse desejo pode começar a subir. Este desejo acaba sendo digerido, e o pecado acaba nascendo. Depois que o pecado nasce, ele vai amadurecendo. E, finalmente, depois que o pecado já está maduro, produz a morte espiritual na pessoa. Isso tudo é muito importante para entendermos a questão do pecado.

 

Embora o verdadeiro cristão que busca a Deus e alimenta o Espírito tenha controle sobre a sua própria carne (ou seja, o “monstro” fica menor do que nos incrédulos), o desejo pecaminoso implantado no nosso coração pode ir se desenvolvendo. E, se não fizermos uso da nossa “força” e matá-lo o mais rápido possível, ele vai se desenvolvendo, se desenvolvendo, se desenvolvendo.... até gerar o pecado... que amadurece... que gera a morte no cristão! Por que não é mencionada uma “pausa” neste processo? Porque a partir que o desejo mal habita em nossa mente e nós damos liberdade para ele atuar em nós, o “monstro” pequeno lá de dentro vai tendo liberdade para ir crescendo e se desenvolvendo.

 

Quanto mais você continua pensando, mas ele vai se desenvolvendo, e quanto mais esperarmos sem tomar atitude nenhuma, mais difícil será depois para eliminarmos no “meio” ou no “fim” do processo. Ao contrário, o monstro vai crescendo e o pecado amadurecendo. O próprio monstro vai amadurecendo, até causar a morte em nós. Por isso, o que fazer quando o desejo pecaminoso vem? Simplesmente, mate-o na hora, porque se você não matar ele vai crescer e amadurecer até que você se torne “escravo” novamente dele, por aqueles momentos. O desejo quando vem no início não vem com a força ou intensidade completamente descontroda. O crente que alimenta o Espírito tem controle sobre ele.

 

Mas se pensarmos que isso “não faz mal” ou que tal “domínio” vai continuar para sempre e que aquele “monstro” vai continuar “mansinho” e continuarmos a pensar impurezas, ele irá é começar a crescer novamente. É como um efeito de “bola de neve”. Se você não eliminar o monstro enquanto “criança”, ele vai se desenvolver até ganhar a maturidade e você não terá mais forças para controlá-lo. Um grande exemplo disso ocorre logo no relato do primeiro assassinato da história, de Caim em Abel. Deus disse a ele:

 

“Então o Senhor perguntou a Caim: Por que te iraste? e por que está descaído o teu semblante? Porventura se procederes bem, não se há de levantar o teu semblante? E se não procederes bem, o pecado jaz à porta, e sobre ti será o seu desejo; mas sobre ele tu deves dominar” (Gênesis 4:6,7)

 

Deus não iria dizer a Caim para ele dominar aquele desejo dentro dele se isso fosse uma “missão impossível”. O desejo pecaminoso já estava à porta, mas Caim tinha duas opções: Dominar o desejo, ou ser dominado por ele. Infelizmente Caim acabou tomando a segunda posição; pois, ao invés de dominar o desejo pecaminoso logo de cara, preferiu deixar que ele aumentasse a tal ponto que o pecado se consumasse, e ele matasse o seu próprio irmão:

 

“Falou Caim com o seu irmão Abel. E, estando eles no campo, Caim se levantou contra o seu irmão Abel, e o matou” (Gênesis 4:8)

 

Se Caim tivesse dominado o desejo logo no princípio (quando Deus o alertou), ele não teria assassinado o seu irmão. Foi por não ter controlado um desejo que ainda estava em sua fase inicial, que Caim matou o seu irmão Abel. O mesmo quadro ocorre muitas vezes em nossas vidas. Nem todos nós matamos literalmente o nosso irmão, mas muitas vezes caímos em outros tipos de pecados, não menos graves, e cujo princípio é o mesmo.

 

Isso só ocorre porque damos liberdade de atuação a esse desejo quando ele “jaz à porta”, assim como Caim. Quando abrimos a porta do nosso coração para desejo pecaminoso que insiste em querer entrar, ele toma conta da gente de tal modo que caímos nas tentações e somos culpados como transgressores da lei de Deus. Por isso, é necessário conter esse desejo logo de início. Se o pecado “jaz à porta”, não abra a porta para ele. Não deixe algo entrar em seu coração, se você sabe que isso irá dominá-lo e levá-lo ao pecado.

 

Mas por que Deus permite que o monstro possa crescer na hora até mesmo com os nascidos do Espírito ao invés de deixá-lo “inofensivo” desde o início até o fim do pensamento? Por que Deus permite que ele cresça e se desenvolva novamente durante aqueles momentos a tal ponto que fiquemos tal como quem nunca alimenta o Espírito?

 

Na verdade, é porque Deus nos concede o livre-arbítrio. Nós temos direito de escolha. Aqueles que realmente querem matar a carne alimentam o Espírito que deixa a carne mais inócua. O que Deus faz, então? Destrói a carne de uma vez por todas? Não, ela continua lá. O que Deus faz não é aniquilar inteiramente com a nossa carne, mas sim nos dar domínio sobre ela. Quando temos algum pensamento ou desejo no nosso íntimo que desagrade a Deus, sabemos que temos força pelo Espírito de derrotar o desejo mal que vem (tal força não existe nos que não alimentam o Espírito).

