POSSUÍMOS TESTEMUNHO ANTIGO SOBRE JESUS?
O EVANGELHO DE ACORDO COM OS NÃO-CRISTÃOS:
No ano 66 d.C., os judeus da Palestina iniciaram uma revolta contra o governo romano que, para dizer o mínimo, não agradou aos romanos. O imperador enviou tropas lideradas pelo general Vespasiano para conter a rebelião e retomar o controle das áreas rebeldes. Em 67, Vespasiano liderou um cerco à cidade rebelde de Jotapata, na Galiléia. No 47º dia daquele cerco, um jovem revolucionário judeu optou por entregar-se ao exército romano, muito superior, em vez de cometer suicídio — um destino que muitos de seus compatriotas haviam escolhido. Aquele jovem recebeu o favor de Vespasiano e, depois, foi levado a Roma pelo general Tito, filho de Vespasiano; mais tarde, Tito destruiu Jerusalém e o templo judeu no ano 70 d.C.
Aquele jovem era Flávio Josefo (c. 37-100 d.C.) que, por fim, tornou-se o maior historiador judeu de sua época. Josefo começou a escrever documentos históricos em Roma, enquanto trabalhava como historiador do imperador romano Domiciano. Foi ali que escreveu sua autobiografia e duas obras históricas importantes. Uma dessas obras é sua atualmente famosa Antiguidades dos judeus [publicada em português pela CPAD], concluída por volta do ano 93. No livro 18, capítulo 3, seção 3 dessa obra, Josefo, que não era cristão, escreveu estas palavras:
Nessa época [a época de Pilatos], havia um homem sábio chamado Jesus. Sua conduta era boa e [ele] era conhecido por ser virtuoso. Muitos judeus e de outras nações tornaram-se seus discípulos. Pilatos condenou-o à crucificação e à morte. Mas aqueles que se tornaram seus discípulos não abandonaram seu discipulado, antes relataram que Jesus havia reaparecido três dias depois de sua crucificação e que estava vivo; por causa disso, ele talvez fosse o Messias, sobre quem os profetas contaram maravilhas.
Essa não foi a única menção feita a Jesus por Josefo. Em outra passagem das Antiguidades dos judeus, Josefo revelou de que maneira o novo sumo sacerdote dos judeus (Ananus, o jovem) valeu-se de um hiato no governo romano para matar Tiago, o irmão de Jesus. Isso aconteceu no ano 62, quando o imperador romano Festo morreu repentinamente durante seu ofício. Três meses se passaram até que seu sucessor, Albino, pudesse chegar à Judéia, abrindo um grande espaço de tempo para que Ananus realizasse seu trabalho sujo. Josefo descreve o incidente desta maneira:
Festo está morto, e Albino está a caminho. Assim, ele [Ananus, o sumo sacerdote] reuniu o Sinédrio dos juízes e trouxe diante deles o irmão de Jesus, que era chamado Cristo, cujo nome era Tiago, e alguns outros [ou alguns de seus companheiros] e, quando havia formulado uma acusação contra eles como transgressores da lei, ele os entregou para que fossem apedrejados.
Temos aqui não apenas outra referência do século I feita a Jesus, mas a confirmação de que tinha um irmão chamado Tiago que, obviamente, não era benquisto pelas autoridades judaicas. Poderia ser o caso de Tiago ter sido martirizado por ser ele o líder da igreja de Jerusalém, como o NT deixa implícito?
Por que Josefo não fez mais referências a Jesus? Podemos conjecturar que, como historiador do imperador, Josefo tinha de escolher os temas e as palavras com muito cuidado. De modo mais patente, Domiciano suspeitava de tudo o que pudesse ser associado a sedição. Esta nova seita chamada cristianismo poderia ter sido considerada sediciosa porque os cristãos tinham esse novo e estranho sistema de crenças e recusavam-se a adorar César e os deuses romanos. Como resultado disso, Josefo certamente não queria alarmar ou irritar seu chefe ao escrever um grande número de comentários favoráveis sobre o cristianismo. Todavia, essas duas referências confirmam a existência de Jesus e de Tiago e corrobora os relatos do NT.
Quantas fontes não-cristãs fazem menção a Jesus? Incluindo Josefo, existem dez outros escritores não-cristãos conhecidos que mencionam Jesus num período de até 150 anos depois de sua morte. As dez fontes não-cristãs são: Josefo; Tácito, historiador romano; Plínio, o Jovem, político romano; Flegon, escravo liberto que escrevia histórias; Talo, historiador do século I; Suetônio, historiador romano; Luciano, satirista grego; Celso, filósofo romano; Mara bar Serapion, cidadão reservado que escrevia para seu filho; e o Talmude.
Por outro lado, nesses mesmos 150 anos, existem nove fontes não-cristãs que mencionam Tibério César, o imperador romano dos tempos de Jesus. Assim, descontando todas as fontes cristãs, em relação ao imperador romano existe uma fonte a mais que menciona Jesus. Se você incluir as fontes cristãs, os autores que mencionam Jesus superam aqueles que mencionam Tibério numa proporção de 43 para 10!
