JESUS, O SERVO SOFREDOR

 

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“Ele não tinha qualquer beleza ou majestade que nos atraísse, nada em sua aparência para que o desejássemos. Foi desprezado e rejeitado pelos homens, um homem de tristeza e familiarizado com o sofrimento. Como alguém de quem os homens escondem o rosto, foi desprezado, e nós não o tínhamos em estima. Certamente ele tomou sobre si as nossas enfermidades e sobre si levou as nossas doenças, contudo nós o consideramos castigado por Deus, por ele atingido e afligido. Mas ele foi transpassado por causa das nossas transgressões, foi esmagado por causa de nossas iniqüidades; o castigo que nos trouxe paz estava sobre ele, e pelas suas feridas fomos curados. Todos nós, tal qual ovelhas, nos desviamos, cada um de nós se voltou para o seu próprio caminho; e o Senhor fez cair sobre ele a iniqüidade de todos nós. Ele foi oprimido e afligido, contudo não abriu a sua boca; como um cordeiro foi levado para o matadouro, e como uma ovelha que diante de seus tosquiadores fica calada, ele não abriu a sua boca. Com julgamento opressivo ele foi levado. E quem pode falar dos seus descendentes? Pois ele foi eliminado da terra dos viventes; por causa da transgressão do meu povo ele foi golpeado. Foi-lhe dado um túmulo com os ímpios, e com os ricos em sua morte, embora não tivesse cometido qualquer violência nem houvesse qualquer mentira em sua boca.  Contudo foi da vontade do Senhor esmagá-lo e fazê-lo sofrer, e, embora o Senhor faça da vida dele uma oferta pela culpa, ele verá sua prole e prolongará seus dias, e a vontade do Senhor prosperará em sua mão. Depois do sofrimento de sua alma, ele verá a luz e ficará satisfeito; pelo seu conhecimento meu servo justo justificará a muitos, e levará a iniqüidade deles. Por isso eu lhe darei uma porção entre os grandes, e ele dividirá os despojos com os fortes, porquanto ele derramou sua vida até à morte, e foi contado entre os transgressores. Pois ele carregou o pecado de muitos, e intercedeu pelos transgressores” (Isaías 53:2-12) 

 

Não era do desejo de Deus que o mal ocorresse em Sua criação. Mas com a entrada do pecado veio todo o império de morte, incluindo a natureza depravada do ser humano. Como consequencia disso, os homens se tornaram naturalmente maus, inclinados ao pecado, trazendo males a si e ao próximo. Por causa do pecado, o mundo passou a sofrer. Mas será que nesse mundo esse sofrimento deveria ser rejeitado? Será que os filhos de Deus não deveriam sofrer? 

 

Vemos muito dessa resposta na pessoa do Filho unigênito de Deus: Jesus Cristo. Ele era plenamente santo, imaculado, sem pecado, justo, irrepreensível. Mas viveu uma vida humilde, pobre, sofreu, derramou sua vida em martírio por todos nós. Ele poderia ter nascido nos palácios dos grandes reis, mas decidiu nascer em uma simples manjedoura. Ele poderia ter morado em um castelo, junto aos grandes e poderosos da terra, mas disse que não tinha onde reclinar a cabeça (Lc.9:58). 

 

Ele poderia ter escolhido expiar nossos pecados vivendo uma vida sem sofrimento, pautada puramente pelo conforto e sossego, mas preferiu viver como um servo sofredor: desprezado pelos judeus, humilhado pelos romanos, zombado por Herodes, escarnecido pelo mundo. Morreu nu, ao lado de dois ladrões, com uma coroa de espinhos na cabeça. Foi severamente açoitado, teve seus punhos e seus pés pregados, uma lança penetrou-lhe o lado. 

 

Qualquer um que olhasse para ele pensaria que ele era apenas mais um condenado que estava morrendo pelos seus próprios pecados, e não que era o Salvador do mundo, morrendo pelos pecados da humanidade. Como a ovelha que é levada ao matadouro, ele não abriu sua boca para retrucar as ofensas que recebia. Embora pudesse deixar milagrosamente a cruz e evitar todo o sofrimento, aceitou todas as humilhações e derramou sua vida até a morte. 

 

E ele já explicava aos discípulos que “era necessário que ele fosse para Jerusalém e sofresse muitas coisas nas mãos dos líderes religiosos, dos chefes dos sacerdotes e dos mestres da lei, e fosse morto e ressuscitasse no terceiro dia” (Mt.16:21). Era preciso que “o Filho do homem sofra muito e seja rejeitado com desprezo” (Mc.9:12). Ele desejou comer a Páscoa com os discípulos antes de sofrer (Lc.22:15), disse que devia sofrer antes de entrar na glória (Lc.24:26), teve seus sofrimentos preditos pelos profetas (1Pe.1:1). 

 

Ele soava gotas de sangue de tanta angústia que sentia antes de morrer (Lc.22:42). Seu sofrimento foi tanto que ele chegou a pensar que Deus o havia desamparado (Mc.15:34). Ele até pediu para que, se fosse possível, o Pai afastasse dele aquele cálice, mas que fosse feita a vontade dele, e não a sua (Lc.22:42). Ele sabia que tinha que passar por um batismo, e estava angustiado até que ele se realizasse (Lc.12:50). Esse batismo era o batismo no sofrimento. Esse cálice era de gotas de sangue derramadas em martírio. E a única coisa que o motivava a passar por isso era o amor. Por mim e por você. Seu sofrimento foi voluntário, por livre e espontânea vontade (Jo.10:18). Ele não foi levado à cruz contra a própria vontade, mas pensando em cada um de nós. 

 

Como o Filho unigênito de Deus, a forma que Jesus viveu na terra deveria servir de exemplo para aqueles que afirmam que o cristão tem que parar de sofrer. Afinal, nós devemos “andar como ele andou” (1Jo.2:6), seguindo os seus passos, sua forma de viver. Ele não viveu adornado de regalias, nem livre dos sofrimentos, mas no menor de todos os povos (Dt.7:7), junto aos mais pobres e humildes. Toda a sua vida foi pautada por uma missão: de perder essa vida para ganhar a próxima (Lc.24:26; 9:23-25), abrindo as portas da salvação para muitos que seguiriam suas pisadas e andariam conforme ele andou. 

 

Muitos não irão querer seguir o mesmo caminho trilhado por alguém que sofreu tanto. Querem uma vida livre de aflições e cheia de bênçãos e vitórias. Outros, por sua vez, aceitam qualquer tribulação que possam passar nesta vida, pois sabem que algo mais excelso e elevado os espera na ressurreição: uma vida eterna. A estes, a recompensa por perderem suas vidas terrenas será uma glória eterna com Deus, para todo o sempre. A aqueles, essa vida será toda a recompensa que terão (Mt.6:2,5,16). 

 

Por Cristo e por Seu Reino,

Lucas Banzoli. 

 

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