 

Mas se mesmo assim continuarmos deliberadamente a desenvolvermos tal desejo, ele vai se desenvolver até voltar a ser um “monstro grandão” e você ficará como se não tivesse “forças” novamente. Deus te dá forças, mas quem tem que usar essa força é você. Se você não faz uso dessa força que Deus lhe concede por alimentar o Espírito, a carne vai crescer na hora do mesmo jeito que já é grande naqueles que não buscam a Deus.

 

Você também poderia perguntar então: “Mas eu oro e busco a Deus e mesmo assim não tenho forças para tirar o desejo pecaminoso nem mesmo quando ele se inicia!”. Nesse caso, continue buscando a Deus, mas continue mesmo! Você verá com o tempo (e isso não é conversinha de falcatrua para iludir as pessoas) que VERDADEIRAMENTE você com o tempo começará a ter seus pensamentos limpos e curados. Pode ser assustadoramente de um dia pro outro mesmo tal mudança (mas depois de um bom tempo de busca), mas isso vai acontecer. Deus concede Graça a todos aqueles que alimentam o Espírito.

 

Mas, depois que isso acontecer, não pense que porque o monstro que antes lhe era assustador é algo a ser subestimado, ou que ele nunca mais irá crescer. Continue buscando a Deus, e ele lhe dará forças. Quando vier algum desejo mau, você terá forças para cortá-lo pela raíz. Mas se você não cortá-lo pela raíz, ele irá se desenvolvendo bem rapidamente até tornar-se uma árvore tão grande que é quase impossível de ser cortada. Não pense que por buscar a Deus o monstro nunca irá se desenvolver e por isso não tem problema continuar com o desejo mau no coração ou não.

 

Ao contrário, você tem que lutar para eliminá-lo na hora em que ele vem, fazendo uso a força que Deus lhe concede pelo Seu Espírito, a fim de que este desejo não cresça e se desenvolva a tal ponto de mesmo assim você voltar a ser dominado por ele, e o pecado amadurecer ainda mais, e gerar a morte.  A melhor dica de todas que existe é cortar o mal pela raíz, porque depois que ele vai crescendo ficará cada vez mais incontrolável dominá-lo, e o processo acaba gerando a morte.

 

Deus vai lhe perdoar caso esteja com um coração sincero diante Dele, mas não adianta pedir mais forças ainda caso você já busque o Espírito, porque Deus já lhe deu essa força. O que você tem que fazer é uso dela em reprimir o pecado quando ele se inicia. Lembre-se: Deus lhe concede o livre-arbítrio, e ele concede forças a quem O busca, mas quem tem que usar essa força é você. É por isso que Tiago também diz:

 

“Portanto, submetam-se a Deus. Resistam ao diabo, e ele fugirá de vocês” (Tiago 4:7)

 

Resistir ao diabo não significa ficar olhando ou pensando coisas imundas até você “resistir” e não pecar; ao contrário, resistir ao diabo significa exatamente não dar lugar para esse tipo de pensamento ou ação, resistir ao diabo é FUGIR do mal! Paulo exorta: Fujam de toda a aparência do mal” (1Ts.5:22). Nós temos é que fugir, não apenas do aspecto mais horrendo do mal ou de seus fins, mas também de sua própria aparência! O pecado não pode nem aparentemente fazer parte da vida do cristão. Resistir ao diabo implica também em submeter-se a Deus. No verso acima de Tiago, isso fica muito bem claro.

 

É apenas quando nós nos submetemos ao Senhorio de Nosso Senhor Jesus Cristo, obedecendo e guardando os seus mandamentos e estatutos, que nós veremos o diabo fugindo de nós. Ele não vai “fugir” de você depois que você alimentar um pensamento impuro, ao contrário, ele fugirá de você ao passo de que você resiste a ele, fugindo do mal até quando ele está apenas se inciando em uma “aparência”. Alimentar o mal significa fazer crescer o monstro, e não “resistir” a ele! Nós devemos é fugir do monstro (tudo aquilo que pode alimentar a carne desagradando ao Espírito de Deus), e assim o diabo fugirá de nós.

 

Em outras palavras, é fugindo da tentação que o diabo foge de nós! Nós vencemos quando fugimos, fugimos de toda e qualquer aparência do mal, usando no momento a Palavra do Deus vivo que é “viva e eficaz” (Hb.4:12), assim como fez Jesus no deserto (Mt.4). É usando e praticando a Palavra de Deus que teremos forças para declararmos a vitória sobre as tentações que são causadas pelo “nosso próprio desejo mau” (Tg.1:14).

 

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Por: Lucas Banzoli.

 

Extraído de meu livro: "Como Vencer o Pecado". 

 

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