Algumas dessas fontes não-cristãs — como Celso, Tácito e o Talmude judaico — poderiam ser consideradas como fontes anticristãs. Embora essas obras não tenham uma testemunha ocular sequer que contradiga os fatos descritos nos documentos do NT, foram escritas por autores claramente anticristãos. O que podemos aprender nos baseando neles e nas fontes não-cristãs mais neutras? Aprendemos que admitem certos fatos sobre o cristianismo primitivo que nos ajudam a formar uma narrativa que é surpreendentemente congruente com o NT. Reunindo todas as dez referências não-cristãs, vemos que:
1. Jesus viveu durante o tempo de Tibério César.
2. Ele viveu uma vida virtuosa.
3. Realizou maravilhas.
4. Teve um irmão chamado Tiago.
5. Foi aclamado como Messias.
6. Foi crucificado a mando de Pôncio Pilatos.
7. Foi crucificado na véspera da Páscoa judaica.
8. Trevas e um terremoto aconteceram quando ele morreu.
9. Seus discípulos acreditavam que ele ressuscitara dos mortos.
10. Seus discípulos estavam dispostos a morrer por sua crença.
11. O cristianismo espalhou-se rapidamente, chegando até Roma.
12. Seus discípulos negavam os deuses romanos e adoravam Jesus como Deus.
À luz dessas referências não-cristãs, a teoria de que Jesus nunca existiu é claramente injustificável. De que maneira escritores não-cristãos poderiam juntos revelar uma narrativa congruente com o NT se Jesus nunca tivesse existido? Mas as implicações vão muito além disso. O que isso nos fala sobre o NT? Diante de tal fato, as fontes não-cristãs confirmam o NT. Embora os autores não-cristãos não digam que acreditam na ressurreição de Jesus, eles relatam que os discípulos certamente acreditavam nela.
Uma vez que a existência de Deus e a possibilidade de milagres são firmemente estabelecidas por meio da revelação natural e a história geral de Cristo e da igreja primitiva é confirmada por meio de fontes não-cristãs, será que os milagres de Cristo realmente aconteceram como os discípulos afirmam? Os documentos do NT registram a história real?
Poderia ser o caso de esses documentos não serem textos religiosos puramente tendenciosos, cheios de mitos e fábulas — como muitos em nosso mundo moderno afirmam — mas, em vez disso, documentos que descrevem eventos que realmente aconteceram cerca de 2 mil anos atrás? Se é assim, estaremos na direção certa na nossa busca para saber qual religião teísta é verdadeira. Para verificar se o NT é um registro fidedigno da história, precisamos responder a duas perguntas em relação aos documentos que compõem o NT:
1. Temos cópias precisas dos documentos originais que foram escritos no século I?
2. Esses documentos falam a verdade?
Para que se possa acreditar na mensagem do NT, essas duas perguntas precisam ser respondidas de maneira afirmativa. Não basta simplesmente apresentar evidências de que possuímos cópias precisas dos documentos originais do século I (pergunta 1), porque tais documentos poderiam contar mentiras. Devemos ter uma cópia precisa dos documentos e termos razões para acreditar que esses documentos descrevem aquilo que realmente aconteceu cerca de 2 mil anos atrás (pergunta 2). Vamos começar com a pergunta número 1.
PERGUNTA NÚMERO 1: TEMOS CÓPIAS PRECISAS?
Temos certeza de que você se lembra da brincadeira infantil chamada "telefone sem fio". Era uma brincadeira na qual uma criança recebe uma mensagem verbal para passar à próxima criança, que passa aquilo que ouviu à criança seguinte, e assim por diante. Quando a mensagem chega à última criança na seqüência, ela é uma péssima representação daquilo que a primeira criança ouviu. Para o observador comum, esse parece ser o mesmo tipo de distorção que poderia ter infectado documentos que foram transmitidos de geração a geração num espaço de 2 mil anos. Felizmente o NT não foi transmitido dessa maneira.
Uma vez que não foi contado a uma pessoa, que o contou a outra, e assim por diante, a brincadeira do telefone não se aplica. Várias pessoas testemunharam acontecimentos do NT de modo independente, muitas das quais os registraram em sua memória, e nove dessas testemunhas oculares/contemporâneas registraram suas observações por escrito. Neste momento, precisamos esclarecer um conceito errado muito comum sobre o NT. Quando falamos dos documentos do NT, não estamos falando de um único texto, mas de 27 textos.
Os documentos do NT são 27 documentos diferentes, escritos em 27 rolos diferentes, por nove autores, num período de 20 a 50 anos. Esses textos específicos desde então foram reunidos em um único livro que hoje chamamos Bíblia. Desse modo, o NT não é uma fonte única, mas uma coleção de fontes. Existe apenas um problema: até agora, nenhum dos documentos escritos originais do NT foi descoberto. Temos apenas cópias dos textos originais, chamados manuscritos. Isso pode nos impedir de saber o que diziam os originais? De modo algum. De fato, toda literatura significativa do mundo antigo é reconstituída à sua forma original ao se comparar os manuscritos que sobreviveram.
Para reconstruir-se o original, é muito útil termos um grande número de manuscritos produzidos não muito tempo depois do original. Maior quantidade de manuscritos e manuscritos antigos normalmente nos dão um testemunho mais confiável e geram condições para uma reconstrução mais precisa. Como os documentos do NT se saem nesse aspecto? Muito bem, melhor do que qualquer outro material do mundo antigo. De fato, os documentos do NT possuem mais manuscritos, manuscritos mais antigos e manuscritos mais abundantemente apoiados do que as dez melhores peças da literatura clássica combinadas. Veja a seguir o que queremos dizer com isso.
Mais manuscritos. De acordo com a última contagem, existem cerca de 5.700 manuscritos gregos do NT escritos à mão. Além disso, existem mais de 9 mil manuscritos em outras línguas (e.g., siríaco, copta, latim, árabe). Alguns desses quase 15 mil manuscritos são bíblias completas, outros são livros ou páginas, e somente alguns são apenas fragmentos. Não existe nada no mundo antigo que sequer se aproxime disso em termos de apoio a manuscritos. A obra mais próxima é a llíada, de Homero, com 643 manuscritos. A maioria das outras obras antigas sobrevive com pouco mais de uma dúzia de manuscritos. Contudo, poucos historiadores questionam a historicidade dos eventos que essas obras registram.
Manuscritos mais antigos. O NT não apenas desfruta de um amplo apoio dos manuscritos, como também possui manuscritos que foram escritos logo depois dos originais. O mais antigo e incontestável manuscrito é um segmento de João 18.31-33,37,38, conhecido como fragmento John Rylands (porque está na Biblioteca John Rylands, em Manchester, Inglaterra). Os estudiosos datam esse documento como tendo sido escrito entre 117 e 138 d.e, mas alguns dizem que ele é ainda mais antigo. O fragmento foi encontrado no Egito próximo ao mar Mediterrâneo, e seu provável local de composição foi a Ásia Menor — demonstrando que o evangelho de João foi copiado e levado a lugares distantes logo no início do século 11.
Existem nove fragmentos discutíveis, ainda mais antigos que o fragmento John Rylands, que datam do período que vai do ano 50 ao 70 d.e, encontrados com os Manuscritos do mar Morto. Alguns estudiosos acreditam que esses fragmentos são parte de seis livros do NT, incluindo Marcos, Atos, Romanos, 1 Timóteo, 2Pedro e Tiago. Embora outros estudiosos resistam a essa conclusão (talvez porque admitir isso seria uma afronta à sua inclinação liberal de que o NT foi escrito posteriormente), eles não encontraram nenhum outro texto que não fosse do NT ao qual esses fragmentos pudessem pertencer.
CONFIABILIDADE DO NT QUANDO COMPARADO COM OS OUTROS DOCUMENTOS ANTIGOS:
Os fragmentos foram encontrados numa caverna que, anteriormente, fora identificada como uma que possuía material cuja datação variava de 50 a.C. a 50 d.C. O primeiro estudioso a identificar esses fragmentos antigos como livros do NT foi José O'Callahan, um destacado paleógrafo espanhol. O New York Times reconheceu as implicações da teoria de O'Callahan ao admitir que, se eles fossem verdadeiros, "então provariam que pelo menos um dos evangelhos — o de S. Marcos — foi escrito apenas alguns anos depois da morte de Jesus".
Mas mesmo que não fossem fragmentos verdadeiros do NT e se o fragmento John Rylands fosse realmente o mais antigo, o espaço de tempo entre o original e a primeira cópia ainda existente é muitas vezes menor do que qualquer outro do mundo antigo. A Ilíada tem o segundo menor espaço, que é de cerca de 500 anos. A maioria das outras obras antigas está distante mil anos ou mais do original. O espaço do NT, de cerca de 25 anos, pode ser menor (isso não significa que não tenha havido outros manuscritos entre o original e a primeira cópia; eles certamente existiram.
Isso simplesmente significa que esses manuscritos deterioraram-se, foram destruídos ou até mesmo não foram descobertos ainda). Qual é a idade do mais antigo manuscrito de um livro completo do NT? Manuscritos que formam livros inteiros do NT sobreviveram a partir do ano 200 d.C. E quanto aos mais antigos manuscritos do NT completo? A maioria dos manuscritos do NT, incluindo os quatro evangelhos, sobrevive desde o ano 250, e um manuscrito do NT (incluindo um Antigo Testamento em grego), chamado Códice Vaticano, sobrevive desde o ano 325.
Vários outros manuscritos completos sobrevivem desde aquele século. Esses manuscritos possuem ortografia e pontuação características que sugerem ser parte de uma família de manuscritos que pode ter sua origem entre 100 e 150 d.C . Se esses numerosos e antigos manuscritos fossem tudo o que os estudiosos possuíssem, poderiam reconstruir o NT original com grande precisão. Mas eles também possuem abundantes evidências de apoio do mundo antigo que fazem a reconstituição do NT ser ainda mais precisa. Vamos analisar isso a seguir.
Grande quantidade de manuscritos de apoio. Começando em fevereiro do ano 303 d.C., o imperador romano Diocleciano promulgou três editos de perseguição aos cristãos porque acreditava que a existência do cristianismo estava rompendo a aliança entre Roma e seus deuses. Os editos pediam a destruição das igrejas, dos manuscritos e de livros, assim como a morte dos cristãos. Centenas, se não milhares, de manuscritos foram destruídos por todo o Império Romano durante essa perseguição, que durou até o ano 311.
Mas mesmo que Diocleciano tivesse sido bem-sucedido em varrer da face da Terra todos os manuscritos bíblicos, ele não poderia ter destruído nossa capacidade de reconstruir o NT. Por quê? Porque os pais da igreja primitiva — homens dos séculos 11 e 111 como Justino Mártir, Ireneu, Clemente de Alexandria, Orígenes, Tertuliano e outros — fizeram tantas citações do NT (36.289 vezes, para ser exato) que todos os versículos do NT, com exceção de apenas 11, poderiam ser reconstituídos simplesmente de suas citações.
Em outras palavras, você poderia ir até a biblioteca pública, analisar as obras dos pais da igreja primitiva e ler praticamente todo o NT simplesmente com base nas citações que eles fizeram! Desse modo, nós não apenas temos milhares de manuscritos, mas milhares de citações desses manuscritos. Isso torna a reconstrução do texto original praticamente precisa. Mas quão precisa? Como os originais são reconstruídos e quão preciso é este NT reconstruído?
COMO O ORIGINAL É RECONSTRUÍDO?
Esses três fatos — manuscritos em quantidade, antigos e de apoio — ajudam os estudiosos a reconstruírem os manuscritos originais do NT de maneira bem fácil. O processo de comparar muitas cópias e citações fornece uma reconstrução extremamente precisa do original, mesmo que erros fossem cometidos durante a cópia. Como isso funciona? Considere o exemplo a seguir. Suponha que tenhamos quatro diferentes manuscritos, os quais possuem quatro erros diferentes no mesmo versículo, como Filipenses 4.13 ("Tudo posso naquele que me fortalece"). Vejamos as quatro cópias hipotéticas:
1. Tudo posso naquele que me fortalece
2. Tudo posso naquele que me fortalece
3. Tudo posso naquele que me fortalece
4. Tudo posso naquele que me fortalece
Há algum mistério em relação àquilo que o original dizia? De modo algum. Pelo processo de comparação e de verificação cruzada, o NT original pode ser reconstruído com grande precisão. A reconstrução do NT é ainda mais fácil que isso, porque existem muito menos erros nos manuscritos verdadeiros do NT do que os que foram representados nesse exemplo. Vamos presumir por um instante que o NT seja realmente a palavra de Deus. Os céticos podem perguntar: "Bem, se o NT é realmente a palavra de Deus, então por que Deus não preservou o original?".
Só podemos especular aqui, mas uma possibilidade é porque sua palavra pode ser melhor protegida por meio de cópias do que por meio de documentos originais. Como assim? Porque, se o original estivesse de posse de alguma pessoa, essa pessoa poderia alterá-lo. Mas, se houvesse cópias espalhadas por todo o mundo antigo, não haveria maneira de um escriba ou sacerdote alterar a palavra de Deus. Como vimos, o processo de reconstrução permite que variantes e alterações nas cópias sejam identificadas e corrigidas de maneira bastante simples. Desse modo, ironicamente, o fato de não existirem originais pode preservar a palavra de Deus de uma maneira melhor do que se eles existissem.
QUÃO PRECISA É ESSA RECONSTRUÇÃO?
Com o objetivo de abordar a questão da precisão, temos de esclarecer alguns mal-entendidos de muitos críticos em relação a "erros" nos manuscritos bíblicos. Alguns já chegaram a estimar que existem cerca de 200 mil erros nos manuscritos do NT. Primeiro de tudo, eles não são "erros", mas leituras variantes, a maioria das quais de natureza estritamente gramatical (i.e., pontuação e ortografia). Segundo, essas leituras estão espalhadas por cerca de 5.700 manuscritos, de modo que a variação na ortografia de uma letra de uma palavra em um versículo em 2 mil manuscritos é considerada 2 mil "erros".
Os especialistas em texto Westcott e Hort estimam que apenas uma em cada 60 dessas variantes tem significância. Isso levaria a um texto com grau de pureza de 98,33%. Philip Schaff calculou que, das 150 mil variantes conhecidas em seus dias, somente 400 mudaram o significado da passagem, apenas 50 foram de real importância e nem mesmo uma sequer afetou "um artigo de fé ou um preceito de obrigação que não seja abundantemente apoiado por outras passagens indubitáveis ou pelo sentido geral do ensinamento das Escrituras".
Nenhum outro livro antigo é tão bem autenticado. O grande estudioso do NT e professor da Universidade de Princeton, Bruce Metzger, estimou que o Mahabharata, do hinduísmo, foi copiado com apenas 90% de precisão e que a Ilíada de Homero, com cerca de 95%. Por comparação, ele estimou que o NT é cerca de 99,5% preciso. Mais uma vez, o 0,5% em questão não afeta uma única doutrina da fé cristã. Fredric Kenyon, autoridade em manuscritos antigos, resumiu muito bem a situação do NT quando escreveu:
“Não se pode afirmar com plena firmeza que, em substância, o texto da Bíblia seja inquestionável. Em especial, essa é a situação do Novo Testamento. O número de manuscritos do NT, de traduções antigas dele e de suas citações pelos antigos autores da igreja é tão grande que é praticamente certo que a verdadeira leitura de toda passagem dúbia esteja preservada em uma ou outra dessas autoridades antigas. Não se pode dizer isso em relação a nenhum outro livro antigo do mundo"
Desse modo, sabemos que possuímos o mesmo NT que foi escrito 2 mil anos atrás. Mas a pergunta seguinte é ainda mais importante: Temos uma cópia precisa da verdade — ou uma mentira? Em outras palavras, o NT é historicamente confiável?
PERGUNTA 2: O NT É HISTORICAMENTE CONFIÁVEL?
Quando fazemos a pergunta "O NT é historicamente confiável?", estamos procurando descobrir se os principais fatos descritos nos documentos do NT realmente aconteceram. Especificamente, houve realmente um homem judeu, há cerca de 2 mil anos, chamado Jesus que ensinou profundas verdades, realizou milagres, foi crucificado pelas autoridades romanas e judaicas por se dizer filho de Deus, que apareceu a muitas testemunhas depois de ter ressuscitado três dias após sua morte?
É importante manter em mente que, nesse ponto, não estamos buscando saber se o NT não possui erros ou se ele é a "palavra de Deus". Estamos simplesmente tentando descobrir se a narrativa básica é fato, e não ficção. Com o objetivo de descobrir isso, precisamos averiguar que tipos de registros compreendem o NT. Eles são documentos escritos por testemunhas oculares (ou por aqueles que entrevistaram testemunhas oculares) logo depois dos acontecimentos, ou são documentos escritos muito depois, por seguidores tendenciosos que simplesmente embelezaram detalhes sobre a vida de uma personagem histórica real?
O risco que Paulo, Pedro e os outros apóstolos correram para afirmar que estavam dando um depoimento como testemunhas oculares certamente sugere que estavam dizendo a verdade. Se esses relatos são verdadeiros, o inabalável testemunho dos apóstolos e os desafios provocativos demonstram que eles foram testemunhas oculares que realmente acreditavam que Jesus ressuscitara dos mortos.
Mas esses relatos são verdadeiros? Afinal de contas, por que deveríamos confiar que Lucas está dizendo a verdade sobre esses acontecimentos? Uma coisa é afirmar que você é uma testemunha ocular ou que tem o depoimento de uma testemunha ocular, e outra, bem diferente, é prová-lo. Que evidências temos de que os autores do NT foram realmente testemunhas oculares ou que tiveram acesso ao depoimento de testemunhas oculares? Muito mais do que se pode pensar.
ELES REALMENTE ERAM TESTEMUNHAS OCULARES?
Evidência da testemunha ocular: Lucas (escritos de Atos)
Suponha que alguém tenha escrito um livro em 1980 descrevendo sua cidade natal como era naquele ano. Nesse livro, o autor descreve corretamente os seguintes aspectos: os políticos da sociedade, suas leis e códigos penais singulares, a indústria local, os padrões meteorológicos, a linguagem local, as estradas e a geografia da cidade, sua topografia incomum, locais de adoração, hotéis da área, estátuas e esculturas da cidade, a profundidade da água no porto da cidade e vários outros detalhes singulares sobre sua cidade naquele ano. Uma pergunta: se o autor afirmasse que visitara sua cidade naquele ano — ou dissesse que recebera boa informação de pessoas que estiveram ali -, você acha que ele estaria dizendo a verdade? Naturalmente, porque fornece detalhes que somente uma testemunha ocular poderia fornecer. Esse é o tipo de testemunho que temos por todo o NT.
Lucas inclui vários detalhes típicos de uma testemunha ocular (embora seja possível que Lucas não tenha sido testemunha ocular da ressurreição de Jesus, certamente foi testemunha ocular de muitos eventos do NT). Na segunda metade do livro de Atos dos Apóstolos, por exemplo, Lucas mostra um incrível agrupamento de conhecimento de locais, nomes, condições ambientais, costumes e circunstâncias condizentes com o depoimento de uma testemunha ocular contemporânea da época e dos acontecimentos.
Colin Hemer, estudioso clássico e historiador, faz uma crônica versículo por versículo da precisão de Lucas no livro de Atos. Com esmerado detalhamento, Hemer identifica 84 fatos nos últimos 16 capítulos de Atos que foram confirmados por pesquisa histórica e arqueológica. Ao ler a lista a seguir, tenha em mente que Lucas não tinha acesso aos mapas ou às cartas náuticas modernos. Lucas registra com precisão:
1.A travessia natural entre portos citados corretamente (At 13.4,5);
2.O porto correto (Perge) juntamente com o destino correto de um navio
que vinha de Chipre (13.13);
3.A localização correta da Licaônia (14.6);
4.A declinação incomum mas correta do nome Listra (14.6);
5.O registro correto da linguagem falada em Listra — a língua licaônica (14.11);
6.Dois deuses conhecidos por serem muito próximos — Zeus e Hermes (14.12);
7.O porto correto, Atália, que os viajantes usavam na volta (14.25);
8.A ordem correta de chegada, a Derbe e depois a Listra, para quem vem da Cilícia (16.1; cf. 15.41);
9.A grafia correta do nome Trôade (16.8);
10.O lugar de um famoso marco para os marinheiros, a Samotrácia (16.11);
11.A correta descrição de Filipos como colônia romana (16.12);
12.A correta localização de um rio (Gangites) próximo a Filipos (16.13);
13.A correta associação de Tiatira a um centro de tingimento (16.14);
14.A designação correta dos magistrados da colônia (16.22);
15.A correta localização (Anfípolis e Apolônia) onde os viajantes costumavam passar diversas noites seguidas em sua jornada (17.1);
16.A presença de uma sinagoga em Tessalônica (17.1);
17.O termo correto ("politarches") usado em referência aos magistrados do lugar (17.6);
18.A correta implicação de que a viagem marítima é a maneira mais conveniente de chegar a Atenas, favorecida pelos ventos do leste na navegação de verão (17.14,15);
19.A presença abundante de imagens em Atenas (17.16);
20.A referência a uma sinagoga em Atenas (17.17);
21.A descrição da vida ateniense com debates filosóficos na Agora (17.17);
22.O uso da palavra correta na linguagem ateniense para Paulo (spermagos, 17.18), assim como para a corte (Areios pagos, 17.19);
23.A correta representação do costume ateniense (17.21);
24.Um altar ao "deus desconhecido" (17.23);
25.A correta reação dos filósofos gregos, que negavam a ressurreição do corpo (17.32);
26.Areopagíta (RA e RC) como o título correto para um membro da corte (17.34);
27.Uma sinagoga em Corinto (18.4);
28.A correta designação de Gálio como procônsul, residente em Corinto (18.12);
29.O termo bema (tribunal), superior ao forum de Corinto (18.16s);
30.O nome Tirano, conforme atestado em inscrições do século I em Éfeso (19.9);
31.Conhecidos relicários e imagens de Ártemis (19.24);
32.A muito confirmada "grande deusa Ártemis" (19.27);
33.Que o teatro de Éfeso era um local de grandes encontros da cidade (19.29);
34.O título correto grammateus para o principal magistrado (escrivão) de Éfeso (19.35);
35.O correto título de honta neokoros, autorizado pelos romanos (19.35);
36.O nome correto para designar a deusa (19.37);
37.O termo correto para aquele tribunal (19.38);
38.O uso do plural anthupatoí (procônsules), talvez uma notável referência ao fato de que dois homens estavam exercendo em conjunto a função de procônsul naquela época (19.38);
39.A assembléia "regular", cuja frase precisa é atestada em outros lugares
(19.39);
40.O uso de designação étnica precisa, beroíaios (20.4);
41.O uso do termo étnico asíanos (20.4);
42.O reconhecimento implícito da importância estratégica atribuída à cidade de Trôade (20.7s);
43.O período da viagem costeira naquela região (20.13);
44.A seqüência correta de lugares (20.14,15);
45.O nome correto da cidade como um plural neutro (Patara) (21.1);
46.O caminho correto passando pelo mar aberto, ao sul de Chipre, favorecido pelos fortes ventos noroeste (21.3);
47.A correta distância entre essas cidades (21.8);
48.Um ato de piedade caracteristicamente judeu (21.24);
49.A lei judaica considerando o uso que os gentios faziam da área do templo (21.28. Descobertas arqueológicas e citações de Josefo confirmam que os gentios poderiam ser executados por entrarem na área do templo. Em uma dessas descrições, pode-se ler: "Que nenhum gentio passe para dentro da balaustrada e do muro que cerca o santuário. Todo aquele que for pego será pessoalmente responsável por sua conseqüente execução".);
50.A presença permanente de uma coorte romana (chiliarch) em Antônia para reprimir qualquer perturbação na época das festas (21.31);
51.O lance de escadas usado pelos soldados (21.31,35);
52.A maneira comum de obter-se a cidadania romana naquela época (22.28);
53.O tribunal ficando impressionado com a cidadania romana, em vez da tarsiana (22.29);
54.Ananias como sumo sacerdote daquela época (23.2);
55.Félix como governador daquela época (23.34);
56.O ponto de parada natural no caminho para Cesaréia (23.31);
57.Em qual jurisdição estava a Cilícia naquela época (23.34);
58.O procedimento penal da província naquela época (24.1-9);
59.O nome Pórcio Festo, que concorda perfeitamente com o nome dado por Josefo (24.27);
60.O direito de apelação dos cidadãos romanos (25.11);
61.A fórmula legal correta (25.18);
62.A forma característica de referência ao imperador daquela época (25.26);
63.A melhor rota marítima da época (27.5);
64.A ligação entre Cilícia e Panfília (27.5);
65.O principal porto para se encontrar um navio em viagem para a Itália (27.5,6);
66.A lenta passagem para Cnido, diante dos típicos ventos noroeste (27.7);
67.A rota correta para navegar, em função dos ventos (27.7);
68.A localização de Bons Portos, perto da cidade de Laséia (27.8);
69.Bons Portos não era um bom lugar para permanecer (27.12);
70.Uma clara tendência de um vento sul daquela região transformar-se repentinamente num violento nordeste, muito conhecido e chamado gregale (27.13);
71.A natureza de um antigo navio de velas redondas que não tinha opção, senão ser conduzido a favor da tempestade (27.15);
72.A localização precisa e o nome desta ilha (27.16);
73.As manobras adequadas para a segurança do navio nesta situação em particular (27.16);
74.A 14ª noite — um cálculo notável, baseado inevitavelmente numa composição de estimativas e probabilidades, confirmada pela avaliação de navegantes experientes do Mediterrâneo (27.27);
75.O termo correto de tempo no Adriático (27.27);
76.O termo preciso (bosílantes) para captar sons e calcular a profundidade correta do mar perto de Malta (27.28);
77.Uma posição que se encaixa na provável linha de abordagem de um navio liberado para ser levado pelo vento do leste (27.39);
78.A severa responsabilidade dos guardas em impedir que um preso fugisse (27.42);
79.O povo local e as superstições da época (28.4-6);
80.O título correto protos tes nesou (28.7);
81.Régio como um refúgio para aguardar um vento sul para que pudessem passar pelo estreito (28.13);
82.Praça de Ápio e Três Vendas corretamente definidos como locais de parada da Via Ápia (28.15);
83.Forma correta de custódia por parte dos soldados romanos (28.16);
84.Condições de aprisionamento, vivendo "na casa que havia alugado" (28.30,31).
Existe alguma dúvida de que Lucas tenha sido testemunha ocular desses acontecimentos ou que pelo menos tenha tido acesso ao depoimento confiável de testemunhas oculares? O que mais ele poderia ter feito para provar sua autenticidade como historiador?
O historiador romano A. N. Sherwin-White diz: "Quanto ao livro de Atos, a confirmação de sua historicidade é impressionante [ ... ]. Qualquer tentativa de rejeitar sua historicidade básica só pode ser considerada absurda. Historiadores romanos já desprezaram o livro por muito tempo". O especialista clássico e arqueólogo William M. Ramsay começa sua investigação do livro de Atos com grande ceticismo, mas suas descobertas ajudaram a mudar sua forma de pensar. Ele escreveu:
“Comecei tendo um pensamento desfavorável a ele [o livro de Atos] [ ... ]. Eu não tinha o propósito de investigar o assunto em detalhes. Contudo, mais recentemente, vi-me muitas vezes sendo levado a ter contato com o livro de Atos vendo-o como uma autoridade em topografia, antiguidade e sociedade da Ásia Menor. Fui gradualmente percebendo que, em vários detalhes, a narrativa mostrava verdades maravilhosas.”
De fato, a precisão de Lucas no livro de Atos é verdadeiramente maravilhosa. Contudo, há um aspecto que os céticos ficam bastante desconfortáveis. Lucas relata um total de 35 milagres no mesmo livro no qual registra todos esses 84 detalhes historicamente confirmados. Vários milagres de Paulo estão registrados na segunda metade de Atos. Lucas registra, por exemplo, que Paulo cegou temporariamente um mágico (13.11); curou um homem aleijado desde o nascimento (14.8); exorcizou um espírito maligno de uma moça possuída (16.18); "fazia milagres extraordinários" que convenceram muitos na cidade de Éfeso a se afastarem da feitiçaria e seguirem a Jesus (19.11-20); ressuscitou dos mortos um homem que havia caído de uma janela durante um longo discurso de Paulo (20.9,10); curou o pai de Públio de disenteria e vários outros que estavam doentes em Malta (28.8,9).
Todos esses milagres estão incluídos na mesma narrativa histórica que foi confirmada como autêntica pelos 84 pontos. Os relatos de milagres não mostram sinais de embelezamento ou extravagância — eles foram contados com a mesma eficiência equilibrada do resto da narrativa histórica.
Por que Lucas seria tão preciso com detalhes triviais como direção do vento, profundidade da água e nomes peculiares de cidades, mas não seria tão preciso quando se referisse a fatos importantes como os milagres? À luz do fato de que Lucas mostrou-se preciso diante de tantos detalhes triviais, só é possível considerar como um viés anti-sobrenatural o fato de dizer que ele não está contando a verdade sobre os milagres que registra. Como vimos, tal viés não é legítimo. Este é um mundo teísta onde os milagres são possíveis. Assim, faz muito mais sentido acreditar nos relatos de milagres contados por Lucas do que não considerá-los.
Em outras palavras, as credenciais de Lucas como historiador têm sido provadas em tantos aspectos que é preciso ter mais fé para não acreditar nos relatos dos milagres do que para crer neles.
O NOVO TESTAMENTO: UM ROMANCE HISTÓRICO OU UMA HISTÓRIA ROMANCEADA?
A despeito desses mais de 140 detalhes de testemunhas oculares e mais de 30 referências a pessoas reais, um cético de coração duro poderia dizer: "Mas isso não significa necessariamente que o NT seja verdadeiro. Suponha que ele seja um romance histórico — uma ficção ambientada num contexto histórico real— alguma coisa parecida com um romance de Tom Clancy".
Existem muitos problemas com essa teoria. Em primeiro lugar, ela não pode explicar por que escritores independentes não-cristãos revelam coletivamente uma seqüência de fatos similar aos do NT. Se os acontecimentos do NT são ficção, por que esses escritores registrariam alguns desses fatos como se realmente tivessem acontecido?
Em segundo lugar, essa teoria não pode explicar por que os autores do NT passaram por perseguição, tortura e morte. Por que eles teriam feito isso em favor de uma ficção? (Veremos mais sobre isso no capítulo seguinte.)
Em terceiro lugar, os romancistas históricos normalmente não usam nomes de pessoas reais para as personagens principais de suas histórias. Se o fizessem, essas pessoas reais — especialmente oficiais de grande importância do governo e da religião — poderiam negar a história, destruindo a credibilidade dos autores e, talvez, até mesmo usando de ações punitivas contra eles por terem feito isso. Como já vimos, o NT inclui pelo menos 30 personagens históricas reais que foram confirmadas por fontes não-cristãs, muitas dessas são líderes proeminentes e poderosas.
Por fim, uma vez que o NT contém múltiplos relatos independentes desses acontecimentos, feitos por nove
autores diferentes, a teoria do romance histórico exigiria uma grande conspiração por um período variando de 20 a 50 anos entre esses nove autores espalhados por todo o mundo antigo. Isso também não é plausível. De fato, a afirmação de que os acontecimentos do NT são parte de uma grande conspiração existe apenas em romances. No mundo real, tais afirmações são esmagadas pelo peso das evidências.
PERSONAGENS DO NOVO TESTAMENTO CITADAS POR ESCRITORES NÃO-CRISTÃOS E/OU CONFIRMADAS POR MEIO DA ARQUEOLOGIA |
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Personagem |
Citação no NT |
Fonte(s) não-cristã(s) |
Jesus |
Muitas citações |
Josefo, Tácito, Plínio, o jovem, Flegon, Talo, Suetônio, Luciano, Celso, Mara bar Serapion, Talmude judaico |
Agripa I |
At 12.1-24 |
Fílon, Josefo |
Agripa II |
At 25.13-26.32 |
Moedas, Josefo |
Ananias |
At 23.2; 24.1 |
Josefo |
Anás |
Lc3.2; Jo 18.13,24; At4.6 |
Josefo |
Aretas |
2Co 11.32, |
Josefo |
Berenice (mulher de Caifás |
At 25.13 |
Josefo |
Agripa lI) |
Várias citações |
Ossuário, Josefo |
César Augusto |
Lc 2.1 |
Josefo e outros |
Cláudio |
At 11.28; 18.2 |
Josefo |
Drusila (esposa de Félix) |
At 24.24 |
Josefo |
Erasto |
At 19.22 |
Inscrição |
Falso profeta egípcio |
At 21.38 |
Josefo |
Félix |
At 23.24-25.14 |
Tácito, Josefo |
Filha de Herodias (Salomé) |
Várias citações |
Josefo |
Gálio |
At 18.12-17 |
Inscrição |
Gamaliel |
At 5.34; 22.3 |
Josefo |
Herodes Antipas |
Mt 14.1-12; Mc 6.14-29; Lc 3.1; 23.7-12 |
Josefo |
Herodes Arquelau |
Mt 2.22 |
Josefo |
Herodes Filipe I |
Mt 14.3; Mc 6.17 |
Josefo |
Herodes Filipe 11 |
Lc 3.1 |
Josefo |
Herodes, o Grande |
Mt 2.1-19; Lc 1.5 |
Táciro, Josefo |
Herodias |
Mr 14.3; Mc 6.17 |
Josefo |
João Batista |
Várias citações |
Josefo |
Judas, o galileu |
Ar 5.37 |
Josefo |
Lisânias |
Lc 3.1 |
Inscrição, Josefo |
Pilatos |
Várias citações |
Inscrição, moedas, Josefo, Fílon, Tácito |
Pórcio Festo |
At 24.27-26.32 |
Josefo |
Quirino |
Lc 2.2 |
Josefo |
Sérgio Paulo |
At 13.6-12 |
Inscrição |
Tiago |
Várias citações |
Josefo |
Tibério César |
Lc 3.1 |
Tácito, Suetônio, Patérculo, Dio Cássio, Josefo |
RESUMO E CONCLUSÃO
1) Os documentos do NT são antigos e contêm material-fonte ainda mais antigo.
2) Pelo menos, dez escritores antigos não-cristãos apresentaram informação sobre Jesus num período de 150 anos depois de sua vida, e suas referências coletivas fornecem uma seqüência de fatos em conformidade com o NT.
3) O NT contém pelo menos de quatro a seis linhas de depoimentos escritos de testemunhas oculares antigas e independentes. Concluímos isso porque:
4) Os principais autores do NT registram os mesmos elementos básicos com detalhes divergentes e uma quantidade de material próprio.
5) Eles citam, pelo menos, 30 personagens históricas reais que foram confirmadas por escritores antigos não-cristãos e por várias descobertas arqueológicas.
6) Lucas pontua a segunda metade do livro de Atos dos Apóstolos com, pelo menos, 84 detalhes de testemunhas oculares confirmados historicamente e inclui vários outros em seu evangelho.
7) A fidedignidade comprovada de Lucas confirma a de Mateus e a de Marcos, porque eles registram a mesma história básica.
8) Uma vez que o depoimento de testemunhas oculares antigas e independentes insere-se no período de uma geração de distância dos fatos, os acontecimentos do NT não podem ser considerados lendários.
9) Embora os documentos originais do NT não tenham sobrevivido ou ainda não tenham sido encontrados, temos muitas cópias precisas dos documentos originais — muito mais do que as dez melhores peças da literatura antiga combinadas. Além do mais, uma reconstrução praticamente perfeita dos originais pode ser realizada ao comparar-se os milhares de cópias manuscritas que sobreviveram. Descobrimos fragmentos manuscritos do século 11 e alguns talvez tão antigos quanto o material da segunda metade do século I. Não existem obras do mundo antigo que sequer cheguem perto do NT em termos de apoio de manuscritos.
10) A reconstrução também é autenticada por milhares de citações feitas pelos pais da igreja primitiva. De fato, todo o NT, com exceção de poucos versículos, pode ser reconstruído simplesmente das citações que eles fizeram.
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Extraído do Livro: “Não tenho fé suficiente para ser ateu”, de Norman Geisler e Frank Turek.
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